Livro da semana: "Caminos Invisibles" - Juan Pablo Villarino e Laura Lazzarino

No mundo contemporâneo as pessoas buscam mais identificar-s com o novo, inexplorado, inusitado e fora do lugar comum que a velha mídia tenta empurrar goela abaixo todos os dias. O costume de viajar está sendo profundamente impactado por este movimento cultural de busca de caminhos e lugares fora do esquema adotado por publicitários. Neste novo conceito de repensar viagens estão as viagens de mochilão que junto das peregrinações por lugares isolados e não populares, que rememora as explorações europeias do século XVI.

Foto: http://acrobatadelcamino.com

Foi exatamente isso que o argentino Juan Pablo Villarino sentiu quando decidiu “descobrir” à sua maneira a América Latina e junto de sua companheira Laura Lazzarino começou uma viagem que durou 180 dias desde Ushuaia até as Guianas. Na verdade Villarino começou a ser viajante desde 2005 quando começou a percorrer o mundo com o objetivo de gastar no máximo US$ 5,00 por dia com o simples objetivo de documentar a hospitalidade. Toda esta busca é documentada em seus textos. Desde então passeou pela Europa, Oriente Médio, Ásia, África e América. Ao todo o argentino conheceu 72 países em uma viagem que percorreu 150.000 km.

A sua mais recente obra “Caminos Invisibles” é o livro da história de amor do autor com Laura Lazzarino, que também assina a autoria do livro, durante viagens pelo continente sul-americano.Nesta viagem de muitos quilômetros, por de estradas de asfalto e cascalho, com muita poeira, pelos caminhos escondidos dos mapas e longe das cidades conhecidas e monumentos históricos.

O livro levou quinze meses para ser escrito pois o casal procurou colocar todos os sentimentos e pensamentos que coletaram ao longo dos 36.000 km percorridos desde o sul da Patagônia argentina até as Guianas. Detalhe: toda a viagem foi realizada através de carona, sem tomar um ônibus ou avião.

Na leitura de “Caminos Invisibles” (ainda sem edição em português) é inevitável não imergir em uma leitura em linguagem coloquial mas de fácil leitura. A maneira apaixonada, mas sem ser pueril, de Lazzarino e Villarino o livro é facilmente “devorado especialmente por quem deseja também praticar uma viagem semelhante ao do casal. Buscando ficar alheio à discussão filosófica e política a respeito das pessoas e lugares que visitaram, os autores focaram mais no sentimento de descoberta de um continente cheio de surpresas aos viajantes que possuem vontade de explorar onde mora. Adotando esta linha mais intimista o livro entrega uma atmosfera de reflexão e descoberta sendo uma espécie de versão sul-americana de “On the Road”, guardadas as devidas proporções, obviamente.

Desta maneira a obra é uma leitura obrigatória para todo mochileiro que orgulha de seu modo de vida que lhe é característico. Seja para se inspirar nas palavras do casal ou para planejar algo semelhante. “Caminos Invisibles” é ao mesmo tempo um relato de viagem, história de amor e aventura.