Livro da semana: "History and science of knots"

Os nós foram usados e estudados ao longo da história da humanidade. Os primeiros fragmentos fossilizados de cordas e nós datam de 15.000 a 17.000 anos. Pela técnica ser tão antiga, acredita-se que é uma tecnologia muito mais antiga que o machado (6.000 a.C.) ou da roda (5.000 a.C.).

Especulativamente, os conhecimentos de técnica de nós podem até anteceder o uso do fogo (400.000 a.C.) e coincidir com as primeiras ferramentas de pedra lascada. É interessante notar que os macacos modernos têm algumas habilidades muito elementares em atar e amarrar, o que sugere que o início da amarração de nós pode muito bem ter sido precedido até mesmo a evolução do gênero Homo (gênero que inclui automaticamente os humanos modernos e espécies estreitamente relacionadas com eles).

Poucos percebem a importância que os nós e cordas tiveram na história da humanidade. É notável que eles nem sequer sejam mencionados em grandes livros de história e tecnologia. No entanto, é difícil encontrar qualquer tecnologia importante desenvolvida nos últimos 250.000 anos que, de alguma maneira, não utilizasse cordas e nós.

Por esta razão que o livro “History and science of knots” de John Turner e Pieter Van De Griend se torna interessante de adquirir e fazer parte da biblioteca de qualquer um que pratique atividades que usem cordas, cordeletes e barbantes.

O livro reúne vinte ensaios sobre diversos tópicos da história e da ciência dos nós.

A obra é dividida em cinco partes, que tratam, respectivamente, de nós na pré-história e antiguidade, tradições não europeias, nós de trabalho, a ciência em desenvolvimento dos nós e aspectos decorativos e outros aspectos dos nós.

Os autores incluíram arqueólogos que escrevem sobre nós encontrados em escavações de locais antigos (descreve-se os nós usados pelo recentemente descoberto Homem de Gelo), estudiosos em nós que estudaram a história e os usos dos nós no mar, na pesca e em várias atividades de suporte à vida.

Em resumo, o livro aborda uma variedade de aspectos do “nó”, do matemático ao prático, incluindo o nó decorativo. Entretanto, não é um guia para ensinar sobre nós, nem um tratado sobre topologia ou teoria matemática dos nós. Em vez disso, é uma coleção de artigos que esclarecem o “nó”, de autores muitos dos quais pertencem ao International Guild of Knot Tyers (associação mundial para pessoas interessadas em nós) e compartilham seu amor por aspectos do “nó”.

É certo que este é um livro para quem gosta de nós, e não para aqueles que apenas querem aprender algumas coisas sobre como amarrar. Se alguém deseja conhecer a história por trás dos diferentes tipos de nós, definitivamente necessita deste livro.

Existem diagramas que ajudam a visualizar os nós que estão sendo discutidos, mas geralmente não são explícitos o suficiente para ajudar a aprender a amarrar os nós, a menos que o leitor já tenha uma ideia de como é feito. O verdadeiro foco de “History and science of knots” está no uso de diferentes tipos de nós e dados arqueológicos pertinentes a ele.