“The People of Climbing”: Um filme que retrata a questão da desigualdade racial no mundo outdoor

“The People of Climbing” é um curta de 14 minutos destaca a questão da desigualdade racial no universo outdoor. O filme é ambientado na perspectiva de pessoas afrodescendentes que participaram do primeiro Festival Color The Crag nos EUA. O festival, fundado em 2018, tem como objetivo reunir comunidades de afrodescendentes para escalar, fortalecer a comunidade e apoiar a diversidade.

Embora o Color the Crag tenha cancelado o festival de 2020 por conta da pandemia de COVID-19, os organizadores continuarão planejando e oferecendo outros eventos este ano. Organizações como Melanin Base Camp, Outdoor Afro e Brown Girls Climb estão oferecendo oportunidades para afrodescendentes que antes não eram convidadas, expostas ou envolvidas na comunidade externa.

Mas e no Brasil?

No Brasil, o racismo ocorre baseado no fenótipo. Ser negro no Brasil é diferente de ser negro nos EUA, por exemplo. Cada país teve um processo de colonização diferente.

Culturalmente, o brasileiro possui um vício difícil de diluir: o de negar certas realidades de nossa sociedade. A existência de preconceito e racismo é um destes “problemas” de nossa sociedade que muitos negam sistematicamente existir. De acordo com pesquisa do Instituto DataFolha, divulgada no final de 2019, apontou que um a cada três brasileiros afirmou que já foi vítima de discriminação por sua classe social.

No universo outdoor há pouca inclusão social. Mesmo nos bancos de imagens, gratuitos ou não, raramente são usados modelos afrodescendentes. As já quase extintas revistas impressas raramente exibe um afrodescendente em suas capas.

Portanto, assim como nos EUA, há iniciativas de incluir afrodescendentes, pessoas de baixa renda, e outros tipos de perfis sociais que quase nunca participam das atividades de natureza. O maior destaque fica por conta do Espaço DOM de Aventura, que fica dentro da Escola Dom Cipriano Chagas no Rio de Janeiro, um projeto social que busca utilizar a escalada para fazer a inclusão social de crianças carentes.

A escola fica no bairro carioca de Botafogo. O projeto do muro de escalada tem por objetivo trabalhar as habilidades sociais e emocionais dos alunos, assim como o condicionamento físico e coordenação motora das crianças.

Um outro projeto social que procura integrar pessoas de comunidades carentes é o projeto social Centro Urbana Escalada (CEU). O idealizador do projeto é Andrew Lenz e é considerado, dentro da comunidade de escalada, uma iniciativa referência quando o assunto é inclusão social por meio do esporte. O Centro Urbana Escalada já possui 7 anos de existência.

Nas redes sociais, ainda há pouco movimento nesse aspecto. Um dos precursores é o perfil de Instagram Negritude Outdoor, que procura convidar mais e mais afrodescendentes para trilhas e escaladas.

 

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