Mudança climática também mudará a cor dos oceanos

A coloração dos oceanos começará sofrer uma mudança visual a partir dos próximos anos. De acordo com um estudo realizado pelo MIT e publicado recentemente na revista Nature Communications (publicação científica de acesso aberto revisada por pares publicada pelo Nature Publishing Group desde 2010) por causa das temperaturas mais altas da água do mar, as populações de fitoplâncton serão impactadas gerando florescências de algas em algumas áreas, mas também matando em outras. De acordo com o artigo, nos polos a água se tornará mais verde com o surgimento de populações de fitoplâncton ricas em clorofila.

A cor do oceano depende de como a luz solar interage com o que existe na água. Apenas as moléculas de água absorvem quase toda a luz do sol, exceto a parte azul do espectro, que é refletida de volta. Assim, regiões de oceano aberto aparecem como azuis profundos, quando vistas do espaço. Se houver organismos no oceano, eles podem absorver e refletir diferentes ondas da luz, dependendo de suas propriedades individuais. Por isso que a cor onde existe este micro-organismos é diferente do que em alto mar.

A mudança de cor não é apenas uma hipótese, mas uma comprovação científica após testes em laboratório. Pesquisadores modelaram as mudanças climáticas previstas até o ano 2100 e concluíram que 50% da água do oceano do planeta já terá mudado de cor até lá. O estudo sugere que as regiões azuis, como as zonas subtropicais (delimitada pelos trópicos de Câncer e de Capricórnio), se tornarão ainda mais azuis, refletindo ainda menos fitoplâncton nessas águas, em comparação com os dias de hoje. Algumas regiões que são mais verdes hoje, como as próximas próximas dos polos, podem ficar ainda mais verdes, já que as temperaturas mais altas aumentam as florações de um fitoplâncton mais diversificado.

A principal autora da pesquisa Stephanie Dutkiewicz, do Departamento de Ciências Terrestres, Atmosféricas e Planetárias do MIT, afirmou que “O modelo sugere que as mudanças não parecerão evidentes a olho nu, e o oceano ainda parecerá ter regiões azuis nas regiões subtropicais e mais verdes perto do equador e dos polos”. “Esse padrão básico ainda estará lá. Mas será diferente o suficiente para afetar o resto da rede alimentar que o fitoplâncton sustenta” complementa Dutkiewicz.

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