[EXCLUSIVO] Crítica do filme “Reach”

Para o público aficcionado em boulder, e em especial música eletrônica, o filme “Reach” tem grandes possibilidades de agradar em cheio.

A premissa do filme é mostar Zach Lerner , Jon Cardwell e Felipe Camargo, Dave Graham e Daniel Woods realizando boulders de dificuldade grande.

O filme foi comprado via download, e o formato recebido foi “.mov” e em 720p de resolução. O seu preço de US$ 14,99 é bastante atrativo, e interessante para quem deseja aumentar seu acervo de filmes de escalada.

As imagens mostrada pelo produtor Nathan Bancroft são muito bonitas, e todas em alta resolução.

A edição do filme prezou por casar a evolução da melodia da música do filme com grande recorte de imagens de beleza exuberante.

Porém a preocupação excessiva com a beleza natural, e certo descaso em mostrar a marca dos patrocinadores, deixou um pouco comprometido o roteiro do filme.

Não há necessariamente uma história definida. Há uma premissa, porém se valorizou muito as imagens dos locais e pouco as pessoas como elas são.

Muitas vezes fica a interpretação para o público leigo de escalada que é um filme de coletânia de videoclips com escaladores ao fundo.

O destaque, na minha opinião, fica por conta de imagens belas do Brasil.

Não é todo dia que vemos um filme de boa qualidade e grande amplitude para o público ser patrocinado por uma empresa brasileira .

A “Adrena Limits” é uma das patrocinadoras do filme. O que deixa claro o comprometimento das empresas mineiras com a divulgação do esporte do Brasil.

Nas imagens mostradas no Brasil, talvez por desconhecimento dos produtores deixa a entender que Ubatuba, São Bento do Sapucaí (resumido a São Bento S. no filme) e Sabará são o mesmo lugar.

No turbilhão de imagens alternava entre estes lugares ao desenrolar de uma música eletronica de qualidade.

A sensação, entre uma escalada e outra era de que tudo parecia uma abertura de um filme. Mostrando os escaladores como “gladiadores de rocha” onipotentes e acima da lei da gravidade.

Porém se repetiu muito este recurso.

Há entevistas interessantes, e pouco exploradas pelos produtores.

Contudo foi gratificante ver o brasileiro Felipe Camargo falar com desenvoltura e com inglês correto (sem erros de concordância) sobre a escalada no Brasil e em quem admira.

Talvez por os produtores procurarem enaltecer os escaladores, ficou um pouco injusto, por exemplo, quando Felipe Camargo fala do escalador André “Belê” como referência nacional. Após isso apenas são mostradas imagens do escalador trabalhando em sua oficina de ressolas.

Não há nenhuma imagem, por exemplo, do escalador ,que foi diversas vezes campeão brasileiro, mostrando o porque é merecedor dos elogios proferidos a ele.

Se os produtores tivessem optado por ser um “road movie” de escaladores e escalada poderia ser mais interessante e boa forma de divulgação do esporte no Brasil. Assim ficaria evidente aos interessados que não necessariamente São Bento do Sapucaí, Ubatuba e Sabará são o mesmo lugar.

No filme também “oficializa” o “decote” do boulder “o dia santo” de V14 para V13. Porém retrata o brasileiro Felipe Camargo encadenando o que ele e Cardwell consideram o primeiro V14 brasileiro.

Todas as cadenas , e até mesmo as tentativas, são muito bem editadas.

Há cenas de escalada em que usa os “close up” e “slow motion” de maneira precisa e sem exageros.

O filme em si é diversão garantida, e boa recomendação para que seja exibido em bares temáticos de esportes de natureza, academias e lojas de equipamentos esportivos, pois possui imagens empolgantes.

Porém devido à abordagem um tanto superficial de viagens, pessoas e de um roteiro não muito trabalhado pode ser um filme um pouco entediante. Isso porque os produtores abusaram um pouco de cenas que poderiam facilmente não constarem no filme.

O filme é, em termos gerais bom, mas está longe de ser lembrado no futuro como um dos melhores feitos.

Caso tenha curiosidade de ler outra crítica sobre o filme, veja o texto EM INGLES em: http://climbingnarc.com/2011/02/reach/

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