As 100 primeiras milhas (160 km) da minha aventura foram alcançadas na segunda semana, debaixo de muito vento, chuva e frio. Já na primeira semana me juntei a um grupo com mais 3 americanos e decidimos percorrer a Pacific Crest Trail juntos. Cada um ganhou seu nome de trilha, e o meu é Jungle Law, ou Lei da Selva.
No oitavo dia dessa nossa jornada, depois de 22 quilômetros de caminhada, acampamos em uma escola do ensino médio da pequena comunidade de Warner Springs que permite que os trilheiros montem suas barracas no terreno sem cobrar nada.
Perto da escola havia uma pequena lojinha, onde me abasteci de comida e alguns itens necessários, como casacos, uma bolsinha para carregar o celular e a z-seat, um assento dobrável e isolante térmico. Aproveitamos a estadia na cidade para comer um delicioso hambúrguer com batatas fritas, comida adorada dos americanos, e tomar umas cervejas antes de nos deitarmos em nossas barracas e adormecermos ao som dos coiotes.
No dia seguinte acordamos um pouco mais tarde e aproveitamos os últimos momentos de descanso antes de partimos para mais 25 quilômetros.
Em vários trechos da Pacific Crest Trail é comum encontrar locais andando a cavalo, passeando com cachorros ou simplesmente aproveitando o pôr do sol depois de um dia de trabalho. E, claro, sempre podemos contar com a presença dos Trail Angels.
Dessa vez quem nos ajudou foi o Mike, morador que abre as portas do Mike’s Place para que os hikkers possam dar uma pausa, relaxar, comer e se abastecer de água. Passamos algumas horas nos aquecendo em uma fogueira improvisada e partimos rumo ao nosso acampamento, não muito longe dali.
Com o nascer do sol iniciamos nossos 30 quilômetros do dia até alcançarmos o Paradise Valley Café para uma degustação de chopes e jantar. No caminho encontramos uma pequena biblioteca montada pela Little Free Library, uma organização americana sem fins lucrativos que tem o objetivo de incentivar a leitura. Passamos a noite no Café e seguimos viagem de manhã cedo.
O 12º dia começou com uma subida de cinco horas pelas montanhas, onde encontramos uma área com muitas árvores destruídas pelo fogo, resultado das constantes queimadas que atingem o estado da Califórnia nos dias mais quentes do verão.
Em certo trecho tivemos que sair da trilha e andar mais de três quilômetros para ir e voltar até uma pequena fonte de água para nos abastecer.
Depois de duas semanas de caminhada debaixo de muito calor (pelo menos na maior parte do tempo), finalmente chegamos à neve, que continua abundante na região apesar do começo da primavera.
A segunda semana se encerrou da melhor forma possível. Depois de 10 horas de caminhada sem pausas e com muitas subidas, chegamos ao hotel Idyllwild Inn no Idyllwild Mountain Park e pudemos dormir em uma cama de verdade e descansar por um dia todo pela primeira vez desde o início dessa grande aventura.
Semana que vem tem mais!
Para essa jornada, estou contando com o patrocínio do Superbid*, que está apoiando meu projeto desde o começo e a quem agradeço por me incentivar a vencer mais esse desafio.
*O Superbid Marketplace é uma plataforma com soluções e múltiplas modalidades de transações online.

Brasiliense de 24 anos é formado em Comércio Exterior pelo Mackenzie. A paixão do atleta pelo trekking começou aos 18 anos, quando ele escalou seu primeiro vulcão, na Bolívia. Desde então, tem enfrentado quilômetros de trilhas em todas as partes do mundo, passando pela América do Sul, Europa e Ásia.