Relatório final do Censo de Montanhismo 2020 faz reflexões sobre o perfil do montanhista brasileiro

Por meio de uso de redes sociais e disponibilização de arquivo em PDF na nuvem, os idealizadores do Censo de Montanhismo 2020 disponibilizaram um dossiê completo sobre o perfil do montanhista brasileiro e faz reflexões sobre os resultados. A realização, assim como os resultados preliminares da maior e mais abrangente pesquisa feita em território nacional, teve apoio e cobertura completa pela Revista Blog de Escalada.

Com diversos artigos de divulgação, um episódio de podcast para esclarecer a importância do censo (escute no fim do artigo) e uma entrevista exclusiva para divulgar os primeiros resultados obtidos na massa de dados coletados (assista no topo do artigo), nenhum veículo brasileiro fez cobertura semelhante da mais importante pesquisa para os esportes de montanha brasileiro dos últimos anos.

No relatório final, a montanhista e ex-presidente da Federação de Montanhismo e Escalada de Minas Gerais (FEMEMG), esmiuçou todos os números coletados no censo e fez comparações com os números disponibilizados com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) para traçar o perfil médio do montanhista brasileiro.

Apesar da pesquisa ter sofrido boicote por um número considerável, principalmente por motivações ideológicas, provincianismo e localismo, sem contar com o aspecto do que pode se chamar de “ciúme político” de quem faz parte de entidades de classe, o Censo de Montanhismo 2020 conseguiu traçar um perfil bem perto da realidade.

Foto: Glenn Carstens-Peters em Unsplash

De acordo com o que foi respondido pelo público, o perfil geral do montanhista respondente é predominantemente formado por homens (69,93%), brancos (73,81%), entre 31 a 40 anos (41,81%), casados (45,33%), que vivem na região Sudeste do Brasil (63,20%), com graduação completa (57,09%), se dedicam à pratica de caminhada/excursionismo (52,65%), não estão vinculados ao montanhismo tradicional, iniciaram na prática acompanhando amigos (53,66%), praticam há mais de 5 anos (55,46%), são consumidores de conteúdo da temática em canais de internet e sites, usuários de Facebook, Instagram, YouTube e ganham mais do que dois salários mínimos (76,27%).

A coleta de dados foi realizada entre 06/12/2020 e 31/01/2021 e número total de formulários preenchidos
foi de 2.952. Após depuramento dos dados, a versão final ficou com 2.883 respostas válidas.

Montanhistas ignoram veículos impressos

A pesquisa confirmou também que o público praticante de montanhismo, mesmo sendo predominantemente da geração A primeira geração a conviver desde cedo com computadores pessoais, smartphones, internet e o fluxo global de informações (nascidos entre 1981 e 1996), ou seja mais conectada do que qualquer geração que veio antes dela e entre 40 e 26 anos, já desconsidera revistas impressas e canais tradicionais de TV obsoletos e sem sentido de existir.

Os millenials primeira geração a conviver desde cedo com computadores pessoais, smartphones, internet e o fluxo global de informações. No caso do Brasil, uma pesquisa de 2019 do banco Itaú BBA apontou que essa geração já compunha a maior parcela (34% do total) da população brasileira e cerca de 50% da força de trabalho.

O censo de montanhismo 2020 mostrou um aspecto fundamental que o diferenciou de outras iniciativas passadas, que foram as inclusões do mountain bike e corrida de aventura como “montanhismo”. Os primeiros levantamentos levavam em consideração apenas a escalada e aspectos técnicos dentro do esporte como “proteções passivas e ativas”.

Na pesquisa de 2020 houve também um levantamento em relação a lesões na prática do esporte. Além disso, também escancarou o pouco engajamento dos escaladores com entidades de classe. A pesquisa levantou tanto federações, quanto ligas independentes, possuem um desafio grande: engajar e melhorar a gestão (especialmente nas ligas independentes) para arrebanhar mais sócios.

O Censo Montanhismo 2020 indicou que a maioria dos respondentes não fazem parte do montanhismo
organizado, mas por outro lado 52,24% afirmaram participar de algum grupo informal (como grupos semi-organizados de prática): ao todo foram mais de 900 variações de nomes indicados.

O Relatório final do Censo de Montanhismo 2020 pode ser baixado aqui: https://blogdescalada.com

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