As viagens de mochilão são aquelas que viajantes independentes, na maioria das vezes, organizam viagens por conta própria, dando ênfase ao conhecimento, aventura e diversão. A imersão cultural é quase uma filosofia de vida e a expectativa é sempre conhecer o “mundo real”. Para isso, utiliza meios de hospedagens mais econômicos e costuma fazer viagens mais longas.
Nos últimos anos as viagens de mochilão acabou ficando menos em evidência, ainda mais pela dificuldade imposta por companhias aéreas em despachar mochilas em aviões. Basta observar em rodoviárias e aeroportos que a grande maioria dos viajantes estão optando por malas de rodinhas, deixando as mochilas em uma perceptível minoria.
Mas se depender de um estudo publicado por pesquisadores chineses e australianos, esta visível minoria possui um melhor futuro pela frente. Os pesquisadores concluíram que viagens de mochilão constrói caráter, confiança e habilidade de resolução de problemas.
O estudo, que possui o título original de “Backpacker Personal Development, Generalized Self-Efficacy, and Self-Esteem: Testing a Structural Model”, foi realizado pela Edith Cowan University (ECU) e sugere que as viagens de mochilão são, de fato, uma ferramenta efetiva de desenvolvimento pessoal.
Essa é a opinião da Escola de Negócios e do Professor de Direito da ECU Sam Huang, junto de seus colegas da Sun Yat-sen University (Guangzhou) e da Shaanxi Normal University (Xi’an) na China. Usando métodos sofisticados de pesquisa científica, perguntaram a 500 mochileiros australianos, internacionais e chineses como este estilo de viagem afetou sua resiliência e autoconfiança.
Os pesquisadores descobriram que 91% dos entrevistados acreditavam que as atividades de mochilão haviam reforçado suas habilidades de resolução de problemas. Situações corriqueiras, como ficar sem dinheiro e encontrar um albergue, pode realmente ajudar no seu desenvolvimento pessoal. Na pesquisa aferiram ainda que 89% atribuíram a mochila à melhoria da capacidade de comunicação. Pois, o convívio com pessoas de diversas culturas em albergues pode ajudar em bom lugar para as negociações da diretoria mais tarde.
Já 88% disseram que a viagem de mochilão aumentou sua capacidade de superar muitos desafios. Exemplos, como andar no metrô lotado de uma metrópole desconhecida ma mochila pode torná-lo uma pessoa mais resiliente. O estudo conclui que os entrevistados sentiram que as viagens de mochilão os tornava mais confiantes, mais resilientes e mais capazes.
A pesquisa poder ser consultada na íntegra em: https://www.researchgate.net

Formado em Engenharia Civil e Ciências da Computação, começou a escalar em 2001 e escalou no Brasil, Áustria, EUA, Espanha, Argentina e Chile. Já viajou de mochilão pelo Brasil, EUA, Áustria, República Tcheca, República Eslovaca, Hungria, Eslovênia, Itália, Argentina, Chile, Espanha, Uruguai, Paraguai, Holanda, Alemanha, México e Canadá. Realizou o Caminho de Santiago, percorrendo seus 777 km em 28 dias. Em 2018 foi o único latino-americano a cobrir a estreia da escalada nos Jogos Olímpicos da Juventude e tornou-se o primeiro cronista esportivo sobre escalada do Jornal esportivo Lance! e Rádio Poliesportiva.