A marca de produtos outdoor norte-americana Patagonia ganhou o prêmio Champions of the Earth da ONU por visão sua empreendedora, políticas dinâmicas e completas que colocam a sustentabilidade no centro de um negócio de sucesso.
O Champions of the Earth é uma premiação anual patrocinada desde 2004 pelo Programa da ONU para o Meio Ambiente, cujo objetivo é congratular personalidades e empresas por suas contribuições a partir de programas e projetos para de preservar o meio ambiente da destruição humana.
Foto: http://www.backcountry.com/
O prêmio é a principal honra ambiental da ONU, Além da marca norte-americana, também foram agraciados:
- “Ação e inspiração”: Ant Forest, um miniprograma e iniciativa de plantio de árvores que plantou 100 milhões de árvores nas áreas mais áridas da China.
- “Política liderança”: Costa Rica, por seu papel pioneiro na proteção da natureza e comprometimento com suas políticas de combate ao aquecimento global.
- “Ação e inspiração”: Fridays for Future Movement, movimento global estudantil para conscientização sobre o aquecimento global.
Por que a Patagonia ganhou este prêmio?
Nos últimos 50 anos, a Patagonia criou o hábito de priorizar a sustentabilidade e adaptar seu modelo de negócios de grande sucesso para acomodá-la. Nos anos 1980, a Patagonia impôs voluntariamente um “imposto sobre a terra” de 1%, no qual a empresa doa 1% de seus lucros a organizações ambientais. De acordo com dados da própria empresa, em outubro de 2019, foram doados mais de US$ 100 milhões.
Muito antes de virar moda, a empresa começou a usar poliéster reciclado de garrafas de refrigerante de plástico no início dos anos 1990. Todo o algodão usado nas roupas da empresa é orgânico desde meados dos anos 1990.
Atualmente, quase 70% dos produtos da Patagônia são feitos de materiais reciclados. Até 2025, a meta da empresa é usar materiais 100% renováveis ou reciclados. Além disso, a Patagonia mediu o impacto ambiental de certas peças de vestuário e publicou as descobertas em The Footprint Chronicles.
No ano de 2016, lançou um conjunto de princípios éticos orientadores para o tratamento de animais, práticas de uso da terra e sustentabilidade. Neste mesmo ano, doou 100% de suas vendas na Black Friday (estimado em US$ 10 milhões) a organizações ambientais.
Além disso, a empresa foi a primeira empresa da Califórnia a se inscrever para a certificação voluntária B Corp. A economia da Califórnia é a quinta maior economia do mundo, se os estados dos EUA fossem comparados com outros países. O Produto Interno Bruto (PIB) da Califórnia superou US$ 2,7 trilhões em 2017. No mesmo ano, o PIB do Brasil foi equivalente a US$ 1,8 trilhão e o do México, de US$ 1,04 trilhão.
A certificação B Corp é concedida para empresas visam como modelo de negócio o desenvolvimento social e ambiental. Toda empresa do sistema B Corp possui como objetivo solucionar problemas socioambientais. Vista como um movimento global, surgiu nos nos EUA em 2006 e chegou em 2012 à América Latina.
Na América do Sul, o Chile foi o primeiro a abraçar a certificação B Corp (conhecido como SistemaB), há dois anos, seguido por Argentina e Colômbia. No Brasil, a ONG chegou em 2013. Já existem 3.077 empresas certificadas, 525 delas só nos EUA. Por enquanto apenas 39 no Brasil.
Além da Patagonia, aderiram certificação as empresas Allbirds, Cotopaxi, Leesa, Bombas, Beautycounter, Tentree, United by Blue e Natura, entre muitas outras.
Formado em Engenharia Civil e Ciências da Computação, começou a escalar em 2001 e escalou no Brasil, Áustria, EUA, Espanha, Argentina e Chile. Já viajou de mochilão pelo Brasil, EUA, Áustria, República Tcheca, República Eslovaca, Hungria, Eslovênia, Itália, Argentina, Chile, Espanha, Uruguai, Paraguai, Holanda, Alemanha, México e Canadá. Realizou o Caminho de Santiago, percorrendo seus 777 km em 28 dias. Em 2018 foi o único latino-americano a cobrir a estreia da escalada nos Jogos Olímpicos da Juventude e tornou-se o primeiro cronista esportivo sobre escalada do Jornal esportivo Lance! e Rádio Poliesportiva.