Sul-americana quebra tabu e chega às semifinais da copa do mundo de escalada

A argentina Valentina Aguado, de 18 anos, quebrou um tabu que já durava mais de 10 anos e se classificou às semifinais da segunda etapa da temporada de vias guiadas da Copa do Mundo de Escalada da International Federation of Sport Climbing (IFSC).

A própria Valentina Aguado já tinha se classificado para as semifinais há três anos, mas foi desclassificada pela entidade organizadora porque tinha menos de 16 anos à época. A inscrição da atleta foi realizada pela federação argentina que, aparentemente, desconhecia a existência desta regra vigente à época.

Desta vez totalmente regular, Valentina Aguado chegou se classificou em 12º lugar, de um total de 20. Para se classificar às finais, basta chegar entre as oito melhores colocadas. Por estar a apenas 4 colocações da oitava colada, a América do Sul pode presenciar pela primeira vez em sua história um atleta (homem ou mulher) nas finais de uma etapa da Copa do Mundo de Escalada.

As competições estão sendo realizadas na praça Mont Blanc, na cidade francesa de Chamonix. Com um total de 214 escaladores oriundos de 37 nações diferentes, a etapa conta com grandes nomes do esporte da atualidade.

As semifinais e finais serão disputadas amanhã e, como de praxe, será transmitido gratuitamente pelo canal do IFSC no YouTube.

O streaming do IFSC é gratuito e, por isso, não é necessário adquirir nenhum pacote premium do YouTube ou canal a cabo, para assistir.

Janja Garnbret se classifica em 1ª (como sempre)

Se há uma que não é surpreendente ver chegar no Top das vias de qualificação é Janja Garnbret. A jovem eslovena, vitoriosa em todas, sem exceção, etapas Copa do Mundo de Escalada nesta temporada, estabeleceu o objetivo de fazer o mesmo em vias guiadas: conquistar o ouro em todas as etapas do mundo.

Após sua vitória na semana passada em Villars (com direito de fazer Top sem seu saco de manganésio) tudo indica que ela estará no mais alto degrau do pódio novamente em Chamonix.

O desafio de Janja cumprir seu ousado objetivo não vem do Japão (seleção que domina todas as competições), mas da Coreia e chama-se Chaehyun Seo. Seo é uma escaladora de 15 anos, que está fazendo sua estreia no circuito internacional este ano. Na primeira etapa já terminou com uma medalha de prata em Villars, na Suíça.

Hoje, Janja Garnbret e Chaehyun Seo foram as únicas escaladoras que fizeram top.

Adam Ondra imbatível

Depois de perder a primeira etapa da Copa do Mundo em Villars por causa de uma lesão no pulso, Adam Ondra estava de volta hoje ao estilo que mais gosta: as vias guiadas. Todos os olhos estavam voltados para o tcheco, que, como sempre, não decepcionou.

Ele tomou facilmente a liderança da qualificação ao ser o único homem a encadenar as duas vias da qualificação, incluindo a via número 1, que teve apenas um top. Logo atrás de Ondra, está Alex Megos que assegurou sua classificação ao chegar ao Top na via número 2 e alcançando as últimas agarras da via 1.

O francês Romain Desgranges ficou na 3ª posição.

Atletas do continente americano

Foto: Eddie Fawke / IFSC

Há uma corrida paralela às vagas oferecidas na Copa do Mundo de Escalada, que são os escaladores do continente americano. Em uma matemática particular, alguns atletas estudam que algumas vagas ficarão para os atletas mais fortes do continente americano. Desta maneira, quando houver a classificatória continental, que será disputada em fevereiro de 2020 nos EUA, estes mesmos atletas já teriam suas vagas garantidas e poderiam, ao menos em tese, abrir uma concorrência para outros atletas.

Ao que parece, se prevalecer esta matemática, Valentina Aguado seria uma forte candidata à vaga, mas na categoria masculina esta, em teoria, estaria “aberta”. Para isso, claro, o atleta deveria pelo menos ter se classificado para as finais de cada uma das categorias. Ou seja, por melhor classificado um sul-americano estiver, ele ainda assim deverá superar mexicanos, norte-americanos e canadenses. Uma tarefa difícil que, levando em consideração os resultados do último campeonato pan-americano, não aconteceu.

Foto: Eddie Fawke / IFSC

Portanto passar ás semifinais, ou estar bem próximo da “nota de corte” de chegar às semifinais, é o que serviria de norte, para saber as verdadeiras chances de ir a Tóquio 2020. A matemática divulgada em redes sociais “funcionaria” somente para esta situação (chegar às semifinais).

Pelas mulheres, as melhores classificadas, pela ordem, foram de um total de 103 atletas (sul-americanas em negrito):

  • Ashima Shiraishi (6ª) – EUA
  • Valentina Aguado (12ª) – Argentina
  • Margo Hayes (20ª) – EUA
  • Brooke Raboutou (28ª) – EUA
  • Kyra Condie (32ª) – EUA
  • Alannah Yip (35ª) – Canadá
  • Andrea Rojas (49ª) – Equador
  • Alejandra Contreras (61ª) – Chile
  • Allison Vest (62ª) – Canadá
  • Rebecca Frangos (70ª) – Canadá
  • Sofie Buitendyk (73ª) – Canadá
  • Bianca Castro (84ª) – Brasil
  • Indiana Chapman (90ª) – Canadá
  • Muykuay Silva (101ª) – Chile
  • Jennifer Marie de La Torre (103ª) – México

Pelos homens, os melhores classificados, pela ordem, foram de um total de 111 atletas (sul-americanos em negrito):

  • Sean Bailey (15º) – EUA
  • Nathaniel Coleman (19º) – EUA
  • Sean McColl (23º) – Canadá
  • Lucas Ushida (37º) – Canadá
  • Benjamin Ayala (52º) – Chile
  • Rudolph Ruana (59º) – EUA
  • Jesse Grupper (67º) – EUA
  • Danny Valencia (67º) – Equador
  • Ronny Escobar (79º) – Chile
  • Sean Faulkner (82º) – Canadá
  • Benjamin Vargas (83º) – Chile
  • Cesar Grosso (86º) – Brasil
  • Felipe Foganholo (92º) – Brasil
  • Kindar McNamee (99º) – Canadá
  • Simón Padin (101º) – Argentina
  • José Maria Aljaro (102º) – Chile
  • Carlos Granja (103º) – Equador
  • Emilio Rios (105º) – Chile

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