Acompanhei de longe alguns posts sobre nós, e sua consequente perda de resistência em cordas e fitas. O escalador Eliseu Frechou publicou um post muito visitado sobre o assunto o qual sua fonte de pesquisa foi declaração de escaladores que utilizaram um processo não muito científico.
O próprio Eliseu escreveu que prestássemos mais atenção na parte que resiste, e em não nas perdas. Algo como se o nó fosse os impostos que pagamos e a resistência fosse o que resta do nosso salário.
Resultado disso foi escaladores engenheiros (como eu também sou) como Davi Marski que achou muito exagerado números tão “altos” para o resultado de perdas de resistência. Em conversa particular com o Davi, realmente após alguns cálculos “Mecânica dos Sólidos” com muita matématica a conclusão é clara.
Há sim perda, porém não é tão exagerada como alguns livros de escalada convencionam.
Entretanto como quem conta um conto aumenta um ponto, houve muita gentem acreditando (muito por desconhecimento em matemática e crença em lendas) que havia um perigo real e iminente nos nós. Em conversa particular via e-mail com o Davi, ficou evidente que a perda é na pior hipótese de 30%. Repito: na pior hipótese mesmo.
Para confirmar falta apenas um teste de laboratório. Que já está sendo providenciado.
Em um filme do Festival de Filmes de Montanha, foi declarado abertamente a todos que assitirem ao filme (para mim um dos melhores do festival) que raramente um acidente ocorre por defeito do material usado corretamente, e sim por imperícia. A famosa “falha humana”.
Obviamente tudo isso só aconteve e pode ser discutido com a hipótese do nó ser bem feito. Nó mal feito, mesmo que tire 0% de resistência, a pessoa vai sofrer acidente. Assim como o nó mal feito, e mal procedimentos de segurança e comunicação na escalada são os resultados de acidentes.
Um ótimo site para aprender de maneira mais didatica possível a fazer nós, acesse o: http://www.animatedknots.com/indexclimbing.php?LogoImage=LogoGrog.jpg&Website=www.animatedknots.com
Não há como não aprender um nó pelo site. Mesmo o nó de fita, que gerou tanta discussão científica de quem vive mais intensamente a matemática e materiais.
Porém o” exercício” de sempre treinar cada tipo de nó é importante para que a segurança seja eficaz.
Assim como treinar escalada, treinar fazer nós também é importante.
Formado em Engenharia Civil e Ciências da Computação, começou a escalar em 2001 e escalou no Brasil, Áustria, EUA, Espanha, Argentina e Chile. Já viajou de mochilão pelo Brasil, EUA, Áustria, República Tcheca, República Eslovaca, Hungria, Eslovênia, Itália, Argentina, Chile, Espanha, Uruguai, Paraguai, Holanda, Alemanha, México e Canadá. Realizou o Caminho de Santiago, percorrendo seus 777 km em 28 dias. Em 2018 foi o único latino-americano a cobrir a estreia da escalada nos Jogos Olímpicos da Juventude e tornou-se o primeiro cronista esportivo sobre escalada do Jornal esportivo Lance! e Rádio Poliesportiva.