Avaliação de equipamentos , ao menos no Brasil, é um tabu gigantesto. Falar de casamento gay, prostituição, meneàge a trois, comunismo, democracia em Cuba, reciclagem de políticos na escalada e assim por diante é muito mais “fácil” do que fazer uma avaliação de um equipamento no Brasil.
Caso alguém ainda duvide, leia uma revista de avaliação de equipamentos nos EUA ou Europa e veja aqui no Brasil.
Nas edições extrangeiras há notas(discutíveis às vezes) e prós e contras de cada equipamento avaliado. Ao menos lá fora as empresas motram a cara para bater. Não tem medo de uma avaliação ruim de um equipamento, afinal estão confiantes que estão entregando o melhor produto.
No Brasil não. NENHUMA revista esportiva ou de qualquer que seja avalia o produto com notas, e prós e contras. Apenas mostra um resumo das características e o preço. Somo reféns das empresas que pressionam em não anunciar caso haja uma avaliação ruim de algum produto. A cristalização do capitalismo selvagem.
A culpa, portanto, não são das revistas, e sim da vaidade infundada das empresas que anunciam, e abominam toda e qualquer avaliação de seu produto.
Que existem marcas que produzem equipamentos de segunda-linha e faz anúncio vendendo o produto de última geração todo mundo sabe. Imagina se alguma revista publicar o que todo mundo sabe: que seu produto é de segunda linha.
Por isso, caro produtor, que às vezes seu produto nunca vende: TODO MUNDO já sabe que é ruim. De nada adianta fazer uma censura branca em revistas, as pessoas falam. Por blogs, por MSN, por Fóruns e, principalmente, conversam ao vivo.
Postura de esconder a verdade das empresas além de pressionar as revistas a serem o mais superficial possível nas avaliações, não prestigia de maneira incisiva atletas e eventos.
Falando de escalada, os patrocínios ainda são tímidos e pífios. Há marcas que patrocinam de maneira promíscua federações, e não os atletas e escaladores. Eventos importantes de escalada ainda são ignoradas pelas empresas nacionais e hoje apelam para o slogan “empresa 100% brasileira”.
Revista que é formadora de opinião pode ser franca com seu público, e se alguma empresa anuncia é porque não tem medo de seus produtos serem mal-avaliados. Simples assim.
Um bom exemplo disso, está visível na Internet: As revistas e portais de esportes de aventura seguem avaliando os produtos das empresas. Afinal, a credibilidade com o leitor é muito mais importante do que a quantidade de números vendidos. Além da credibilidade da revista, a marca ser avaliada mostra que a empresa não tem medo de nenhuma avaliação, afinal confia no produto que tem.
Diferente da mente dos fabricantes e importadores daqui.
Para se verificar a diferença entre avaliação feitas pelas revistas daqui do Brasil e no exterior (até mesmo porque as empresas obrigam as revistas terem estas posturas) o portal Inglês UKC Climbing publicou uma avaliação de Camalots e Friends da Metolius.
Na minha opinião um bom exemplo de como deveria ser uma avaliação de equipamento. Afinal em esportes de aventura, a qualidade dos equipamentos é fundamental.
http://www.ukclimbing.com/gear/review.php?id=2907
Formado em Engenharia Civil e Ciências da Computação, começou a escalar em 2001 e escalou no Brasil, Áustria, EUA, Espanha, Argentina e Chile. Já viajou de mochilão pelo Brasil, EUA, Áustria, República Tcheca, República Eslovaca, Hungria, Eslovênia, Itália, Argentina, Chile, Espanha, Uruguai, Paraguai, Holanda, Alemanha, México e Canadá. Realizou o Caminho de Santiago, percorrendo seus 777 km em 28 dias. Em 2018 foi o único latino-americano a cobrir a estreia da escalada nos Jogos Olímpicos da Juventude e tornou-se o primeiro cronista esportivo sobre escalada do Jornal esportivo Lance! e Rádio Poliesportiva.