Trekking: Quando o hobby vira coisa séria

Por Zé Matarazzo – Diretor criativo da Musicalize

O que eu aprendi com a minha primeira trilha de travessia, aos 42.

Hoje eu vim falar sobre essa experiência transformadora que foi a minha primeira travessia. Dois dias de caminhada em um percurso de 30 km no Parque Nacional de Itatiaia em meia a natureza exuberante da Serra da Mantiqueira. Um desafio que eu me privei por anos por insegurança, falta de planejamento e uma certa falta de coragem.

Por que eu demorei tanto tempo?

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Foto: Zé Matarazzo

Vou começar fazendo um breve resumo geral das pequenas mudanças que percebi em uma fase nova da minha vida onde eu coloquei como prioridade número um, fazer sempre algo que me faça realmente feliz. Ou melhor dizendo, algo que eu considere como propósito de vida.

Pode parecer leviano tomar esse plano como prioritário aos 40, sem nenhum outro objetivo primário da vida moderna ainda atingido. Casa própria, casamento, filhos, renda passiva, investimentos, carreira estável, nada disso eu tenho.

Talvez largar de mão dos anseios capitais básicos e pular as casas do jogo da vida para um percurso totalmente aventureiro seja realmente uma reação instintiva de alguém que ainda busca a resposta para aquela frase: O que você quer da vida?

Mas como já dizia o Pedro Bial naquele célebre vídeo do filtro solar: “alguns dos quarentões mais interessantes que eu conheço, ainda não sabem…” Mas mesmo não sabendo, eu tenho boas atualizações para citar para mim mesmo. Por exemplo:

Hoje com um Instagram todo voltado para o meu passatempo preferido, e com um canal recém criado no youtube só para falar do assunto, hoje todos os meus amigos e conhecidos já não me descrevem como um diretor de criação, o cara que faz desenhos legais ou o altão de quase dois metros. Hoje para eles eu sou o cara que faz trilhas e vive no mato.

Você pode se perguntar sim, é claro: mas só agora? Depois dos 40 é que você conseguiu tipo, ser o que você queria? Bom, eu acabei de dizer que eu nem sei ou talvez não soubesse o que eu queria. Eu não vou mudar totalmente de assunto aqui, mas vou ter que aproveitar o ensejo para fazer uma citação de algum sábio qualquer que eu não vou saber quem é agora que diz algo assim:

“Se você passar a vida toda esperando descobrir seu objetivo, pode morrer sem ter feito nada da sua vida. Mas se você simplesmente começar fazendo tudo que puder, pode se surpreender descobrindo que fez o que ama.”

Ok, fui eu que escrevi essa frase, mas eu tenho certeza que eu li num livro de provérbios chinês, em algum café por aí… Mas de fato não foi por isso que você clicou no título desse artigo. E eu sei que já está ficando longo, como sempre, e que talvez você já esteja pensando fortemente em fechar essa aba. Ok. Não faça isso! Vamos voltar para o assunto já!

Porque hoje eu vim dissertar sobre coisas que aprendi na minha primeira (finalmente) trilha de longo percurso, ou trekking, como eles dizem lá…

A gente chama de travessia. Quando você sai de um ponto A, caminhando até um ponto B, de preferência bem longe. Só que até esse momento derradeiro, todas as minhas empreitadas no mundo dos esportes de aventura, principalmente caminhadas, foram trilhas de percurso curto.

Você chega, estaciona, as vezes se hospeda, vai para o início da trilha, sobe na montanha, chega na cachoeira, faz o circuito, seja ele qual for, e volta. Pronto, fiz uma trilha. Mas para quem leva esse passatempo a sério, algo começa a fazer falta: o desafio. Dormir em acampamento selvagem ou num abrigo no meio de uma floresta.

Levar mais de um, dois ou três dias para chegar em outro lugar, levando na mochila tudo que você precisa para sobreviver a esse trajeto. Sim, o auge do trilheiro é o longo percurso. Para quem não está familiarizado, algumas das trilhas mais importantes do mundo tem trajetos que levam até seis meses para serem completados, como a Appalachian Trail que percorre 14 estados americanos, em 3.540 km de trilhas. É uma das “mecas” do trekking.

Não vou me alongar mais aqui sobre o dilema de ter levado anos para conseguir finalmente planejar e fazer minha primeira trilha longa. Mas vou compartilhar com quem interessar possa, o que uma experiência como essa me fez sentir e vivenciar.

Porque o que a gente aprende numa travessia pode sim ser levado para a vida. Pode inspirar nossas decisões e pode afetar você inteiramente como ser humano. Então eis aqui alguns ensinamentos que eu sei que hoje eu posso compartilhar:

Carregue somente o necessário

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Foto: Zé Matarazzo

Como é difícil seguir esse conselho… Tanto que hoje em dia existe um movimento crescente entre os jovens do mundo todo que tem mudado vidas, chamado minimalismo. Sim, você já ouviu falar. E é disso que se trata. Ter só o que é realmente essencial.

Para andar 30 km no meio das montanhas foi preciso aprender a fazer uma mochila eficiente. E é sim o erro de 9 entre 10 iniciantes do trekking, montar a mochila errada. Levar coisas demais e se arrepender feio.

Você pode machucar sua coluna. Pode não aguentar o peso até o fim do trajeto. Pode se atrasar, se cansar demais, pode sentir tanta dor no caminho a ponto de se arrepender e amaldiçoar o dia que pensou em fazer algo tão estúpido. E no fim, você percebe que metade do que você levou, não precisava.

Na vida o “carregar” coisas de que não se precisa é a metáfora do século. Afinal, vivemos a era de ouro do consumo, do supérfluo, do anseio pelo maior e mais atual. Tenho certeza que assim como eu, você tem uma gaveta cheia de coisas que você não precisa hoje, não precisou nunca nos últimos anos, mas vive achando que um dia você vai precisar.

Para alguns extremistas, até enfeites, decoração e recordações físicas são um peso que a sua vida não necessita. Te prendem a sua casa e fazem dela uma prisão. Relembrando Henry Thoreau, autor de Walden, considerado o maior expoente do transcendentalismo americano no século XIX, quando você preenche toda sua casa de coisas, ela deixa de ser uma casa e passar ser a sua prisão.

Você pode sentir vontade de ir embora, mas não pode. Porque tem coisas demais para abrir mão. Você pode desejar tem outra vida, mas tudo que você conquistou nessa, é demais para você simplesmente abdicar. Você é escravo do que você acumula por fim, “as coisas não mais te pertencem, mas sim, você pertencem a elas.”

Se por outro lado você não levar tudo que precisa, sabendo realmente o que você realmente precisa, o arrependimento pode ser maior ainda. Se machucar, e não ter primeiros socorros?

Imagina o problemaço

Ficar sem comida? Uau, nem imagino o perrengue. Acabar a água quando a trilha não tem nascentes. Morreu. Esquecer a capa de chuva, o canivete, o casaco mais quente quando o frio da madrugada te pega desprevenido. Ser minimalista para enfrentar desafios é um grande conselho sim, mas saber que existem coisas que não se pode abrir mão é o segundo ponto essencial.

Tem certas coisas que você tem que ter – Então invista no melhor

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Foto: Zé Matarazzo

Um canivete. Uau! É impossível imaginar a vida sem um canivete. Aí você vai lá e compra um qualquer. Afinal o Victorinox é caro. Um dia, quando você realmente precisar, você compra. Mas aí você está lá na selva, sei lá, numa trilha que há tempos não vê uma ser humano, e a relva cobriu tudo. Bom para ela…

Facão? Aí o minimalismo fala alto. Mas uma faca? Sim, você tem que ter. Você pega o seu canivete, que tem um monte de coisas essenciais para sua sobrevivência, inclusive, uma faca. Você vai dar o primeiro corte num galho fino e nada.

Tenta novamente e nada. Quando você vê, está suado e frustrado porque o principal adjetivo do canivete não serve para nada. Nessa hora você pensa: por que eu não comprei um Victorinox?

Sem falar no resto. Uma serrinha, para aparar aquela madeira mais grossa. O canivete fajuto tem, mas como sempre, te deixa na mão. Pinça? Sempre tem. Mas você tenta tirar aquela farpa e “ai”, entrou mais ainda. E por aí vai. Sem falar no quesito tempo.

Você investe pouco no barato, que vai te quebrar um galho, mas se esquece que em muito pouco tempo, ele enferruja, quebra, e você tem que comprar outro. Prejuízo dobrado. Acho que deu para entender a metáfora até aqui né?

Se um homem do campo não investe numa boa enxada, sempre que algo acontecer no chão da sua roça, ele vai ter que emprestar a do vizinho. Não dá para ser agricultor, nem dos mais humildes, sem uma enxada. Então, é claro que o primeiro dinheiro que ele conseguir, vai ser para dita cuja.

Ou tem enxada, ou nada. Mas nem todo mundo entende qual o seu canivete suíço ou a enxada da sua vida. Os desejos aparecem e as prioridades ficam para depois. E sabe porque? Porque as vezes o homem do campo ganhou seus primeiros vinte Reais e alguém disse para ele que homem que é homem tem um sapato bonito para ir à missa. E mês que vem ele vai pedir emprestado de novo a enxada do vizinho. E talvez ele diga não, porque agora ele está usando.

Talvez um belo dia você seja contatado por uma empresa multinacional. Porque seu curriculum está no LinkedIn e é realmente ótimo. Mas a entrevista é em inglês. E talvez você não passe. Aí você se lembra que já viajou para Europa, já esquiou na neve, sei lá.

Já fez um monte de coisas que você sonhava em fazer. Mas não investiu no seu inglês. Por que eu dou esse exemplo? Já aconteceu comigo. E doeu na alma. Porque as vezes você acha que o que você tem já é suficiente. Mas não. Você tem, usa as vezes, dá para o gasto, mas é fajuto. Você não comprou o Victorinox, mesmo sabendo que era tão importante e ia durar para o resto da sua vida.

Você nunca estará preparado o suficiente

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Foto: Zé Matarazzo

Essa deve ser a lições mais importantes que eu aprendi. Eu poderia escrever um livro só falando sobre isso.

A frase que eu mais ouço dos meus amigos que me perguntam quando eu vou leva-los para uma trilha é: Acho que eu preciso estar mais em forma. Não tem uma opção mais fácil? E nisso ele vai passar mais um ano sem fazer algo que tem muita vontade.

Porque ele pode não estar em forma, mas daria para fazer. Eu morri desse veneno durante anos quando eu pensava em fazer mais coisas por mim, mas pensava que antes eu precisava terminar isso, aquilo, pagar aquilo outro. Precisava me sentir pleno e realizado e depois, quem sabe, eu vou. Mas não é exatamente o contrário?

Quantas vezes você termina algo pensando: poderia ter feito melhor. Poderia ter me dedicado mais. E por que? Porque a gente só percebe que dava, depois que fez. Antes não. Antes a gente faz só ou por coragem ou por oportunidade.

Pense bem e lembre de alguma coisa que você conquistou na vida e que te deixou realmente orgulhoso. Eu aposto com você que foi uma das opções acima. Coragem ou oportunidade. Ou as duas ao mesmo tempo. Alguém te ligou e disse: tem isso aqui, tem que ser hoje, você quer? E você aceitou, porque seu coração disse: opa, era isso que a gente queria. E você foi lá e fez sem medo, deu certo.

Falando sobre a minha primeira travessia, foi exatamente isso. Coragem e oportunidade. Eu estava inseguro se tirava ou não minhas férias. Tinha um dinheiro guardado mas era tão pouco, que eu tinha medo de gastar. Tinha dívidas, tinha que ter uma reserva.

Mas sentia o chamado, sabe? Sentia aquela coceira, dia após dia. E as vezes as coisas vem até você, como se essa coceira fosse mesmo uma antena, captando tudo. Uma amiga minha me chamou e disse que tinha encontrado um professor de escalada muito legal.

Fui pesquisar suas redes e vi que ele daria o curso em um mês no Parque de Itatiaia, lugar que eu amo. E aí veio a ideia: já que eu vou para lá, porque não aproveitar e fazer finalmente uma travessia. Eu não tinha planejado nada. Absolutamente nada.

Liguei para minha amiga, aquela da indicação, e contei que ia. Perguntei se depois do curso ela não faria a travessia comigo. Vinte dias depois ela desceu num ônibus em Itamonte-MG, e partimos morro acima, rumo Abrigo Rebouças, e finalmente, travessia Ruy Braga. Esse foi o processo. O resto, é história.

Eu fui percebendo que se preparar é bom, mas que a confiança só vai vir mesmo quando você se compromete a fazer. Quando você vence o medo de dar o primeiro passo. E por mais que o mercado de autoajuda fature milhões com esse conselho tão primário, a gente ainda olha para dentro de si e percebe uma coisa. Q

ue autoajuda é uma fraude? Não, ou sim, é. Mas não é isso… Percebe que está se sabotando. Acho que vale essa reflexão, e encerrar esse assunto. Pense sobre auto sabotagem.

E se der errado, que bom. pelo menos você fez. E tentar nunca traz arrependimentos. É muito bom colecionar fracassos. Prova que você nunca deixou de tentar. Lembre-se: você nunca vai estar preparado o suficiente. Mas faça. Uma hora vai dar.

Sair da zona de conforto é muito mais gratificante do que você imagina

Vou começar dizendo logo que zona de conforto não tem metáfora aplicada ao momento da trilha. Aqui eu vou falar sobre o planejamento. Mas na trilha, por favor, siga a trilha… Ela não é uma zona de conforto, ela é a garantia de que você vai chegar vivo no destino, sem que um helicóptero tenha que te resgatar.

Sabe aquele velho ditado que diz que o mais importante em uma jornada não é a chegada, mas a jornada em si? Pois é. É sempre válido lembrar. Talvez seja um pouco difícil para pessoas que não estão acostumadas a se desafiar, entender o porque uma pessoa se coloca em uma situação de risco apenas para estar em contato com a natureza e desafiar seus limites.

Não basta pegar o carro e ir até um lugar lindo, ficar ali por um tempo, voltar para o carro e dirigir seguro até em casa? Para gente de trilha, no começo parece bom. Mas depois de um tempo, não mais.

Quando eu finalmente acordei na minha barraca, no segundo dia de viagem, sabendo que a única coisa que eu tinha para fazer naquele dia era continuar andando, eu entendi o sentimento. Entendi que era muito mais do que acampar na natureza.

Muito mais do que “vou passar a noite aqui, no meio do nada, e ver como é divertido.” Era o processo, o roteiro, a viagem em si. Sem carro, sem buffet de café da manhã, sem sinal de celular, sem chuveiro quente. Só o que cabia na mochila. Minhas decisões, meus equipamentos, meu preparo físico, minha atenção, minha coragem. Tudo que eu tinha, mais o que a natureza podia me dar. O silêncio, a paz, o mistério, as descobertas.

Muitas e muitas vezes eu planejei essa viagem, e não fui. Por anos eu desejei que essa oportunidade chegasse e não chegou. E quando eu estava lá eu percebi que ela sempre esteve ao meu alcance. Sempre foi mais fácil do que eu imaginava. Bastava um pouco mais de coragem, de atitude.

Não eram as condições que não eram favoráveis, era eu. Eu estava o tempo todo tentando encaixar meus sonhos nas condições ideias da minha vida. Me mantendo no meu espaço seguro. O tempo todo era eu resistindo por medo de não dar certo. Zona de conforto é um lugar muito triste, que seu subconsciente insiste em dizer: fique aqui, que é melhor para nós. O raso é mais seguro. É previsível. Mas é frustrante entrar no mar e não saber o que é flutuar como um peixe.

Enquanto você entrar no mar, e mantiver os pés no chão, você não está no mar. Você ainda está em terra firme. E a sua vida vai continuar a mesma.

Nem tudo tem que ser prazeroso o tempo todo

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Foto: Zé Matarazzo

Você chama um amigo novato para uma trilha. Ele vai super empolgado. Principalmente se for aquele rato de apartamento, que nem lembra mais o que é andar descalço na grama. Uau! Natureza! – Era isso o que eu estava precisando. Obrigado.

Ele diz todo feliz no carro. Ele vai, faz, reclama um pouco, mas sempre dizendo – uau, desafiador né? Cansa mas vale a pena. Mas fica o tempo todo procurando sinal de celular. Bebe toda a água antes da metade do caminho.

Olha mais para a paisagem, acha lindo, elogia, mas você vê que ele não está sentindo o que você sente. Frustrante. Ele não entende. Enfim, ele acha o sinal de celular e diz que precisa fazer uma ligação. Faz você esperar quase meia hora. Afinal, faz horas que ele está sem sinal.

Na volta? Já sabe né? Ele nunca mais vai aceitar um convite seu. E ainda vai amaldiçoar esse negócio de trilha para o resto da vida. Vai compartilhar memes com você tirando sarro de quem é trilheiro. São milhares…

Tudo na vida são expectativas e realidades. E a trilha quase nunca casa com as expectativas das pessoas. Porque a grande maioria busca prazer imediato, busca o que a natureza tem para oferecer, mas sem oferecer nada em troca. Eu costumo dizer para pessoas que o que eu mais amo numa montanha, é que parece que ela não quer que você suba lá.

Ela vai fazer o que for possível para você não se atrever a entrar no que é dela. Subir ao topo, vencer sua altitude. Ela vai te deixar cansado, vai te deixar com medo, com sede, sozinho se ela puder. Vai gritar com você no uivo do vento que você não é bem-vindo. Vai ficando cada vez mais frio, mais difícil, mais cansativo.

E claro, quanto maior a montanha, maior o desafio. Nem toda a montanha tem todo esse poder para te jogar lá de cima. Algumas são só morros mau humorados dizendo: nem vem! Mas se você insistir você chega. Mas as mais difíceis, são as que mais te recompensam quando você consegue. Como aquele mestre de kung fu que bate no discípulo até a exaustão, mas que quando o aluno está pronto, é recompensado com o amor incondicional do mestre. A montanha sorri de volta quando você sorri ao chegar no cume. Ela te presenteia com uma vista espetacular, e te faz uma pessoa melhor.

Uma travessia ou uma trilha longa tem esse mesmo poder sobre a nossas vidas. Recompensas que não são acessíveis para quem busca só prazer. E o mais instigante de se pensar sobre elas, é que do meio do caminha para frente, não tem volta. Ou você vai, ou você vai.

Meu professor de escalada, o André, disse uma coisa muito legal esses dias: “Escalada não é só felicidade, Zé. Tem que ter um pouco de dor mesmo, para conquistar uma via, para chegar onde os outros não conseguem.” E eu sigo firme nessa mesma ideia.

Não é pela felicidade, é pelo propósito. É por algo maior. Se alguém te perguntar por quê você gosta tanto de se expor ao risco, de se aventurar sem conforto, de sentir dor, cansaço, dormir mal, passar frio, acho que é válido dizer que não fazemos questão de nos sentirmos bem o tempo todo, mas sim, realizados.

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Albert Einstein

“Jamais considerei o prazer e a felicidade como um fim em si e deixo esse tipo de satisfação aos indivíduos reduzidos a instintos de grupo.”

Albert Einstein

E o mesmo Albert Einstein escreve no mesmo livro, “Como Vejo o Mundo“, “são os ideais que motivam meus esforços”. Se existe um propósito, todas as coisas se encaixam, e tudo faz sentido. Tudo vale a pena. Tudo conspira mesmo que com algum preço a se pagar.

Não tenha medo das bolhas no seu pé. Elas somem. Não tenha medo de ficar sem dinheiro. É só papel. Acredite nos seus sonhos e tudo que vier será por algo maior.

Viajar, trilhar, escalar, mergulhar, navegar, não são mera diversão. Não devem ser um hobby a mais. São um estilo de vida e um caminho que leva a resultados maiores. Podem te trazer benefícios vitalícios e geracionais. Podem abrir conexões na sua mente que você nem imaginava que existiriam. E a dor do processo é inimaginavelmente ínfima se comparado ao prazer das vitórias que você terá.

Obrigado por ler até aqui. Espero ter inspirado alguém a persistir um pouco mais, sair da sua zona de conforto, e ir. Meu nome é Zé Matarazzo, sou trilheiro, mas sou como você. Adoro dormir, amo pizza e Netflix. E te garanto que para chegar onde eu cheguei foi duro. Mas daqui para frente, é um caminho sem volta.

Boas aventuras!

There are 2 comments

  1. Gilmar

    Parabens,pelo texto,como disse o Rodolfo, sinto-me representado tambem no seu texto!!
    Com uma grande diferença….ainda….nao fiz uma viagem longa,etc.
    Apenas, pequenas caminhadas,sem muita expressao mesmo!!
    Mas, este conceito e ansiedade, me faz, diz,que estou precisando muito disto!!!!
    Percebo tb que estou apenas empurrando,pensando,diversas situações,duvidas,Meu Deus,quanto tempo perdido,por causa do medo deste perfil de desafio!!!
    Mas, estou tendo coragem,varias pesquisas, leituras,materiais pra caminhadas,tenho certeza que sairei deste buraco chamado conforto/segurança!!!
    Bom acredito,que tbm daria pra escrever um livro, sobre tudo isto!!!Né…
    Sou aposentado,com 63 anos, mas, com muita vontade de não perder mais tempo……..até porque temos apenas, mais uns 10,15,20anos!!!!???Quem sabe…
    Com certeza, qdo estiver efetuado um trekking longo,estarei contando esta experiencia ,claro se voce permitir!!!!
    Desculpe o texto longo….
    Saudações e Sucesso!!!
    Gilmar

  2. Rodolfo Damasceno

    Parabens Ze, sinto-me representado no seu texto. Comecei uma viagem identica em 2011 e ainda estou no caminho, que nao tem mais volta. Umas trilhas no Parnaso Tere em 2011 foi o inicio e depois sem mais parar. E assum mesmo. A Pedra da Mina ja tentou me deter algumas vezes rss mas segui. E continuo segujndo. Perfeito.

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