Por medo de COVID-19, a China quer marcar sua fronteira no topo do Monte Everest

A imprensa chinesa, por meio da agência New China, anunciou o desejo de marcar sua fronteira no topo do Monte Everest (8.849 m). A rápida disseminação do COVID-19 no Acampamento Base do Everest no Nepal está fazendo com que as autoridades do lado tibetano temam o pior.

O anúncio foi feito em entrevista coletiva pelo chefe da Associação de Montanhismo Tibetano, conforme noticiado pela CNN. A primeira equipe de guias chineses que chegará ao topo nos próximos dias e deve posicionar esta delimitação.

Enquanto publicações noticiosas comemoram de maneira irresponsável o número recorde de permiss para subir o Monte Everest, a China começa a tomar decisões pragmáticas para conter o avanço do vírus no topo do mundo. Isso porque o Everest tem duas vias principais de acesso.

Uma fica do lado nepalês, no qual quase 400 montanhistas poderão em breve tentar o cume. O outro fica no lado tibetano, que pertence à China, onde apenas algumas dezenas de montanhistas chineses receberam permissão de subida.

china

Neste período de pandemia, a China fechou o acesso ao Monte Everest para estrangeiros. Tradicionalmente, os montanhistas de ambos os lados podem se encontrar no topo antes de descer, cada um por sua própria conta.

São essas interações no topo da montanha que motivaram este anúncio de Pequim. Uma “linha divisória” deve ser marcada no topo do Monte Everest para evitar misturas entre montanhistas do Nepal, que em teoria estariam potencialmente doentes, e aqueles do Tibet, que em teoria estariam potencialmente saudáveis.

Não há nada que indique como tal linha poderia ser traçada no topo, nem como o respeito por esse limite seria aplicada (afinal não haveria uma guarita de vigilância para isso). Com cerca de vinte candidatos no topo do lado tibetano e várias centenas do lado do Nepal, chega a ser uma determinação impossível de ser cumprida.

As autoridades nepalesas salientaram que o cume do Everest é uma fronteira internacional. E que ninguém pode “traçar uma linha divisória” lá. Por enquanto, dezenas de montanhistas aproveitam a primeira janela do tempo para chegar ao topo.

Em poucos dias, podem ser 300 pessoas subindo no lado nepalês. Os outros terão de esperar pela próxima janela.

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