Slow Adventuring: O que é a nova tendência de prática de atividades de natureza

Tudo parece viver em um ritmo acelerado ultimamente. Movido por um estilo de vida frenético, especialmente por uma cultura urbana dos grandes centros, tudo em nossas vidas parece ser desfrutado com pressa. Comidas, convivência e experiências. Fazer tudo com pressa claramente é uma loucura.

Há que pregue que o ato de desacelerar, para viver com mais calma, é o caminho para evitar doenças. Descobrir qual é o ritmo ideal de realizar as tarefas pessoais é de uma sabedoria enorme sobre si mesmo e um exercício sobre o quem quer levar ma vida menos sufocante.

Nosso vício em velocidade é tão grande que estamos até tentando acelerar coisas que são, por natureza, projetadas para nos desacelerar. É por isso que o movimento slow, que convida as pessoas a desacelerar, está crescendo e rapidamente e chegou ao universo outdoor.

Slow Adventuring?

Em meados da década de 1980, o italiano Carlo Petrini criou o movimento Slow Food. Tendo como objetivo promover uma maior apreciação da comida, melhorar a qualidade das refeições e uma produção que valorize o produto, o produtor e o meio ambiente, o movimento impactou várias filosofias de vida.

Sua ideia de ‘desacelerar’ era tirar um tempo para aproveitar a vida ao máximo, em vez de passar rapidamente pelos dias e experiências para encontrar a próxima sensação. O conceito de ‘lentidão’ se espalhou para além da arte de comer e foi aplicado a tudo, desde viagens a sexo, design urbano e paternidade. Todas coisas boas e altamente recomendáveis.

Você pode pensar que uma atividade outdoor lenta seria mais difícil de realizar, afinal todos temos uma vida cotidiana com horários e dias definidos de maneira espartana. Muitas destas atividades são pensadas em termos de energia, competição e velocidade. Mais rápido, mais forte e mais alto define muitas atividades ao ar livre.

Partindo deste princípio, vários praticantes começaram a fazer bravatas em suas narrativas de que é necessário fazer o a “travessia mais difícil”, a “trilha mais isolada”, o “grau mais difícil”, tornar-se o “escalador mais forte” e assim por diante. Há muito que o universo outdoor está repetindo toda a competitividade vivida no ambiente urbano.

A quebra de recordes e os feitos de extrema resistência podem ser genuinamente inspiradores. Inegavelmente é um bom atrativo para angariar audiência e alimentar os “masturbadores de recordes” que existem em toda comunidade esportiva.

Mas existem muitas outras maneiras de vivenciar o universo outdoor, portanto as “aventuras lentas” são uma das mais gratificantes para muitas pessoas. Especialmente aquelas que desejam apenas desfrutar ao máximo uma experiência e não apenas ir ali para obter uma marca ou mesmo postar em uma rede social.

Regra 1: Não tão rápido

Simplificando, Slow Adventuring é trabalhar seus próprios interesses e habilidades nas suas atividades, para criar uma maneira individual de se conectar com a natureza. Em outras palavras: se fulano está mais rápido, mais alto ou fazendo algo notável, bom para ele. Procure desfrutar à sua maneira. Cada pessoa possui um ritmo, procure encontrar o seu.

Para algumas pessoas essa conexão pode muito bem vir de uma imersão em fazer a travessia da Serra Fina em apenas um dia ou escalar a via mais difícil do lugar. Para eles, o treinamento, o planejamento, o foco e o equipamento levam a um resultado binário: sucesso ou fracasso. Para eles esse é o ponto essencial e o interesse único. Mas para outras pessoas talvez nem tanto.

Se alguém estiver cobrando de você que entre no ritmo dela, seja para se importar com velocidade ou marcas esportivas (que não está no seu espírito), explique que você tem o seu rimo e que desfruta das coisas à sua maneira.

Descobertas versus planejamento

Há quem não consegue viver sem planejamento. Horários e atividades devem ser programadas e realizadas dentro daquilo idealizado. Há em suas vidas uma ditadura do horário e do que estiver agendado.

Outras pessoas, deixam as oportunidades aparecerem ao acaso. No caso de atividades outdoor, isso pode ser executado. Porém muitos confundem deixar as coisas acontecerem a esmo com não se preparar para algo. Uma coisa não necessariamente tem a ver com a outra. Não planejar uma atividade é muito diferente de ir desfrutar a natureza despreparado na”porralouquice”.

Mesmo para sair de casa sem planejar é importante estar preparado para qualquer “surpresa”.

Comunidade Slow Adventuring

Foto: Timo Stern | Unsplash – @timonrets

Nada atrapalha mais uma atividade quando se tem um “estraga prazeres”. Uma pessoa que “destoa do espírito do grupo” acaba com qualquer viagem e torna atividade um pesadelo. Portanto o interesse comum para uma viagem, especialmente desfrutar algo, são todas as pessoas terem propósitos similares e muito maiores do que somente “ir para o lugar.

Saber respeitar a natureza é sempre importante. Mas também saber respeitar o ritmo e horários das outras pessoas também. Portanto é sempre fundamental verificar se algum integrante do grupo é dos apressadinhos.

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