Montanhismo do Aconcágua: Quanto custa um resgate?

Ninguém sai de casa para subir uma montanha “torcendo” para ser resgatado. Alguns, claro, são imprudentes e negligentes com a sua própria segurança. Mas, no geral, por mais experiente seja a pessoa, ela irá passar por algum contratempo e, neste caso, necessitará de resgate. Alguns parques e travessias no Brasil, os resgates são pagos com dinheiro público.

Na Argentina, nosso país vizinho e com muitas opções de turismo na Cordilheira dos Andes, as regras são diferentes das existentes aqui. Por lá, cada província adota uma política diferente com relação aos resgatistas. Se esta política é certa, ou errada, não cabe agora discutir.

Desde a última temporada de montanhismo no Monte Aconcágua (6.962 m), compreendida de 20 de novembro a 15 de março, todo montanhista que ingressar ao Parque Provincial Aconcágua, tanto latino-americanos quanto outras nacionalidades, terão de pagar por resgates realizados na montanha mais alta das Américas. O Governo da província argentina de Mendoza cobrará por resgates, buscas e transporte de todos os montanhistas que estiverem escalando no Monte Aconcágua e necessitarem do serviço.

Crise Argentina e o montanhismo

Quem visitar a Argentina este ano irá se deparar com uma situação incômoda que é a atual crise que vive o país. Fruto de um governo populista, que amentou os gastos públicos com subsídios, além de sufocar o investimento internacional no País, nosso país vizinho vive uma situação econômica difícil. Somente neste ano de 2018 sua moeda desvalorizou 50% em relação ao dólar americano. Antes de comemorar este “barateamento” de nossos vizinhos, lembremos que a própria moeda brasileira também desvalorizou muito, somente não nos moldes do peso argentino.

A moeda argentina é meio que uma ilusão para turistas neste momento. Os argentinos, quando podem, poupam em dólar e fazem contas também em dólar (ao menos para despesas grandes). Portanto, para quem é montanhista e pretende visitar os Andes este ano, ou início do ano que vem, se prepare para pagar tudo em dólar. Inclusive os resgates.

Preço para montanhismo

Portanto, os preços praticados no ano passado, não deverão subir muito, mas é prudente todo e qualquer montanhista precaver-se neste aspecto. Após pesquisa nos veículos oficiais na província de Mendoza os preços de subir ao Aconcágua para a Temporada Oficial (15 Nov. a 15 Março) de 2017/2018 foram:

  • Montanhistas Estrangeiros: US$ 900,00 (baixa e média temporada) a US$ 1.200,00
  • Montanhistas latino-americanos: US$ 727,00 (baixa e média temporada) a US$ 900,00 (alta temporada)
  • Montanhistas Argentinos: US$ 100,00
  • Trekking curto: US$ 102,00 (baixa e média temporada) a US$ 166,00 (alta temporada)
  • Trekking longo:US$ 204,00 (baixa e média temporada) a US$ 233,00 (alta temporada)

Foto: http://www.diariouno.com.ar/

A última temporada foi a derradeira para a cobrança diferenciada para latino-americanos. A partir de 2019 os valores serão unificados, igualando-se à categoria “extranjeros”. Por isso quando os montanhistas que pretendem acessar as montanhas da região tirarem o permiso (licença oficial que permite chegar ao cume), estarão também obrigados a utilizar o cartão de crédito para reservar o direito de ser cobrado o possível uso do helicóptero. Caso não necessitem, a reserva não será cobrada e a cobrança será estornada.

A partir da temporada de 2017/2018 será cobrado, separadamente, os voos de helicópteros por todo e qualquer serviço de resgate e atendimento médico (alem de qualquer outra empresa prestadora destes serviços) pelos próximos quatro anos.

Os preços de resgates por helicóptero no Aconcágua não são tabelados. De acordo com as agências de turismo de Mendoza procuradas pela Revista Blog de Escalada, estima-se que será cobrado uma tarifa de US$ 800 a US$ 1.200 extras do montanhista.

Mais detalhes acesse: http://www.aconcagua.mendoza.gov.ar

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