Quais são os tipos de companheiros de trekking mais irritantes

No próximo dia 18 de Abril próximo é o dia do amigo. A data, assim como outras existentes, foi proposta pelo comércio para celebrar a amizade entre as pessoas. Em outros países, da mesma maneira que acontece com outras datas comemorativas como dias dos pais, das mães e dos namorados, é comemorada em outra data. Fazer um trekking ou hiking com o seu amigo é uma excelente oportunidade de poder conectar-se de maneira mais próxima com os amigos.

Entretanto, esta intimidade pode colocar a prova qualquer amizade. O falecido jornalista Nelson Rodrigues é conhecido por cunhar a frase de que “Se todos conhecessem a intimidade sexual uns dos outros, nós não nos conversaríamos”. A verdade é que em um trekking ou hiking a realidade fará todos se sentirem tão à vontade com outra pessoa como se estivesse sozinho. E é neste detalhe que acabamos descobrindo coisas irritantes em nossos amigos.

Coletando histórias com vários praticantes de trekking, resolvi listar abaixo as mais comuns. Alguns geram boas gargalhadas, outras terminam com amizades que pareciam sólidas.

O “joão sem braço”

Dar uma de “joão-sem-braço” é uma expressão popular usada para se referir a um indivíduo que se faz de desentendido para não ter que cumprir uma obrigação. Ele ou ela encontrará qualquer desculpa para fugir das tarefas do trekking e do acampamento. Tarefas como montar e desmontar a barraca, separar a comida, recolher água, cozinhar, lavar pratos, arrumar o interior da barraca, pagar o pedágio, etc.

Em algumas regiões do Brasil, este tipo de atitude também é conhecida como “dar uma de migué’. Mas mesmo que ainda exista alguma outra expressão, basta identificar nas suas desculpas inconsistência na história, fatos que não acrescentam nada. Mas a principal estratégia de um “joão-sem-braço”, é quando ele opta por responder uma pergunta com outra pergunta.

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O “serra elétrica”

Quem já acampou sabe como é irritante alguém que ronca muito à noite. Quanto a isso, o seu (sua) amigo (a) não tem culpa. Mas mesmo assim tem de contornar a situação.

Algumas pessoas costumam carregar o dilatador nasal nos amigos (as) para que a sinfonia de roncos não comece.

O ideal, claro, é procurar dormir antes, para evitar de ter de enfrentar a situação. Uma outra solução possível é também fazer a pessoa mudar de posição, assim você terá alguns instantes de paz e silêncio.

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O “Pidão”

A pessoa que talvez prejudica o planejamento de qualquer atividade outdoor é o pidão. O pidão é aquele que sempre está querendo um pedaço da sua comida e de seus lanches. Os motivos desta pedida são variados: fome, falta de planejamento com a comida dele, gula, etc.

Mas uma coisa é certa, esta atitude de alguém que quer “cerrar” a sua comida, ou mesmo uma barrinha de chocolate que guardou como sobremesa, irrita qualquer um.

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O “garoto da bolha de plástico”

 

Na década de 1970 havia um filme, o qual foi transmitido incessantemente pelo canal SBT nos anos 1980, de um personagem que tinha uma deficiência no sistema imunológico. Para sobreviver, tinha de ficar preso em uma bolha de plástico com tudo esterilizado no seu interior. Anos mais tarde, a comédia televisiva Seinfeld fez uma sátira do filme.

Pois bem, em atividades outdoor há esta mesma pessoa. Que tem a mania de sair lavando tudo, desinfetando tudo e, por algum motivo, pedir que todos façam a mesma coisa. Até mesmo comer uma fruta recém tirada do pé, deve ser lavada com urgência antes de comer. Nunca bebe água da mesma garrafa que um companheiro, nem mesmo um canivete que não tenha visto lavar.

Podem ser identificadas carregando álcool em gel para o camping e outros hábitos inconsistentes com o ambiente natural o qual se encontra.

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O “viajado”

Algumas pessoas acabam se deslumbrando com o curriculum que possuem. Por isso acabam tendo a necessidade de falar, a todo tempo, o quanto viajaram, para onde viajaram, quantos lugares conhecem e com quem já realizou alguma atividade.

Estas pessoas parecem ter uma necessidade quase visceral de externar todas as experiências pelas quais passou.

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O “cascão”

Este é o verdadeiro inimigo do “garoto da bolha de plástico”, por ser a sua perfeita antítese. O “cascão” aquele que não se preocupa com a higiene pessoal, sem sequer usar papel higiênico (afirmando que assim não poliu o ambiente). Todos seus equipamentos são sujos e para o dia da atividade sequer tomou um banho.

Aliás banho é algo que esta pessoa não faz durante toda a atividade. Além disso, muito por conta de seus hábitos higiênicos serem questionáveis, também possuem chulé e acabam torturando não somente as pessoas nas barracas que dorme, como também as do lado.

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O “Inspetor gadget”

Fazer um trekking com equipamento de primeira é um prazer. Mas algumas pessoas querem ter tudo de última geração até mesmo no trekking.

O canivete? Tem de ser o último modelo com aço damasco. Mochila? O modelo mais novo, preferencialmente que não seja vendido no país. Em resumo: todo o seu equipamento é o mais avacado do universo. Elas não são ostentosas, mas na verdade são compulsivamente consumistas e acreditam que o bom proveito de um trekking está condicionado ao equipamento ser de última geração.

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O “Fábio Porchat”

Algumas pessoas já são cômicas por natureza. Parecem ter um talento nato para a comédia. Porém, acabam esquecendo que existe hora e lugar para fazer gracinhas e contar piadas. A todo tempo ser engraçado acaba fazendo com que sua graça acabe sumindo.

Além disso, este “quero ser Fábio Porchat” acaba cansando as pessoas à sua volta e, invariavelmente, acaba repetindo piadas. A sua vontade de querer ser o engraçado do grupo é tão grande, que acaba esquecendo de curtir o espaço que está e contemplar a natureza à sua volta.

Infelizmente, ao acabar convivendo com uma pessoa assim acaba-se enxergando-a como um “tio do pavê” e menos como um comediante.

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O “Farofeiro”

Todos concordam em um ponto: as caixas de som de bluetooth são um pesadelo do universo outdoor. Da mesma maneira que o som automotivo atormentaram as pessoas por décadas, os alto-falantes de bluetooth fazem o mesmo para quem quer estar no universo outdoor.

Não há um perfil específico de atividade: escalada, boulder, trekking, hiking surf, skate, etc. Todas estas parece que o “farofeiro” tem a necessidade de querer incomodar a tudo e a todos (incluindo os animais) com sua música. Esta atitude cada vez gera discussões acaloradas entre os praticantes. Este talvez seja o tipo mais irritante e que nunca deveria fazer um trekking. O canto dos pássaros, ou o barulho do vento, é algo irritante para aquele que tem uma necessidade incontrolável de escutar música e fazer todos saberem de seu gosto musical.

Um “parente” deste é o praticante de trekking que leva um violão. Sacrifica-se a carregar um instrumento musical por vários quilômetros, muitas subidas, algumas escaladas, para que todos “aproveitem” as mesmas músicas que ele mesmo já demonstrou em outros encontros. Ignorando que o barulho dos grilos, o som do vento, canto dos pássaros e ruído das águas fosse algo desagradável.

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O “Abraçador de árvores”

Algumas pessoas parecem querer criar um personagem de si mesmo. O caso mais típico é aquele que ama a natureza em excesso. Tudo é lindo, maravilhoso e superlativo para esta pessoa. Tudo parece encantar e merecedor de elogios em voz alta para todos saberem que ama tudo o que vê.

A todo momento parece querer ver uma árvore e abraçá-la (sem exagero). Tudo é merecedor de adjetivos superlativos: lindíssimo, grandíssimo, agradabilíssimo, boníssimo, dificílimo, terribilíssimo, etc. Cada um destes adjetivos é precedido pela frase “olha isso!”. O próprio comportamento parecendo querer que todos saibam que ele é amante da natureza mais que todos.