Laura Rogora e Sean Bailey vencem em Chamonix

Assim como o futebol brasileiro, a escalada esportiva optou por acumular uma série de eventos pouco antes da Olimpíada. a cidade francesa de Chamonix teve uma semana intensa para mais uma etapa da Copa do Mundo de Vias Guiadas. Neste final de semana acontece novo evento em Briançon, faltando menos de uma semana para os jogos olímpicos de Tóquio.

A ausência de algumas dos grandes atletas da competição internacional, como Adam Ondra, Jakob Schubert, Alex Megos, Janja Garnbret ou Akiyo Noguchi foi um dos destaques negativos no primeiro dos dois eventos da taça na França. Além disso, os brasileiros estavam inscritos no torneio, Bianca Castro e Felipe Ho, não apareceram e ficaram em último na tabela de classificação.

Foto: Daniel Gajda/IFSC

A Place du Mont Blanc, uma praça espaçosa no centro da cidade de Chamonix com os Alpes como pano de fundo, recebeu os finalistas com uma temperatura de 5ºC e uma umidade relativa do ar de 98%. No entanto, o relativamente hostil não impediu que o local voltasse a ser lotado com público após dois anos da última prova realizada ali.

O destaque, pouco comentado pela mídia especializada europeia, foi a evolução dos norte-americanos durante as últimas três provas. O mérito dos atletas podem ser divididos com um nome até então pouco conhecido pelo público de escalada: Josh Larson.

Desde que Larson assumiu o papel de técnico da seleção norte-americana a equipe evoluiu exponencialmente. Josh é a prova viva de que velhos conceitos, os quais ditam as filosofias de treinadores e route setters, e que ainda existe e é influente na América do Sul (sobretudo no Brasil), está obsoleta.

Laura Rogora volta a vencer

Sean Bailey

Foto: Daniel Gajda/IFSC

Como nas anteriores provas da Copa do Mundo, a via da final feminina tinha uma dificuldade de 8b/8b+ francês ( 10b/10c brasileiro). Os oito escaladores finalistas chegaram à fase final depois de terem todos conquistado o topo na semifinal, algo raro e que gerou críticas sobre o estilo que os route setters reservaram.

Na via fina apenas uma escaladora conseguiu chegar ao topo, mostrando que os route setters notaram o erro. Laura Rogora escalou confiante de que conseguiria alcançar a última proteção com sucesso, apesar de que passou a sensação de iria cair com qualquer movimento. A italiana subiu com grande precisão e ritmo e, mesmo assim, chegou ao topo faltando 40 segundos para o final.

Rogora manteve a emoção até o último movimento antes de marcar a primeira vitória na temporada. A segunda foi a revelação da temporada 2021: Natalia Grossman. A norte-americana, que não está classificada para as Olimpíadas, chegou sobrando ao final da via, mas uma passagem que exigiu resistência física a fez cair antes do esperado.

Ainda assim, Grossman deixou claro que a norte-americana é a grande oponente a ser observada neste ano e se ela se classificasse para Tóquio, certamente seria uma forte candidata por medalha. A terceira escaladora no pódio foi outra protagonista desta temporada: a búlgara Aleksandra Totkova.

Sean Bailey, o fenômeno norte-americano

Sean Bailey

Foto: Daniel Gajda/IFSC

A via masculina (graduada como um 8c/8c+ francês) não agradou muito o público, pois nenhum dos finalistas conseguiu chegar ao topo. Mesmo assim, foi o norte-americano Sean Bailey a estrela.

Bailey, que também não se classificou para as Olimpíadas, deu o salto evolutivo em 2021 nas competições e em Chamonix conquistou a segunda medalha de ouro da temporada em vias guiadas.

O italiano Stefano Ghisolfi ficou um pouco abaixo do norte-americano e ficou em segundo. O veterano escalador tcheco Martin Stranik caiu para o terceiro lugar.

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