Conheça 6 procedimentos para orientar-se na montanha quando não há visibilidade

Você sabe o que fazer quando estiver na montanha e não existe muita, ou nenhuma, visibilidade?

Orienta-se na montanha quando está tudo perfeito é relativamente fácil para o montanhista com razoável experiência. Entretanto, quando a visibilidade é nula, como uma neblina espessa, quando nem o mais experiente montanhista possui pontos de referência, como agir nesta situação?

Nas montanhas, ou qualquer outro lugar montanhoso, si o mau tempo começa a tomar conta de tudo e a visibilidade começa a reduzir-se, o mais inteligente é abandonar o itinerário e abortar o passeio. Mas e quando não for possível mais voltar para trás?

Como todo montanhista sabe de antemão (se não sabe, deveria sabê-lo), na montanha o clima pode variar a qualquer momento e de forma radical. Em questão de minutos, podemos estar em uma paisagem estranha, observando apenas uma massa branca ao nosso redor, sem saber se subimos ou descemos. Sem nenhum ponto de referência. Ou seja, em termos alpinos, o que acontece chama-se whiteout.

Witheout: condição climática na qual a visibilidade e o contraste são gravemente reduzidos por neve ou neblina. O horizonte desaparece por completo e não há pontos de referência, deixando o indivíduo em uma orientação distorcida.

O que não fazer no Witheout

Primeiramente saber de antemão alguns conceitos básicos para orientar-se quando o clima o impeça. Seja em uma tempestade, nevasca ou mesmo neblinas densas. A neblina, ou nevoeiro, é a formação de nuvens em proximidade com o solo por intermédio da condensação da água presente na atmosfera em forma de umidade. Por definição, só pode ser considerada neblina quando a visibilidade horizontal é prejudicada em uma distância de até 1.000 metros. Esse fenômeno costuma ocorrer em regiões serranas, onde a altitude atua na redução das temperaturas e na interceptação das massas de ar úmido advindas de outras localidades. Portanto, nos horários mais frios do dia, fatalmente se formam os nevoeiros nessas regiões.

Portanto, aqui partimos da hipótese de que o leitor possui os conhecimentos necessários para navegar na montanha quando há boa visibilidade. Entenda por saber orientar-se, com ter a capacidade de ler um mapa topográfico, medir distâncias, altitudes, cronometrar, entre outros aspectos essenciais da orientação em montanhismo. Se este não é o seu caso, o melhor é que procure um bom instrutor de montanhismo e procurar absorver o conteúdo. Não é lendo em sites comprometidos com o leitor, muito menos em revistas impressas (que tratam todos os assuntos com superficialidade e sem compromisso) que irá aprender sobre o assunto.

Portanto, a orientação na montanha não somente requer conhecimento de técnicas e teoria, mas uma habilidade que se melhora com a prática.


Mantenha-se geolocalizado

Ao longo de seu passeio ou expedição, mantenha-se atualizado sobre a sua localização com uma bússola, mapa ou mesmo um aparelho de GPS. Lembre-se que o seu aparelho de GPS pode falhar. Assim, o melhor que pode fazer é sempre carregar, por via das dúvidas, um mapa topográfico e uma bússola em algum lugar estratégico de sua mochila.

Não esqueça de, claro, deixar o mapa e bússola protegidos de umidade e de eventuais choques mecânicos.


Observe

Caminhe devagar, observando tudo à sua volta. Repare nos detalhes dos lugares que passar, coletando, se possível, pontos de referência, assim como lugares que deverá evitar como, por exemplo, barrancos, rochas, precipícios, rios, córregos (que podem aumentar bruscamente com chuvas fortes e tempestades), etc.

Quando souber e memorizar o caminho que está realizando, será muito mais fácil encontrá-lo na volta.


Posicione-se

Na medida do possível, antes que a neblina ou tempestade te cerque, guarde sua posição exata no mapa topográfico com a ajuda da bússola ou GPS. Procure também identificar o caminho que irá permitir chegar a alguma trilha ou mesmo estrada, assim como o tempo que irá necessitar para isso.

Se estiver com um grupo de pessoas, mantenham-se juntos sempre. À medida que a visibilidade piora, é muito tentador acelerar o passo. O mais prudente é ficar juntos e pensar em conjunto.


Faça uma coisa de cada vez

O tempo é crucial, mas não tente economizar minutos fazendo duas atividades de uma vez. A pressa é inimiga da perfeição. Não olhe a bússola e o mapa ao mesmo tempo que o GPS enquanto caminha. Isso pode ser perigoso pois não estará fazendo nem uma coisa, nem outra.

Se sabe de onde vinha, mas não sabe para onde ir, é melhor parar um pouco para localizar-se no mapa. Neste momento o mais prudente, além de inteligente, é controlar a passionalidade e colocar a racionalidade em ação.


Comunique-se

Sempre que possa, avise à polícia ou mesmo os encarregados do parque ou trilha que está realizando. Estes são os verdadeiros responsáveis de resgatá-los no caso de algum imprevisto.

Por mais que esteja com estes localizadores satelitais, procure comunicar-se com quem de fato pode ajuda-lo rapidamente. Procure ser objetivo na comunicação, não deixando nada subentendido e, preferencialmente, se estiver falando com alguém escute atentamente.


Mantenha a calma

Assim que ficar sem visibilidade, não arrisque a caminhar distâncias muito grandes. Preferencialmente, veja pouco a pouco o caminho que tem de fazer. Orientar-se na montanha com pouca ou nenhuma visibilidade, tempestades, nevascas, etc, requer foco contínuo e muita calma. O tempo que tomar para realizar o trekking será mais atrasado com pouca visibilidade.

Não se desespere, o nervosismo e cansaço poderão fazer com que você duvide das referências que antes havia memorizado. A leitura do mapa, entre outros aspectos necessários para tomar decisões, necessita de pensamento racional.

No topo deste artigo, há um vídeo, disponibilizado pela BMC (British Mountaineering Council) para navegar pela montanha sob condições adversas. Observe-o e debata com seu instrutor de montanhismo sobre os tópicos. Isso porque um montanhista nunca sabe tudo e, infelizmente, quando acredita que já sabe tudo travestido da fantasia de “experiente” (que não garante nada em conhecimento) acaba sendo vítima de acidente.

Tradução autorizada: https://freeman.com.mx

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