O inimigo oculto: O desgaste de um mosquetão poderia cortar uma corda de escalada?

Muitas pessoas usam por anos e anos um mosquetão e não presta atenção no seu desgaste provocado pela fricção da corda. Se você se encaixa nesta descrição esta informação lhe interessa.

Em vias com mosquetões fixos, malhas rápidas ou em costuras permanentes (geralmente em vias de grande dificuldade) não é algo que está na moda por agora, mas uma realidade de uma prática de várias décadas, que se repete de maneira constante em qualquer lugar do mundo. No nosso país não é a exceção.

Por isso é bastante comum encontrar vias equipadas, às vezes do início ao fim, e no seu final mosquetões fixos ou mesmo malhas rápidas, principalmente nas vias consideradas clássicas. Geralmente isso acontece, das costuras deixadas ao tempo e de maneira “permanente”, em vias que, ao menos em teoria, ninguém conseguiria roubar.

Mas um assunto levantado quando se trata deste tipo de prática é a segurança, não mais filosofia ou estilo (nem ética local). Isso porque, com exceção dos donos dos mosquetões (isso quando existe), é praticamente impossível determinar o estado que se encontra o mosquetão, já que de início os mosquetões abandonados em via não são novos.

Partindo do princípio que não é um equipamento que recentemente saiu do pacote, devemos somar a isso que desconhecemos o nível de experiência de quem deixou (porque escalar forte não necessariamente é sinônimo de experiência), assim como os hábitos, e cuidados, tidos na manutenção do equipamento.

Mas ainda assim, uma vez que foi pré-instalado, podem passar dias, meses e até mesmo anos para que seja retirado da via. Somado a isso há o problema de quando está colocado em vias consideradas “escaladas obrigatórias” (também conhecido como a via clássica do local), quando o trânsito de escaladores pode ser muito elevado, desgastando o equipamento ainda mais. Desta maneira fica mais evidente o desgaste nas malhas rápidas que se encontram em partes mais complicadas de uma via de escalada.

Tanto os tecidos como os metais sofrem não somente desgaste pelo uso e abuso das pessoas, mas também pelas condições climáticas de cada lugar como: chuva, frio, calor e ataque direto dos raios de sol. Portanto não somente o equipamento pre-instalado pode estar desgastado, mas também nosso próprio é afetado pelo simples fato de estar sendo usado. Inspeção periódica é obrigatória a todo escalador.

Lamentavelmente o assunto não é brincadeira, nem sem importância, pois poderia levar, inclusive, a um acidente fatal, porque, entre muitas outras coisas, um mosquetão desgastado e suficientemente “afiado” pode cortar uma corda. Exemplos não faltam e vez ou outra aparece uma história sobre o assunto de cordas cortadas por mosquetões desgastados.

Desta maneira, na próxima vez que utilizar uma malha rápida, anel ou mosquetão pré-instalado em uma via realize uma inspeção para procurar por sinal de desgaste. No primeiro sinal de suspeita, utilize o seu equipamento e não confie em nada abandonado.

No caso do desgaste ser evidente é imprescindível avaliar se é necessário, ou não, trocar o equipamento. Lembre-se que a informação difundida é obrigação de todos.

Tradução autorizada de: http://www.freeman.com.mx

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Você sabia? Toda vez que a corda faz uma curva sobre um objeto quatro vezes menor que o seu diâmetro, ela perderá resistência neste ponto (cerca de 50%).

Esta regra, conhecida como 4:1, é uma estimativa de quando uma corda passa a sofrer uma perda de resistência significante devida à curvatura da corda aplicada em um objeto.

Desta forma, um objeto que não possua um diâmetro quatro vezes maior do que o da corda irá danificá-la, pois as fibras do lado externo receberão uma carga maior do que as do lado interno da curvatura.

Para maiores explicações: https://www.facebook.com

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