A Revista Blog de Escalada divulgou em primeira mão para o Brasil os detalhes da história do montanhista malásio que desapareceu na semana passada depois de chegar a Annapurna (8.091 m). O montanhista foi hospitalizado e no início desta semana transferido para tratamento em seu país natal.
O principal responsável de ter salvo a vida do malásio Wui Kin Chin foi Nima Tshering Sherpa, sherpa que estava com ele naquela noite e deu ao alpinista seu último oxigênio para ajudá-lo a sobreviver. Como resultado de seu altruísmo, Nima sofreu uma lesão na coluna cervical, uma lesão na coluna, três dedos congelados e, infelizmente, nenhum sustento para sua família. Como Kin Chin ficou sem oxigênio suplementar perto de French Couloir, Sherpa deu seu tanque para ele. “Era meu dever salvar a vida dele, então eu dei a ele meu oxigênio”. Kin Chin tinha dois tanques de oxigênio suplementar, enquanto Sherpa mantinha um cilindro com ele.
Sherpa disse que lutou por mais de cinco horas em condições climáticas extremas para descer ao Acampamento IV. “Sofri queimaduras nos dedos dos pés e no pescoço e lesões na coluna enquanto descia”, acrescentou o guia.
Os sherpas, população local que trabalha como carregadores no Nepal, são reconhecidos por muitas mídias como aqueles que fazem possível a escalada nas montanhas do país. Ironicamente, após ter salvo a vida de uma outra pessoa, não houve muitos relatos na mídia sobre o fato do sherpa ter arriscado a própria vida para salvar a vida desse montanhista malásio e sair com graves ferimentos permanentes.
Nima, que perdeu o pai para o câncer há dois anos, tem 29 anos e três filhos (com 3, 9 e 11 anos respectivamente) e ganha o sustento de todo o ano na temporada de escalada, que é abril e maio. Caso algo aconteça de ruim, como um acidente, ficam sem meios de renda para o restante do ano. Nima Tshering Sherpa já foi condecorado com prêmio da embaixada da Noruega no Nepal em 2017.
Para que o tratamento médico, além do próprio orçamento familiar seja realizado, a portuguesa Marina Cortes iniciou uma campanha de arrecadação para juntar US$ 2.000 para Nima Tshering Sherpa. Até o final da reportagem já tinha juntado o montante de US$ 2.478,00.
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Formado em Engenharia Civil e Ciências da Computação, começou a escalar em 2001 e escalou no Brasil, Áustria, EUA, Espanha, Argentina e Chile. Já viajou de mochilão pelo Brasil, EUA, Áustria, República Tcheca, República Eslovaca, Hungria, Eslovênia, Itália, Argentina, Chile, Espanha, Uruguai, Paraguai, Holanda, Alemanha, México e Canadá. Realizou o Caminho de Santiago, percorrendo seus 777 km em 28 dias. Em 2018 foi o único latino-americano a cobrir a estreia da escalada nos Jogos Olímpicos da Juventude e tornou-se o primeiro cronista esportivo sobre escalada do Jornal esportivo Lance! e Rádio Poliesportiva.