O Monte Everest (8.849 m) está perdendo neve e se tornando “seco e rochoso”, disse neste sábado o montanhista britânico Kenton Cool, que fez sua 17ª subida ao pico mais alto do mundo nesta semana. Cool, de 49 anos, que subiu ao pico de 8.849 metros pela primeira vez em 2004, disse que a montanha parece estar secando.
“Se você voltar a meados dos anos 2000, costumava haver muita neve”, disse ele em uma entrevista em Katmandu, após retornar de sua expedição. “Uma tendência geral da montanha é ser mais rochosa e com menos neve… Mas muda ano a ano.” Cool disse que nunca tinha visto antes os tipos de quedas de rocha que viu no Lhotse, ao longo da rota para o cume do Everest.
“Isso mostra como a montanha está seca agora… Acho que é por causa da falta de chuvas, falta de neve. Pode ser o aquecimento global ou qualquer tipo de mudança ambiental”, disse o montanhista britânico.
Cientistas afirmam que a temperatura do planeta aumentou em média 0,74 graus Celsius nos últimos 100 anos, mas o aquecimento nos Himalaias tem sido superior à média global. As autoridades confirmam que a temperatura média no Nepal aumenta 0,06 graus Celsius por ano, devido em parte à sua localização pero dos dois dos maiores poluidores do mundo: China e a Índia.
Formado em Engenharia Civil e Ciências da Computação, começou a escalar em 2001 e escalou no Brasil, Áustria, EUA, Espanha, Argentina e Chile. Já viajou de mochilão pelo Brasil, EUA, Áustria, República Tcheca, República Eslovaca, Hungria, Eslovênia, Itália, Argentina, Chile, Espanha, Uruguai, Paraguai, Holanda, Alemanha, México e Canadá. Realizou o Caminho de Santiago, percorrendo seus 777 km em 28 dias. Em 2018 foi o único latino-americano a cobrir a estreia da escalada nos Jogos Olímpicos da Juventude e tornou-se o primeiro cronista esportivo sobre escalada do Jornal esportivo Lance! e Rádio Poliesportiva.