Você se aqueceu em uma via dois graus acima do que faz normalmente, esperando fazer bonito.
Bombou no segundo grampo, mas segurou a onda de qualquer forma, se arrastando e debatendo via acima na mais completa teimosia.
Pelo tempo que levou na via, você ganhou uma “Síndrome do Antebraço Bombado”.
Colocando em linguagem mais simples: você está tijolado, e não sabe se poderá continuar escalando neste dia.
Em outras palavras mais técnicas: aquela queimação, rigidez e sensação de fadiga que significa o fim de qualquer escalada real pelo dia todo.
Não precisa voltar para casa ainda, existe luz no fim do túnel.
Com alguns alongamentos e exercícios de quebra de ácido lático, você pode se recuperar e ainda clipar as costuras.
Alongamento
Uma vez que você trabalhou os dois braços, alongue gentilmente por 10 minutos.
Os movimentos devem ser firmes e constantes – sem oscilações – e deve manter cada movimento de alongamento por pelo menos 10 a 15 segundos cada um.
Segure sua palma para fora, como um guarda que para o trânsito. Faça com a ponta dos dedos para cima e para baixo.
Puxe as pontas dos dedos por 10 segundos e solte.
Você pode fazer também, dedo a dedo e/ou apontar seus dedos em direção ao solo, pois a intenção é alongar o punho.
Para alongar a parte de cima do antebraço, flexione seu punho fechado na direção do braço.
Puxe o punho fechado gentilmente com a outra mão.
Agora, de frente para a pedra (ou para o solo) , coloque uma mão com a palma verticalmente orientada para cima e aberta contra a parede e na altura dos seus ombros.
Gradualmente, gire no sentido contrario ao da mão até que você sinta um súbito alongamento ao longo do braço e do ombro.
Você pode brincar de rodar sua palma voltada para fora para a direita e para a esquerda, também.
Pode ainda, se você encontrar uma superfície lisa à altura do joelho até o quadril, encoste-se e incline-se com as mãos abertas, e dedos para baixo e alongue-se.
Massagem
Para soltar os nós e a rigidez dos braços, você precisa ir fundo.
Mantenha o pulso solto e com a outra mão esfregue o braço usando as dobras dos dedos girando e suavemente.
Trabalhe gradualmente, pressionando apenas o ponto de dor e aliviando apos 5 segundos.
Descreva uma série de pontos de pressão entre o punho e o cotovelo. Com o braço esticado a frente, puxe sua mão para cima até onde aguentar.
Você pode também, massagear com o dedão, esfregando seu antebraço transversalmente com as costas da mão da mão e/ou massagear a palma da mão para liberar os tendões dos dedos.
Após o devido alongamento, prossiga para a “passada”.
Com uma mão em posição de golpe de caratê, palma virada para você, “passe”(como passar um ferro de passar roupas) a parte de baixo do seu antebraço no sentido do cotovelo para o punho.
Use uma pressão firme e gentil e mova devagar, repetindo se necessário.
Faça o mesmo para os músculos extensores da parte de cima do braço.
Agora flexione e estenda seus dedos para circular sangue nos seus dedos e gire os punhos em pequenos círculos.

Formado em Engenharia Civil e Ciências da Computação, começou a escalar em 2001 e escalou no Brasil, Áustria, EUA, Espanha, Argentina e Chile. Já viajou de mochilão pelo Brasil, EUA, Áustria, República Tcheca, República Eslovaca, Hungria, Eslovênia, Itália, Argentina, Chile, Espanha, Uruguai, Paraguai, Holanda, Alemanha, México e Canadá. Realizou o Caminho de Santiago, percorrendo seus 777 km em 28 dias. Em 2018 foi o único latino-americano a cobrir a estreia da escalada nos Jogos Olímpicos da Juventude e tornou-se o primeiro cronista esportivo sobre escalada do Jornal esportivo Lance! e Rádio Poliesportiva.