Na ausência de uma cartilha de boas maneiras e consenso geral de comportamento no uso de redes sociais, o Nepal deu um primeiro passo para isso. Campos pisoteados, aglomeração de multidões, engarrafamentos: todos esses são problemas que levaram as autoridades nepalesas a banir os Tiktokers de seus lugares históricos.
Assim os usuários de TikTok no Nepal ganharam a reputação de desrespeitar lugares religiosos e históricos em sua busca para criar vídeos virais e agora estão enfrentando uma reação negativa. Nos últimos dois anos, vários locais turísticos e religiosos proeminentes no Nepal ergueram placas de “No TikTok” para impedir que os usuários perturbassem o funcionamento das instalações.
Assim, lugares históricos no Nepal foram forçados a negar o acesso a turistas. Em locais históricos e culturais da região, dezenas de pessoas, principalmente jovens, gravam vídeos do TikTok, fazendo poses consideradas inadequadas e tocam música em volume alto para as tradicionais danças da plataforma. Tradicionalmente estes locais são dedicados à peregrinação.
De acordo com informações da imprensa nepalesa, cada vez mais locais históricos do país estão exibindo placas com a inscrição “No TikTok”. Há cerca de dois anos, muitos moradores denunciam a destruição de seus campos, de camomila, por exemplo, por pessoas que vinham fazer vídeos.
Vários meios de comunicação locais divulgaram imagens de internautas que foram filmar nos campos e estes estavam invadidos por uma multidão que pisoteava as plantas. Um outro exemplo é uma rua em Katmandu, capital do Nepal, decorada com dezenas de guarda-chuvas coloridos no final do confinamento do coronavírus.
As autoridades foram forçadas a fechar o acesso a essa rua por causa das multidões atraídas para publicar muitos vídeos do TikTok filmados lá.
Elisabet de Marco é Design Researcher, apaixonada por viajar e fazer trilhas a pé e de Mountain Bike, já fez mochilão pela Patagônia Argentina, Peru, Bolívia, Brasil e Uruguai.