A realização de treinamentos é a chave para o sucesso de qualquer atleta. Não importa a modalidade. O corpo pode ser estimulado de inúmeras maneiras e reage de acordo com cada organismo, gerando adaptação. Por adaptação considere o (a) atleta ficar mais forte, mais ágil ou mais rápido (a). Para um bom treinamento é imprescindível ter o acompanhamento de um profissional em educação física.
Cada profissional de educação física, assim como todo profissional, é adepto de uma determinada metodologia. Algumas parecem eficientes, outras nem tanto. Mas existem algumas que parecem muito diferentes e fora do normal. Uma delas é o treinamento de oclusão vascular. Nunca ouviu falar? Ela é mais conhecida fora do círculo científico como treinamento de restrição de fluxo sanguíneo.
Restrição de fluxo sanguíneo
O treinamento para restrição de fluxo sanguíneo é uma técnica relativamente nova. Não é muito conhecida, especialmente na preparação física de escaladores. Mas, na opinião de alguns preparadores físicos europeus, poderia ter alguns resultados benéficos para quem necessita treinar resistência do antebraço.
O objetivo do treinamento de restrição do fluxo sanguíneo é restringir o retorno venoso, enquanto ainda permite o fluxo arterial envolvendo estrategicamente a parte superior dos membros. Ao restringir as veias, mas não as artérias, o sangue pode se acumular em um músculo em funcionamento, ficando preso lá. É como encher um balão de água com capacidade máxima sem ele estourar.
A intensidade de carga é essencialmente o equivalente metabólico das atividades do cotidiano do atleta. Devido à sua capacidade de aumentar o tamanho do músculo com uma carga tão reduzida, agora está ganhando considerável atenção em um ambiente de reabilitação.
Vale um aviso a quem planejar implementar sem consultar um profissional de educação física: apesar dos benefícios, existem poucas evidências científicas publicadas para sugerir que esse tipo de treinamento ofereça maior risco à saúde do que o treinamento físico normal com maior intensidade. Além disso há um impacto considerável na estrutura muscular de escaladores e na forma como treinam.
É eficiente para a escalada?
Como afirmado acima, é necessário mais estudos para a comprovação do método para a escalada e esportes que exigem força e resistência dos membros superiores.
O método está relacionado à possibilidade de bons resultados no aumento da força e da massa muscular com treinamentos que utilizam baixas cargas externas (intensidade de 20 a 50% de 1RM). Porém, grande parte dos educadores físicos consultados afirmaram que não substitui o treinamento convencional para pessoas saudáveis.
Como o treinamento de restrição de fluxo sanguíneo é para a hipertrofia, haverá um ganho de massa magra. Este ganho pode carretar na perda de agilidade, caso não seja trabalhada com o técnico e atleta. Porém, o aumento de força no antebraço pode ser potencializado pela técnica.
O que fica evidente ao examinar as evidências científicas publicadas, é que o treinamento de restrição de fluxo sanguíneo é um complemento particular do treinamento. Portanto não dispensa uma rotina de treinos com outros tipos de atividades complementares necessárias.
Porém, o acompanhamento é obrigatório de um profissional de educação física, que deve monitorar o desempenho.

Formado em Engenharia Civil e Ciências da Computação, começou a escalar em 2001 e escalou no Brasil, Áustria, EUA, Espanha, Argentina e Chile. Já viajou de mochilão pelo Brasil, EUA, Áustria, República Tcheca, República Eslovaca, Hungria, Eslovênia, Itália, Argentina, Chile, Espanha, Uruguai, Paraguai, Holanda, Alemanha, México e Canadá. Realizou o Caminho de Santiago, percorrendo seus 777 km em 28 dias. Em 2018 foi o único latino-americano a cobrir a estreia da escalada nos Jogos Olímpicos da Juventude e tornou-se o primeiro cronista esportivo sobre escalada do Jornal esportivo Lance! e Rádio Poliesportiva.