Supere seu medo de cair – Entenda seu medo

Como você se relaciona com o medo? Sentimos medo em muitas partes de nossas vidas. Podemos ter medo de pedir alguém em namoro quando somos adolescentes, ou temer uma entrevista de emprego ou ter medo de falar na frente de outras pessoas. Todos esses são medos psicológicos, que não nos machucam fisicamente. Cair durante a escalada é único, pois combina medos fisiológicos e psicológicos.

Como podemos nos machucar fisicamente, temos medo de cair. Também podemos nos machucar mentalmente se compararmos a queda com falha. Quando o medo está fora de controle, nosso foco pode-doentiamente- se transformar em “livrar-se” do medo, em vez de vê-lo como um guia importante para avaliar os riscos em nossa escalada.

O medo é natural. Todos nós o sentimos. Eu o sinto. E por que não iríamos senti-lo?

Foto; https://goclimbmagazine.com/

Todos nós temos zonas de conforto com base nas experiências que tivemos. Qualquer coisa fora de nossas zonas de conforto – nossas experiências – é desconhecida. O medo nos ajuda a sobreviver; impede-nos de entrar em situações desconhecidas ao acaso fora da nossa experiência.

Então, sim, o medo é crítico para nossa sobrevivência e, portanto, precisamos honrar sua orientação. Ele nos orienta a tomar as medidas apropriadas para o desconhecido, a fim de maximizar o aprendizado e minimizar os riscos de lesão.

O medo impedirá você de correr riscos, para que você possa sobreviver, mas a mera sobrevivência não cria uma vida significativa. A menos que você encontre maneiras de combater o medo, provavelmente se arrependerá de grande parte da sua vida.

Você não pode vencer seu medo com apenas um grande passo. Você precisa dar pequenos passos, não apenas para diminuir os riscos de lesão, mas também, talvez o mais importante, para aproveitar todo o processo. Pergunte a si mesmo: “Quero aproveitar minha escalada e minha vida, ou só quero acabar logo com ela?” Eu suponho que você escolheria o primeiro, portanto, aborde as quedas da mesma maneira.

Pequenos passos ajudarão você a aproveitar mais o processo.

É importante também perceber que cair não é algo que você pode decidir não fazer. Independentemente de você gostar ou não de cair, a queda é uma consequência de sua escolha de escalar. Cair é inevitável, portanto, em vez de evitá-la, encontre maneiras de adotá-la com responsabilidade.

Aceite o que deseja da escalada, os riscos que está disposto a correr e os que não está. Todos nós temos diferentes composições mentais e físicas. Precisamos conhecer a capacidade que temos para irmos além de nossos limites. Se nos esforçarmos demais, podemos quebrar. Por exemplo: eu estou velho agora. Meus ossos, com mais de 60 anos de idade, não são tão flexíveis quanto quando eu tinha 20 anos.

Portanto, é provável que se quebrem mais facilmente agora. Preciso considerar esse fato quando decidir o que quero que a escalada me dê agora, nesta idade. Outra consideração para os escaladores mais jovens, com menos experiência, é o sentimento de invulnerabilidade.

A vida ainda não os atingiu muito, então eles se sentem invencíveis. Essa mentalidade pode ajudá-los a alcançar muito, mas eventualmente isso acabará. Eles podem cair de forma imprudente e possivelmente se machucar ou assustar, impedindo o aprendizado e o prazer da escalada. Se esse é você, desconfie de se sentir invencível, porque nenhum de nós é.

Finalmente, após o envolvimento responsável da prática de queda, você pode perceber que não gosta do sentimento de queda ou do medo associado a ela. Cair pode não ser a sua “xícara de chá”, e você decide que o que quer da sua escalada é não cair. Isso não significa que você não cairá.

Em vez disso, significa que você escolherá conscientemente guiar apenas vias que estejam bem dentro de sua capacidade e se esforçar apenas em rotas mais difíceis em top rope ou de segundo com outra pessoa escalando. Não há nada de errado com essa escolha. Todos precisamos aceitar o que queremos da escalada e o que estamos dispostos a fazer para cumprir as responsabilidades e as consequências dessa escolha.

Advertências

  • Risco: nada, nem mesmo a instrução de um treinador ou este curso on-line, pode eliminar os riscos associados à prática de quedas. Aceite a responsabilidade por qualquer informação que você utilize para praticar.
  • Conhecimento experimental: é importante perceber que você sabe cair quando experimenta uma queda adequada. Isso só pode ser obtido com instruções adequadas.
  • Motivação: a motivação por conquistas da sua mente pode causar problemas, levando você a assumir riscos que não são apropriados. Então, você precisa ter cautela.

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O livro “The Rock Warrior Way – Mental Training for Climbing” está à venda traduzido para a língua portuguesa no Brasil em: http://www.companhiadaescalada.com.br

Sugestões

  • Melhor opção: treine com um treinador para ajudar a orientar sua prática. Temos uma rede de treinadores do (caminho do guerreiro) Warrior’s Way nos EUA e no exterior, especialistas no ensino de queda.
  • Próxima melhor opção: utilize meu curso on-line, que descreve o processo minuciosamente com vídeos, fotos, textos, entrevistas, tarefas de casa, perguntas e respostas e muito mais.
  • Pior opção: pratique sem esses recursos. Se o fizer, faça-o em pequenos passos e incrementos.

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