Saiba quais são os principais filmes outdoor para ver em 2020

O ano de 2020 entrará para a história como o golpe mais duro que a indústria do entretenimento sofreu. Cinemas e teatros fecharam, sem data definida para abrirem. Festivais, feiras e congressos foram cancelados. Para piorar o cenário, ainda sequer há uma data definida de quando voltarão a funcionar.

As medidas de afastamento social já duram desde março de 2020 e parecem a cada dia longe de acabar. Precisa de um exemplo do quão sério é esta realidade para os produtores de conteúdo de entretenimento, aqui vai o mais impactante de todos: em razão da pandemia o SXSW 2021, realizado anualmente em março, será totalmente online.

Realizado desde 1987, em Austin, nos EUA, o South by Southwest (SXSW) se destaca de outros festivais do mundo por ir muito além da música e por já ter sido palco de grandes novidades mundiais. Durante alguns dias, além de conferências, o evento tem mostra de cinema e de inovações tecnológicas.

Impacto nos filmes outdoor

Para quem está acostumado com o Reel Rock Tour, Banff Mountain Film Festival, Kendal Mountain Festival, Freeman Film Festival, entre outros, acontecerem todos os anos no final do ano terá de esperar até 2021. Particularmente o Reel Rock Tour, assim como o filme The Alpinist, que voltaria a ser exibido no Brasil após quase quatro anos de ausência, não irá acontecer.

A saída para alguns festivais é fazer exibições on-line para o público com obras inéditas. Há exibições também de filmes mais antigos, os quais estão livremente distribuídos na internet, mas a iniciativa não animou o público e obteve pouca audiência.

Alguns produtores se animaram a eles mesmos lançarem suas obras em plataformas abertas como o YouTube ou Vimeo, para a apreciação da audiência. Produções ousadas e de orçamento pomposo como “Valhalla, cielo de roca”, “Purple Mountains”, “Rising Phoenix”, “Stone Locals”, “Public Trust” e até mesmo o dramático “Dark Divider” são excelentes opções para quem sente falta de ir no cinema e ver seu esporte documentado.

Valhalla – Cielo de roca

O filme documentário “Valhalla, cielo de roca” conta a história de Edu Marín, seu pai Francisco “Novato” e seu irmão Alex na conquista do maior teto do mundo, no grande arco de Getu, na China.

Os ingressos para ver o filme já estão à venda e podem ser adquiridos ao preço de € 8,95 (R$ 55,88).

O plano inicial de Marín era fazer uma prévia em Barcelona em maio passado, mas a pandemia o fez mudar seus planos e se adaptar às circunstâncias. Após esta estreia online, terá início um tour pelos festivais de cinema de montanha e, em 2021, estará disponível para aluguel e download.

Purple Mountains

O novo documentário Purple Mountains envia o expectador a refletir sobre as eleições de 2020 nos EUA. O filme de Jeremy Jones e Teton Gravity Research, já foi lançado, destacando os esforços de Jones para se envolver com seus detratores e encontrar um terreno comum viável na política climática.

O filme completo estreou em 16 de setembro como parte do esforço de Protect Our Winters para unificar e orientar a comunidade outdoor para votar (voto nos EUA não é gratuito).

Rising Phoenix

Rising Phoenix é um documentário de 2020 dirigido por Ian Bonhôte e Peter Ettedgui e estrelado por Tatyana McFadden, Bebe Vio e Jonnie Peacock.

O filme conta a história de nove atletas paraolímpicos e suas trajetórias em competições. Rising Phoenix foi lançado em 26 de agosto de 2020 na Netflix.

Stone Locals

Enquanto o esporte ainda tenta amadurecer com sua popularidade crescente, as pessoas que defendem sua essência e comunidade têm uma responsabilidade maior do que nunca.

São elas que orientam, apoiam e inspiram as outras, ouvindo e aprendendo da mesma forma que ensinam.

Cinco dessas pessoas estrelam o novo filme da Patagonia: “Stone Locals: Rediscovering the Soul of Climbing”. O filme está disponível gratuitamente online a partir de 27 de agosto.

Public Trust

“Public Trust” é um documentário ambiental para este momento político crítico, especialmente nos EUA. Dirigido por David Garrett Byars e produzido executivo por Robert Redford e o fundador da Patagônia Yvon Chouinard, investiga a política ambiental polarizada em Washington, DC e nas capitais estaduais em todo o país, mas afirma que não somos tão polarizados quanto ao assunto terras públicas como políticos e corporações querem que acreditemos.

Em vez disso, argumenta que a vasta maioria dos norte-americanos favorece a saúde ecológica de longo prazo de nossos parques e monumentos em vez da extração de recursos de curto prazo. Também é um caso forte de que os interesses corporativos estão agora moldando ativamente a política de terras públicas.

Talvez as questões centrais de “Public Trust” envolvem os direitos e responsabilidades dos cidadãos norte-americanos (ou “proprietários de terras públicas”, como alguns no filme preferem chamá-los) em um país com espaços públicos vastos e vibrantes.

Importante também lembrar que o filme estreou na internet na mesma semana que Ministro Ricardo Salles articulou a revogação de restrições no Conselho Nacional do Meio Ambiente, o Conama, para privilegiar instalação de hotéis em detrimento de 1,6 milhão de hectares e de áreas de preservação. Uma medida muito similar ao de Donald Trump quando diminuiu 80% da área da reserva Bear Ears.

Na reunião ordinária realizada ontem, os 23 conselheiros revogaram as resoluções 302 e 303 do Conama, que estabeleciam normas como a proteção de uma faixa mínima de 300 metros de restingas e dos manguezais, além de mananciais urbanos e outros reservatórios de água. Essas são áreas de proteção permanente.

Sem essa preservação, há a possibilidade, por exemplo, de hotéis de luxo se instalarem em áreas de mangues, por toda a região litorânea.

Portanto, o filme “Public Trust” é muito sobre como governos podem destruir o patrimônio natural, tanto nos EUA, como no Brasil.

TheDark Divider

O filme “The Dark Divider” é baseado na história do renomado especialista em borboletas Robert Pyle (interpretado por David Cross), que embarcou em uma jornada de mudança de vida por uma das terras selvagens desprotegidas mais importantes dos EUA no verão de 1995.

Mas porque um filme dramático consta na lista de filmes outdoor de 2020. Simples, pelo fato de que agora existe uma REI Co-Op Studios. Ou seja, não estranhe se a partir deste ano aconteça mais filmes do gênero para divulgar os esportes outdoor a uma maior fatia de pessoas da sociedade.

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