Nepal anuncia proposta que pode reduzir significativamente quem pode escalar a montanha

Em um esforço para combater os engarrafamentos humanos no Monte Everest e eliminar escaladores inexperientes, autoridades nepalesas propuseram formalmente ontem, as novas regras de segurança que, se aprovadas, poderiam reduzir significativamente o número de permissões emitidas para subir a montanha mais alta do mundo.

Caso sejam implementadas as medidas, aspirantes a escaladores teriam que provar que escalaram alguma “outra montanha importante”. Além disso, as empresas de turismo teriam que ter pelo menos três anos de experiência organizando expedições em alta montanha antes de guiar montanhistas no Monte Everest.

“O Everest não pode ser escalado apenas com base nos desejos de alguém”, disse Yogesh Bhattarai, ministro do Ministério do Turismo do Nepal. O documento, que possui 59 páginas inclui como destaques:

  • As empresas de expedição devem ter no mínimo três anos de experiência na organização de subidas em alta altitude antes de orientar o Everest.
  • Montanhistas terão que apresentar prova de cume pelo menos um pico acima de 6.500 metros.
  • As empresas de guias devem cobrar um mínimo de US $ 35.000 por cliente. (O preço total típico superaria os US$ 50.000)

O Ministério do Turismo do Nepal reiterou que as regras atuais têm um certificado de saúde válido e exigem a contratação de um “guia nepalês treinado”. Texto com linguagem vaga, que deixa interpretação dúbia, foi incluída no relatório como: “Os escaladores de montanhas para o Everest e outras montanhas de 8.000 metros devem passar por treinamento básico e de alta altitude”.

A proposta também inclui melhorias no processo de fixação de cordas. Principalmente no que diz respeito à colocação das cordas mais cedo e a algum tipo de sistema melhorado de previsão do tempo. Ambos os pontos foram destacados durante a primavera de 2019 como motivo para os engarrafamentos pelo governo.

O novo piso de US$ 35.000 provavelmente não deterá aspirantes inexperientes, como apresentadores de TV. Para estes aspirantes endinheirados, mas experientes, atitudes como dobrar ou triplicar a taxa de licença de nada adianta. As decisões parecem ter sido para acalmar os operadores locais, que temiam que um aumento de permissão prejudicasse os negócios.

O preço mediano que os operadores nepaleses cobraram na primavera de 2019 foi de cerca de US$ 40.000.

O Nepal não controla o K2, que fica localizado na fronteira China-Paquistão, o qual também sofreu com a exploração turística este ano, com recorde de cumes e gastos que chegaram a seis dígitos em dólares, a exploração desta montanha continuará. Já é de conhecimento no universo do montanhismo que o K2 é agora a montanha da moda para ser explorada para alpinismo social, como foi o Everest há alguns anos.

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