Todo país, independente de onde esteja, possui uma espécie de fixação e veneração com alguma localidade. Por mais que existam opções, às vezes até melhores, muitos ainda seguem somente pensando em determinando local. Uma espécie de Meca. Tratando-se de escalada e montanhismo, os norte-americanos possuem verdadeira fixação com os enormes monolitos de granito de Yosemite. Uma destes é o “El Capitan”.
Com aproximadamente 915 metros de altura, foi batizado pelo Mariposa Battalion, uma espécie de milícia armada que existia na Califórnia em meados do século XIX. A região, que pertencia ao México na época, fez uma tradução literal do significado do rochedo na linguagem nativa. O El Capitan é composto quase inteiramente de granito, um granito de granulação grossa e pálida. O “El Cap” tem duas principais, a sudoeste (à esquerda ao olhar diretamente para a parede) e o Sudeste.
Entre os dois rostos projeta uma proa gigantesca, que se assemelha a uma espécie de nariz. Enquanto hoje existem numerosas vias estabelecidas em ambas as faces, a mais popular e historicamente famosa é “The Nose”, que segue pela linha do nariz. A fixação que os americanos possuem com a via é quase um assunto de sociologia.
Por isso os autores Hans Florine e Jayme Moye resolveram contar, ou pelo menos eles mesmos entenderem, de onde vem este interesse. Hans Florine, que recentemente quebrou as duas pernas em uma escalada em Yosemite, é uma lenda do esporte e é um exemplo vivo desta fixação que a via produz nos escaladores.
Hans Florine é o coautor de “Speed Climbing”, e contribuiu com outros três livros, além de artigos escritos para revistas americanas de escalada. Hans também atuou como diretor executivo da American Sport Climbers Federation de 1992 a 1996 e atualmente é embaixador do The Access Fund.
Jayme Moye é um jornalista freelancer premiado com sede em Boulder, Colorado, e ex-editora-gerente da Elevation Outdoors.
Uma vez considerada impossível de escalar, as paredes de granito do Vale de Yosemite começaram a ver suas primeiras tentativas e primeiras ascensões no final dos anos 1950. As escaladas eram feitas somente em artificial. Como o livro explica, a primeira ascensão ao “The Nose” foi feita por Warren Harding em 1958, cinco anos após a primeira ascensão de um norte-americano ao Everest. Harding levou 45 dias.
Ficha técnica
- Título: On the Nose: A Lifelong Obsession with Yosemite’s Most Iconic Climb
- Autores: Hans Florine e Jayme Moye
- Edição: 1ª
- Ano: 2016
- Número de páginas: 240
- Editora : Falcon Guides
