O ano é de dois mil e dezenove, mais precisamente dia vinte e três de setembro, por volta das 14h horas, às margens da Laguna 69 localizada no Parque Nacional Huascarán, situado nos arredores da cidade de Huaraz, norte do Peru.
Não fosse suficiente o visual de tirar o fôlego do parque, que é Patrimônio Natural da Humanidade pela UNESCO, bem ali diante de águas glaciais intensamente azuis e paisagens montanhosas cobertas pela neve, o fotógrafo Tom Santos pediu em casamento sua até então namorada Melise Braga, apaixonada por viagens e formada em ciências contábeis pela USP.
Até que se prove o contrário, esse foi o primeiro pedido de casamento entre brasileiros registrado nessa região!

Foto: arquivo pessoal Tom Santos
Como tudo começou
Namorados desde meados de 2016, Tom e Melise tiveram o primeiro contato a partir de uma rede social que havia sugerido a amizade entre os dois. Na ocasião, Tom percebeu que eles tinham algo de muito em comum: o grande apreço por viagens.
Desde então começaram a conversar muito sobre o tema e acabaram por se conhecer pessoalmente, o que ocasionou o início do namoro entre eles que passaram a fazer trilhas e mais trilhas juntos, pois Melise coordenava um grupo de saídas coletivas.
Embora tenham se dado muito bem, Tom Santos conta que não foi de primeira que a relação emplacou e que em 2018 após terem feito uma viagem em separado, Melise indo para Nova Zelândia e ele para Noruega, ambos optaram por dar um tempo no namoro.
Da semente ao fruto, o tempo
Foi justamente entre essa ida e vinda que Tom se deu conta do quanto a amava!
Obra do destino, ou não, o caminho dos dois se cruzou novamente e decidiram se dar uma nova chance. Mas não foi qualquer chance.
Eles decidiram ser a escolha um do outro e passaram a focar na construção da história do casal.

Foto: arquivo pessoal Tom Santos
Daí já não restavam mais dúvidas!
Assim como em qualquer outro projeto ao qual realmente dispomos de dedicação, eles passaram a viver dias de grande crescimento, alegrias e união: enaltecendo os pontos positivos, superando as incompatibilidades e aprendendo com os erros.
A partir do que foi sendo construído entre eles, Tom aproveitou toda logística de uma viagem que seria feita para o Peru com mais dois casais de amigos e passou a planejar o tal do pedido de casamento surpresa, elegendo a Laguna 69 para o pano de fundo…

Foto: arquivo pessoal Tom Santos
Entre suspiros e falta de ar
Mesmo já sendo praticantes de trekking, confessaram que a falta de ar não foi apenas pelo momento único e emocionante que viveram, mas também em função da exaustão e aclimatação experimentadas durante a trilha que os levou até o cenário do célebre pedido.
A Laguna 69 fica em uma região com cerca de 4.600 metros de altitude, tendo já o início do percurso 3.900 metros acima do nível do mar.
Mas todo esforço não abalou em nada a ascensão deles e principalmente de Melize, que segundo Tom “é uma mulher muito forte e guerreira e que por isso o completa tanto“.
Abaixo ao convencional
A mais recente noiva afirma que “sempre deixou claro não querer nenhum pedido de casamento convencional, daqueles feitos em restaurantes caros com a aliança vindo junto do prato principal“, Melize relembra que caso algo parecido acontecesse a resposta ao pedido seria: “Não, tente outra vez“.
Por conta do nervosismo apresentado pelo namorado durante a trilha, ela até chegou a pensar que algo de diferente pudesse acontecer em algum momento, mas que deixou a desconfiança de lado ao reavaliar que a agitação e ansiedade pudessem ser apenas por conta da dificuldade do trajeto que estavam percorrendo.
Emocionada, Melise Braga conta que ao chegarem ao local da foto, foram surpreendidos com uma neve bem fina caindo sobre o lugar em que estavam (aqueles efeitos especiais produzidos especialmente pela incrível natureza).
Foi nesse momento que seu namorado a abraçou, dizendo o quanto ela era importante e o quanto a amava e que era com ela que queria passar o resto de sua vida.
Então Tom se ajoelhou, segurou a aliança e a pediu em casamento. (Cena de filme, vamos combinar!)

Foto: arquivo pessoal Tom Santos
Quando o cume é o altar
Agora o casal entrará na fase de planejamento da oficialização da união e, cá para nós, se o pedido já foi cinematográfico, imaginem só o casório!
A capacidade de se apaixonar está intimamente ligada a capacidade de se encantar; amar é escolher se encantar mesmo diante dos “poréns”.
Seja às margens de um rio, no alto de uma montanha, seja à beira mar ou “numa casinha de sapê”, amar continua na moda e as relações ainda continuam sendo a melhor forma de nos conhecermos e evoluirmos enquanto seres humanos.
E não, nem todos sonham com um casamento ou algo semelhante, e tudo bem também; somos todos diferentes bem como nossas aspirações pessoais. Mas aos apaixonados de plantão, deu ou não deu vontade de viver algo parecido?
Desejamos ao casal toda felicidade do mundo! Que nos momentos difíceis se lembrem desse dia tão especial e que nas horas felizes, continuem inspirando amor e união!

Foto: arquivo pessoal Tom Santos
Comunicadora, bombeira florestal voluntária, bacharelanda em filosofia, aventureira e apaixonada por ambientes naturais. Compreende que a vida é breve, por isso se dedica a muitas coisas que tem como essenciais para si mesma.
Assim, possui em sua grade curricular componentes que vão desde relações públicas e marketing, pela Universidade Anhembi Morumbi, tendo realizado também diversos cursos correlatos na área da comunicação, como artes cênicas e canto, na Escola Superior de Artes Célia Helena, no Teatro Escola Macunaíma e na Etec de Artes de São Paulo. Passando pela área da saúde, realizou as disciplinas de primeiros socorros, pela Cruz Vermelha Brasileira, além de obter a formação de bombeiro civil e brigadista florestal, visando adquirir conhecimentos técnicos para suas experiências na natureza.
É embaixadora da World Adventure Society – organização internacional com sede no Brasil, cujo objetivo é fomentar a aventura de maneira saudável, sustentável e inclusiva. E âncora no Reset Humano – podcast que tem em seu DNA o convívio com a Natureza e a montanha, visando apoiar o desenvolvimento do ser humano e da sociedade.
Também participou ativamente da concepção de uma iniciativa coletiva de fotografia e produção audiovisual, colaborando por meio desta com importantes eventos do segmento outdoor, como o Mountain Festival e o Freeman Film Festival Brasil, além de realizar a curadoria e a organização da 1ª exposição fotográfica do projeto.