Que Reinhold Messner é um pioneiro da escalada, isso não é novidade. No entanto, após a polêmica remoção de seu recorde no Guinness, muitos defenderam Messner.
A saber, a lenda estadunidense Ed Viesturs foi uma delas que recusou o antigo título de Messner. Para Viesturs, Messner é incomparável. Confira a crítica de Ed Viesturs.
Ed Viesturs recusa antigo recorde de Reinhold Messner no Guinness

Divulgação/Eddie Bauer
Em resumo, Ed Viesturs deixou claro que ele não foi o primeiro a conquistar as 14 montanhas mais altas do mundo.
Em 2005, Viesturs se tornou o primeiro americano a alcançar o cume de todas as montanhas com mais de 8.000 metros, uma façanha considerada o ápice das realizações alpinas.
A saber, essa jornada épica levou 18 anos de sua vida, seguindo os passos do lendário alpinista Reinhold Messner, o verdadeiro pioneiro dessa conquista.
No entanto, o Guinness World Records retirou a maior conquista de Messner, alegando que ele não alcançou o verdadeiro cume do Annapurna.
A saber, isso foi baseado em alegações de um historiador alemão, Eberhard Jurgalski, que administra o site 8000ers.com.
Isso levou o Guinness a reconhecer Viesturs como o novo detentor do recorde, uma decisão que ele recusou e não apoiou.
Não via sentido nisso. Messner é, e sempre será, o verdadeiro detentor do recorde. – disse Viesturs em uma entrevista recente.
Ed Viesturs e Reinhold Messner de encontro marcado

Ed Viesturs é fã declarado de Reinhold Messner
Em 14 de outubro, essas duas lendas da escalada se encontrarão pela primeira vez em um festival esportivo em Trento, Itália.
Lá, discutirão as repercussões da decisão do Guinness, destacando a falta de compreensão da mídia convencional sobre a escalada de montanhas e suas nuances.
Messner perdeu os títulos do Guinness de primeira pessoa a escalar as 14 montanhas com mais de 8.000 metros e de primeira pessoa a fazê-lo sem oxigênio.
Jurgalski e sua equipe dedicaram uma década para investigar essas alegações, incluindo entrevistas com Viesturs e a análise de fotos de suas conquistas.
Enviei algumas fotos para apoiar sua pesquisa, sem saber que ele estava tentando diminuir Messner. – comentou Viesturs.
Recordes de velocidade ameaçam o valor dos pioneiros?

Nims Purja (lado direito) e Kristin Harila (esquerdo)
A discussão sobre se Messner alcançou ou não o cume do Annapurna parece irrelevante para aqueles que não escalaram essas montanhas, como Jurgalski, que nunca enfrentou um desafio de 8.000 metros.
Quando questionado sobre o rápido crescimento de alpinistas que quebram recordes de velocidade, como Kristin Harila e Nims Purja, Viesturs destacou a diferença nas abordagens.
Esses alpinistas frequentemente utilizam oxigênio suplementar, cordas fixas, helicópteros e equipes de apoio, uma abordagem distinta da de Messner e Viesturs, que escalaram sem esses recursos.
Reinhold Messner continua sendo o verdadeiro pioneiro das 14 montanhas com mais de 8.000 metros, uma conquista que deve ser reconhecida.
A busca por recordes de velocidade é uma regressão, não uma evolução do alpinismo. Não basta subjugar as montanhas; é preciso respeitá-las. – afirmou Ed Viesturs.
Messner revolucionou o alpinismo ao escalar sem oxigênio, muitas vezes sozinho ou com um parceiro, abrindo novas rotas nas montanhas.
Em 16 de outubro de 1986, ele concluiu as 14 montanhas em um estilo ousado que ainda inspira alpinistas até os dias de hoje.
Desde o início da minha carreira, Messner foi minha inspiração. Seu estilo inovador e corajoso é inigualável. Messner permanece como o verdadeiro herói das montanhas. – concluiu Viesturs.
Foto destaque: Divulgação/Outside

Trabalho com esportes em geral, além dos americanos, redação e SEO há alguns anos. Coberturas em Taça Brasil FA, Superliga Masculina/Feminina, Seleção Brasileira de vôlei masculino, NBB, LNF e Powerlifting. Somo experiências em portais como Quinto Quarto, Esportelândia, Minha Torcida, Futebol Interior, entre outros.
Obcecado pelo diferente, tento poetizar quando as notas merecem um tom especial. Longe de ser poeta, apenas um aprendiz, mas o jornalismo, esporte, verdade e escrita foi o meio que encontrei de me conectar com a raiz.