Quais as principais causas de equipamentos outdoor estragarem e como fazer durar mais?

Parafraseando o escritor brasileiro: “nada dura para sempre, nem as dores, nem as alegrias. Tudo na vida é aprendizado. Tudo na vida se supera”. Portanto, cabe nessa frase o fato de que equipamentos outdoor também não duram para sempre.

Possivelmente mais de uma vez os atletas, amadores ou profissionais, se surpreenderam com o quão pouco os tênis duraram ou como a jaqueta se rasgou. Todo equipamento possui uma durabilidade determinada, que paira entre a obsolescência programada, a falta de manutenção e a vida útil.

A obsolescência de um equipamento outdoor já foi discutido em um artigo que explica o que significa este termo, assim como também explica a diferença entre um produto ruim e um de qualidade. Além disso, é importante também sabermos o que é qualidade de um produto.

A qualidade de um produto, refere-se às características que o compõem e que o tornam capaz de satisfazer as necessidades do cliente. Portanto, cada empresa procura obter o lucro (lembre-se: nenhuma empresa sobrevive sem ter lucro) desenvolve produtos atrativos para seu mercado, com matéria-prima de qualidade (com boa relação de custo e benefício), certas especificações e taxa mínima de defeito, para assim, ser considerada de qualidade e chame a atenção dos clientes.

Portanto, para cada produto há parâmetros que devem ser levados em consideração pelo cliente (e também pela empresa) para determinar a qualidade: desempenho, performance, recursos, confiabilidade, conformidade, durabilidade e assistência técnica.

Voltando a falar de equipamentos outdoor, sabemos que não são eternos e deveríamos saber há disso há muito tempo, mas que nestas duas últimas décadas nem tudo dura tanto quanto seria desejável. O que realmente está acontecendo?

As principais causas de equipamentos outdoor estragarem

A deterioração parcial ou total do nosso equipamento de montanha é causada não por um, mas por vários motivos. O principal deles, senão o principal, são escolhas feitas por empresários e sua equipe de marketing.

Com a crescente competitividade no mercado e a perda da capacidade financeira de grande parte da população, as empresas, em sua grande maioria, determinam os preços somente com base nos custos e na concorrência, variando o valor apenas de acordo com uma análise reativa e financeira, e não proativa e mercadológica.

Em outras palavras, empresas procuram otimizar sua produção com materiais “equivalentes”, sacrificando um pouco da durabilidade para manter uma aparente qualidade padrão. Portanto, nos últimos vinte anos as empresas estão se equilibrando entre a dicotomia de: Preço ou Qualidade.

Portanto, as principais causas de que equipamentos outdoor se deterioram com tanta facilidade hoje em dia são:

  • Produtos de baixa qualidade, muitas vezes associados a preços surpreendentemente baixos. A aparência inicial é boa, mas em poucos meses dá problemas. Bastante comum em têxteis, óculos de sol e bastões de caminhada.
  • Artigo excessivamente leve com materiais muito finos. Cada vez mais comum em mochilas pequenas e médias (15 a 35 litros) com tecidos caíram de 400 ou 500 denier (unidade de medida da massa de densidade linear dos tecidos) para apenas 100/200 ou até 50 denier. Lembre-se que quanto maior o número de denier maior é a resistência à tração e espessura superiores).
  • Uso contínua e intenso do equipamento. Por exemplo, contato da sola do sapato com solo muito abrasivo.
  • Caso fortuito ou Ato divino, ou seja, uma ocasião ou acontecimento que não pode ser previsto e que causa uma consequência como uma perfuração de um casaco com espinhos ou galho pontiagudo.
  • Escolha de tamanho muito apertado ou pequeno. Um caso que se repete com frequência é o das calças “encolherem” por um aumento posterior do peso corporal.
  • Defeitos de fábrica, muitas vezes ocultos, relativamente comuns se não houver controles de qualidade suficientes ou muito esporádicos quando acontecem com artigos de marcas de prestígio. A terceirização para países com mão de obra de baixíssimo custo e o fechamento das oficinas mais experientes durante a pandemia agravou esse fenômeno.
  • Erros no projeto. Muitas vezes, o produto não foi suficientemente testado em uso real antes de ser colocado no mercado.
  • Uso excessivo ou fim da vida útil do produto. Muito comum em mochilas, tanto por esmagamento e torção de suas ombreiras, quanto por quebra de seu fundo e parte inferior.
  • Envelhecimento devido ao passar dos anos, mesmo com quase nenhum uso. Algumas das induções de poliuretano à prova d’água em jaquetas, mochilas e faixas seladas a quente em barracas endurecem, racham, fragmentam ou descascam em períodos geralmente entre 5 e 10 anos. Alguns tênis e botas com entressolas de poliuretano não resistentes à hidrólise podem descascar ou desmoronar após anos sem uso.

Mas como fazer o equipamento durar mais?

Uma grande amizade ajuda a perceber que você não está sozinho no mundo e promove sentimento de segurança e conforto. Mas saiba identificar bem o tipo de responsabilidade que seus amigos possuem com os equipamentos,.

Portanto, evite emprestar seu material para pessoas descuidadas só porque tem vergonha de recusar. Muitas vezes, conhecidos que não são amigos verdadeiros podem nos pedir nossos objetos mais preciosos para suas férias e devolvê-los em más condições.

Lembre-se também que que quase todo equipamento ultraleve, apesar de suas vantagens inegáveis, dura entre metade e um quarto do que produtos de qualidade semelhante, mas mais pesados. Se o usuário mantiver alguns cuidados, será mais fácil para não tenha que renovar o material constantemente. Nesses cuidados estão:

  • Não queira ser “mais espertos que os outros” e comprar em sites que ofereçam um preço muito barato. Há vários sites que fazem entrega “em até 40 dias” que são apenas vendedores de cópias de baixa qualidade do material original.
  • Evite produtos de baixo custo. Produtos que custam entre um terço e um quinto do preço normal costumam dar resultados ruins a médio e longo prazo. Não espere longevidade superior a 2 ou 3 anos para calças que custam R$ 100,00 ou botas que custam R$ 150,00. Tenha em mente que material mais caro não é certeza que durará mais, mas na grande maioria dos casos sim.
  • Cuide do equipamento durante o uso. Se tiver que atravessar uma área com vegetação agressiva, cubra sua jaqueta ou capa de chuva ultraleve com uma roupa que as protejam (ou a guarde dentro da mochila)
  • Identificar o que pode danificar o equipamento é mais fácil do que parece: em geral, o contato e atrito com superfícies de rocha, torções ou puxões descuidados, sobrecarregar, golpes fortes ou exposição solar muito prolongada farão com que se sinta mal.
  • Armazene corretamente: em casa tire da mochila e pendure em local fresco e arejado.
  • Procure fazer sempre lavagens à mão, em água fria e sabão neutro
  • Faça manutenção regular: remoção da lama dos calçados, inspecione a impermeabilização das jaquetas, teto da barraca (aplique sempre que possível um spray repelente de água). Tenha sempre à mão remendos de nylon autoadesivos (patches) que reparam rasgos e perfurações.
  • Não procure informações de manutenção e consertos perguntando a “amigos” em grupos de whastapp. Procure por mídias especializadas e que possuam credibilidade no mercado.

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