De tempos em tempos os esportes de natureza passam por uma explosão de interesse, como se fossem recém descobertos.
O Surf vive o mesmo momento com Gabriel Medina após a conquista do campeonato mundial em 2014.
Os escaladores americanos Tommy Caldwell e Kevin Jorgeson foram protagonistas da escalada tradicional mais difícil do mundo e que teve um interesse sem precedentes da mídia americana, e que acabou por divulgar o esporte internacionalmente.
O interesse é tanto que o maior evento esportivo dos Estados Unidos, e que possui uma audiência arrasadora em todo o mundo, irá disponibilizar uma parede de escalada para o público que for ao estádio prestigiar o evento.
Batizado de Grand Canyon Experience, será uma parede de escalada patrocinada pelo Banco Nacional do Arizona e terá 9 metros de altura e 30 metros de largura, com a particularidade de haver uma cachoreira artificial de 5 metros .
A parede de escalada terá uma textura que tentará imitar o arenito do Grand Canyon, e terá em torno de 20 vias distribuídas ao longo da parede com dificuldade “kid-friendly” (possível ser feitas por crianças) segundo informou o site azsuperbowl.com
Aliado à atração será a disponibilização de uma tela gigante posicionada ao topo, para que o público veja o jogo do superbowl enquanto escalar.
Escaladores prestigiam Talk-show de Ellen Degeneres
Confirmando o Hype sem precedentes para o esporte de escalada, os escaladores Tommy Caldwell e Kevin Jorgeson foram convidados pela apresentadora Ellen Degeneres para falarem sobre a realização do sonho de encadenar a via tradicional mais difícil do mundo.
De maneira equivocada algumas publicações não odotadas de nenhum espírtito outdoor divulgaram em seus sites que a dupla “venceu” ou “bateu” a via, como se a escalada fosse uma luta de boxe.
Para corrigir estas publicações, o próprio Kevin Jorgeson foi ao twitter intervir e ressaltar que era a realização de um sonho, não uma batalha.
Ao iniciar a entrevista e explicar a dificuldade Degeneres fez uma pergunta que arrancou risos de todos: “Por que?” (why?).
Mostrando uma eloquência e desenvoltura pouco comum a atletas de elite, Tommy Caldwell apenas respondeu: “Se você for bobo, melhor que seja durão” (If you gonna be dumb, better be tough).
Caldwell falou sobre o trauma de perder parte do dedo indicador da mão esquerda, e sobre sua carreira e desafios para o futuro.
Parte da entrevista pode ser lida abaixo.
Como grande prova do interesse geral pelo esporte pode ser visto pelos prabéns de ninguém menos que Barak Obama, o presidente dos EUA.
Obama fez questão de parabenizar a dupla de escaladadores com um retrato ao fundo do Parque Nacional de Yosemite
O interesse no Brasil
Como não poderia ser diferente no Brasil o interesse por experiências outdoor cresce a cada dia.
Com as cidades inchadas, relatos de viagens feitas por jornalistas coxinhas e, principalmente, uma necessidade de ter experiências pessoais diferenciadas do coletivo aliado ao sentimento de querer realizar algo único está abrindo um horizonte de possibilidades para os esportes de montanha.
A revista Época desta semana adiantou-se a outras publicações rivais, e divulgou ainda mais o esporte em sua capa. (leia a reportagem aqui)
A expectativa é de que haja o aparecimento de mais eventos de relevância, assimc omo novos espaços para a prática de esportes de montanha como escalada, trekking, canoagem e etc.
Formado em Engenharia Civil e Ciências da Computação, começou a escalar em 2001 e escalou no Brasil, Áustria, EUA, Espanha, Argentina e Chile. Já viajou de mochilão pelo Brasil, EUA, Áustria, República Tcheca, República Eslovaca, Hungria, Eslovênia, Itália, Argentina, Chile, Espanha, Uruguai, Paraguai, Holanda, Alemanha, México e Canadá. Realizou o Caminho de Santiago, percorrendo seus 777 km em 28 dias. Em 2018 foi o único latino-americano a cobrir a estreia da escalada nos Jogos Olímpicos da Juventude e tornou-se o primeiro cronista esportivo sobre escalada do Jornal esportivo Lance! e Rádio Poliesportiva.