Quem é o responsável por uma proteção em mal estado – Um manifesto por uma escalada com vias mais seguras

Por Carla Gamboa

Responda rápido: Quem é o responsável por uma proteção (chapeleta, grampo, ancoragem, etc)? A resposta para isso parece bem simples (na verdade até é), mas existem diversas variáveis que podem nos fazer perceber o tema de diversos pontos de vista diferentes e, portanto, as respostas também poderiam nos conduzir a caminhos não somente diferentes como também opostos.

Poderíamos responsabilizar o conquistador e as condições atmosféricas ou ainda, com o passar dos anos, o clima. Também poderíamos jogar a responsabilidade aos usuários e maus usuários. Ou ainda poderíamos culpar os fabricantes do equipamento por não fazer um produto à prova de TUDO. Por isso, poderíamos culpar quem quer que seja, de acordo com a nossa percepção e critério.

Foto: http://www.freeman.com.mx

Mas a resposta em geral é só uma: todos e cada um de nós, como escaladores e usuários, somos responsáveis de uma proteção em mal estado (e também em bom estado), por isso deixamos de usar alguns modelos em particular.

Isso não quer dizer que seja necessariamente nossa culpa aquela que está em más condições, nem que sejamos nós necessariamente que devemos, ou podemos, arruma-la. Basicamente quer dizer que a segurança depende de cada um de nós, e todos podemos contribuir de maneira diferente à solução do problema.

Haverá obviamente, por sua preparação ou nível de experiência, ou ainda por senso comum, alguém que somente possa soar o “alarme” do problema. Haverá quem possa dar o aviso às pessoas indicadas para resolver. Haverá ainda alguém que possa fazer uma doação econômica para compartilhar gastos da substituição. E ainda haverá quem, por sua preparação e nível de experiência, possam fazer a substituição. Poderá ainda haver alguém que possa fazer tudo (como geralmente acaba acontecendo).

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Mas o que por nenhum motivo devemos fazer é, em caso de omissão dos avisos de segurança, colocar em risco a vida e integridade das pessoas. Muito menos devemos pensar que nada vai acontecer ou que nada vai nos atingir. Porque, caso aconteça e com alto grau de existir óbito, é lamentável escutar a famosa frase: “poderia ter sido evitado”.

Portanto na próxima vez que veja uma proteção em más condições (são muito fáceis de serem identificadas), avise a comunidade escaladora local (assim como a que você faz parte), para juntos encontrar a melhor forma de solucionar o problema e, quem sabe, não necessitar culpar alguém pois na verdade é responsabilidade de todos.

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5 Conselhos básicos para a sua segurança

  1. Se conformar em ter pouca experiência, Sempre se informe e capacite-se.
  2. Aprenda a identificar possíveis riscos e a melhor forma de solucioná-los. Não se exponha nem deixe que os demais se exponham.
  3. Um alto nível de experiência não somente afasta você do problema, como e faz diretamente participante. Seja o exemplo e atue de maneira responsável.
  4. Evite as vias com proteções em mal estado e encontre mecanismos para transformar vias perigosas em seguras.
  5. Existem muitas formas de apoiar o conquistador ou aquele que faz a manutenção de uma via ou de um local. Participe!

Tradução autorizada de: http://www.freeman.com.mx

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There is one comment

  1. Rafael Bridi

    Ótimo ponto.

    Tenho grande preocupação com a manutenção de pontos de ancoragem fixo. Assim que comecei a verificar as proteções e seus estilos levantei diversos questionamentos, como; se está segura, qual o material, qual a profundidade que foi instalada, quanto tempo está na rocha etc. Esses e outros pontos a meu ver são de grande dificuldade para avaliar se uma proteção está ou não condenada. Claro que existem casos gritantes, mas a realidade não é essa. A avaliação para a troca de uma proteção é difícil e dependente de dados e informações, que por raras vezes são de fácil acesso.

    Eu posso contribuir mostrando a retirada das proteções fixas de chumbadores por bolts químicos, solução para a região de Florianópolis na prática de highline.

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