Conheça Gabi: A menina de 6 meses que fez a travessia Petrópolis Teresópolis

Qual a melhor idade para iniciar seu filho (a) no montanhismo? Por mais empolgado que sejam os pais, possivelmente o valor de 6 meses não passaria na cabeça de grande maioria dos pais.

Este não é o caso do Fernando Barros e Marcela Tenório.

 

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Tudo começou quando ambos decidiram largar tudo na cidade de São Paulo e partir para uma viagem de dois anos pela América do Sul. De início o casal já planejava ir para vários lugares quando aconteceu uma surpresa: Marcela descobriu que estava grávida.

Ao invés de abandonar o plano de viajar, Marcela e Fernando embarcaram em seu carro e foram viajar para a América do Sul. Quando chegou perto do momento da filha nascer, programaram a volta. Logo que nasceu e tinha imunidade para passear, Fernando e Marcela começaram a planejar vários trekkings em lugares do Brasil.

 

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Com pouco mais de 40 dias de nascida, Gabi já estava no trekking. Sua estreia foi na Pedra da Macela (1.840 m), montanha na divisa entre os estados de São Paulo e Rio de Janeiro, com direito a pernoite no cume.

“Este foi o teste para saber como seria acampar com a Gabi”, afirma Fernando. Como não houve maiores problemas, estava aberto uma porta para várias possibilidades.

 

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O segundo desafio foi o Pico da Bandeira (2.892 m), o ponto mais alto dos estados de Espírito Santo e Minas Gerais. Para esta nova experiência o tempo já foi um pouco maior: três dias de trekking. Após isso o próximo desafio foi a Travessia “Lapinha/Tabuleiro”, uma clássica travessia em minas gerais que sai da cidade de Lapinha da Serra-MG e termina na Cachoeira do Tabuleiro, no município de Conceição do Mato Dentro-MG, em um trajeto de aproximadamente 42 km.

Depois disso a pequena Gabi e seus pais fizeram um outro trekking: Chapada dos Veadeiros, na Travessia das Sete Quedas, que possui 23,5 km de extensão e não é considerado um trekking fácil.

Serra dos Órgãos

 

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Toda a preparação da Gabi era visando que enfrentasse um desafio um pouco maior. O trekking escolhido foi a travessia Petrópolis-Teresópolis. Um clássico nacional do trekking e considerada a travessia mais bonita do Brasil. Com cerca de 30 km de extensão, a travessia da Serra dos Órgãos exige preparo físico e equipamento adequado.

Para auxiliar com tudo, o casal divide tarefas de carregamento e logística. Enquanto um carrega a filha em um baby carrier, o outro carrega uma cargueira com todo o resto do equipamento. De acordo com Fernando, Gabi se comporta de maneira exemplar, dormindo boa parte do tempo e sem maiores choradeiras. O peso é divido ao máximo entre os dois, para permitir uma velocidade de caminhada que evite que a noite se aproxime antes dos pontos de parada.

 

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De acordo com Fernando “esta foi a mais exigente, pois foi a primeira vez que usamos o baby carrier”. “Foi diferente, pois com isso pude levar o máximo de peso possível no baby carrier”, completou Fernando. Marcela também não teve vida fácil. A mãe da Gabi teve de carregar um peso maior do que estava acostumada: 25 kg. O casal optou por ir sem guia e utilizar somente o GPS para se orientar.

O primeiro dia de trekking, que há muitas subidas, os pais confessou que “foi puxado”. Para os pontos críticos, Fernando levou um equipamento básico de escalada para estar preparado caso fosse necessário improvisar algo. Fernando avalia que o primeiro dia foi razoavelmente tranquilo “pois não há nada muito técnico.”

Foto: Marcela Tenório

Já o segundo dia é que houve uma grande tensão. Pois dependiam dos horários da Gabi para começarem o trekking. Saíram do Abrigo Açu, onde passaram a primeira noite, e isso foi considerado apertado pois saíram por volta das 10:00 da manhã. O peso das mochilas e o cuidado natural com a filha fez com que alguns trechos fossem difíceis de fazer. Nas passagens mais verticais, Fernando usou corda para içar a filha.

Fernando e Marcela chegaram ao pondo de pernoite já de noite. Este tipo de caminhada gerou tensões e apreensão no casal, afinal no período é quando as temperaturas são mais baixas e poderia ameaçar a filha.

No terceiro dia foi considerado “tranquilo” por Fernando. “Foi muito legal, porque a Gabi foi a sensação de todo o trekking, pois todos queriam conhece-la”. “Ela sorria para todo mundo e foi super alegre”, completa Fernando.

Foto: Cortesia Marcela Tenório

Quando avalia a dificuldade e o que enfrentaram, Fernando confessa que “esta foi a trilha mais difícil com a Gabi, pois tinha algumas passagens delicadas”. Fernando todo orgulhoso perguntou ainda para os administradores do parque se sua filha seria a mais nova. A administração do parque não soube informar com exatidão, embora afirmassem que a Gabi tendia a ser mas nova. Isso porque um estrangeiro no ano passado, há cerca de um ano e meio, que foi com uma criança de quatro meses.

Porém a aventura do estrangeiro no parque não foi tão bem sucedida quando a de Gabi e seus pais. Segundo informou Fernando, a filha do estrangeiro teve hipotermia e teve de ser resgatada. Mas a informação de quem é mais novo ou não ainda é um mistério, por causa da precariedade de registros deste tipo.

“A experiência de levar a Gabi para uma aventura desta mostra que realmente não tem muito limite para as pessoas. Se os pais forem realmente preparados e não forem de maneira louca, é possível sim”, afirma Fernando. “Pegar chuva com a Gabi é impensável, e isso deve ser levado em conta pelos pais. tudo tem de ser na melhor condição possível”, pondera Fernando.

Foto: Marcela Tenório

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