Recentemente vimos uma notícia chocante sobre as 11 toneladas de lixo que foram tiradas do Monte Everest. É claro que, por ser o pico mais alto do mundo, ele tem a atenção de milhares de montanhistas em busca de superação dos seus próprios limites. Existe um fluxo altíssimo lá, que só não é maior por conta da preparação extrema exigidas dessas pessoas, além do custo ser alto.
Agora, falando sobre a Serra da Mantiqueira, montanhas abaixo de 3 mil metros de altura, no clima tropical brasileiro, trilhas bem técnicas, mas nada comparado ao nível de dificuldade do Everest, mas infelizmente, também encontramos muito lixo em suas áreas naturais e de montanha.
Muitas vezes pensamos ser uma reprodução de hábitos urbanos, que em um ambiente natural recebe maior destaque por não ter a poluição visual já de costume, como nas cidades. Mas isso não deixa de ser alarmante e extremamente prejudicial para Mantiqueira, tanto relacionado à fauna e flora, quanto relacionado a contaminação hídrica, já que várias nascentes regionais estão nos altos destas montanhas.
É deixado nas trilhas e áreas de acampamento um volume enorme de papéis higiênicos, embalagens e restos de alimentos, capazes de levar animais não nativos para os locais, como os ratos já existentes em algumas delas, causando todo um desequilíbrio àquele ecossistema. Fora os dejetos humanos não enterrados e feitos próximo às nascentes e rios, o que oferece um enorme risco de contaminação para essas águas.
E não é só isso, vamos ver agora os materiais mais bizarros encontrados por montanhistas e enviados para a Campanha MantiqueiraBem, com o objetivo de conscientizar os visitantes, reduzindo essas más condutas.
A falta de experiência na realização de um planejamento para a ida a esses locais faz com que possa haver mais imprevistos, principalmente relacionados às condições climáticas, e quando isso ocorre, barracas e outros resíduos são abandonados nos próprios locais às pressas, como na foto acima.
Lixo na Mantiqueira:
“Já encontrei várias coisas bizarras lá para cima, bota, tênis tipo All Star, lona, que a gente encontrou no Vale do Ruá, mas o que eu acho mais bizarro é a merda, e sempre junto com a merda tem muito papel higiênico, absorvente, calcinha, roupa… não só calcinha, camiseta a gente já encontrou lá. Mas o que eu acho mais difícil de juntar é merda, muito nojento. Por isso que temos que incentivar os Shit Tubes.” – Carlos Moura, guia na região da Serra da Mantiqueira.
Além disso, as cascas de fruta, consideradas biodegradáveis, também são encontradas com bastante frequência. Essa prática também é prejudicial ao ambiente, pois atrai animais que não fazem parte daquele ecossistema, causando um desequilíbrio e, até mesmo, epidemias nas espécies endêmicas que possam vir a consumir estes restos alimentares.
Por isso, existe um Manual de Comportamento na Montanha essencial aos visitantes. É gratuito e pode ser baixado em poucos segundos. Faça já o download, leia com atenção e espalhe para o maior número de pessoas que você conhece! Ajude a mudar essa história.

Redatora publicitária, fotógrafa e iniciadora da campanha MantiqueiraBem. Pratica montanhismo e trekking desde os 17 anos. O esporte serve de grande inspiração para seu trabalho com a fotografia, iniciado pelos ambientes naturais e montanhas da Serra da Mantiqueira, em 2015. Sempre se manteve envolvida com órgãos de preservação ambiental da região. Atualmente, trabalha como analista de marketing digital para marcas de esporte locais.