Em 19 de fevereiro, O conselho de administração da USA Climbing, entidade responsável por administrar os campeonatos de escalada nos EUA, aprovou um enorme conjunto de recomendações enviadas pela Força-Tarefa de competições da organização. Portanto, ao menos no formato, as competições de escalada nos EUA mudará e em breve.
Essas mudanças variam de grandes a pequenas, impactando as regras da concorrência, estruturas de duração da temporada de competição, caminhos competitivos e padrões de qualificação. As novas regras afetarão as estruturas de escalada e treinamento em todos os EUA.
O objetivo das mudanças é o reconhecimento que o campeonato pan-americano que acontece em solo norte-americano, representa um fechamento de ciclo. Além disso, visões equivocadas sobre formatos de competições, os quais existem há anos, deveriam ser repensadas. A USA Climbing começará a implementar as mudanças no segundo semestre de 2020.,
Esforço para a base
Como grande parte da geração de competidores no continente americano não foi renovada, a preocupação em trazer mas jovens para o esporte é um senso comum. Países como Equador, Chile e Argentina, estão colhendo os frutos de usar os recursos estatais na revelação de novos talentos. Os países sul-americanos implementaram critérios baseados em meritocracia.
Os EUA, mesmo sem contar com dinheiro público, ambiciona trilhar o mesmo caminho. Para isso aposta em mudanças estruturais e com pensamentos de treinamento modernos e para isso o conselho de administração aprovou mudanças estruturais na categoria juvenil.
A categoria agora será dividida em duas faixas de competição: uma série de qualificação e uma série de recreação. Jovens escaladores de 17 anos ou menos que preferem uma atmosfera divertida e de baixo estresse (como os festivas de boulder) agora podem optar por competir neste último.
Uma outra modificação será a de que os escaladores com 11 anos ou menos não competirão nos campeonatos nacionais.
Maior profissionalismo
A temporada de escalada da competição para adultos agora consistirá em uma série de copas nacionais expandida, além do campeonato nacional e do evento de seleção de equipes dos últimos anos. Uma série recreativa também pode ser criada para escaladores adultos em 2021.
O formato de seleção a ser adotado pelo USA Climbing se assemelha muito aos Crossfit Games, que possuem vários torneios regionais, para selecionar atletas para competir em um campeonato somente como os melhores.
Mudanças também afetarão as estruturas. Haverá padrões rígidos para os route setters, além de rodízio entre os chefes. Diferentemente do que acontece em diversos países da América do Sul, que possui um monopólio de route setters (e que condena o esporte à estagnação), os EUA pretendem sair deste círculo vicioso que acabou mascarando os resultados criando falsas expectativas a respeito de desempenho em Copas do Mundo e Campeonatos Mundiais.
O documento com todas as recomendações pode ser lido na íntegra: http://www.usaclimbing.org
Formado em Engenharia Civil e Ciências da Computação, começou a escalar em 2001 e escalou no Brasil, Áustria, EUA, Espanha, Argentina e Chile. Já viajou de mochilão pelo Brasil, EUA, Áustria, República Tcheca, República Eslovaca, Hungria, Eslovênia, Itália, Argentina, Chile, Espanha, Uruguai, Paraguai, Holanda, Alemanha, México e Canadá. Realizou o Caminho de Santiago, percorrendo seus 777 km em 28 dias. Em 2018 foi o único latino-americano a cobrir a estreia da escalada nos Jogos Olímpicos da Juventude e tornou-se o primeiro cronista esportivo sobre escalada do Jornal esportivo Lance! e Rádio Poliesportiva.