A Federação internacional de Escalada Esportiva (IFSC) anunciou em um comunicado à imprensa que a escaladora francesa Anouck Jaubert e o italiano Michael Piccolruaz ganharam vagas para os Jogos de Tóquio 2020 (que serão realizados em 2021) após a realocação de dois lugares não utilizados da Comissão Tripartite.
A ideia por trás dessa cota é dar aos atletas um lugar para nações pequenas ou desfavorecidas. Apenas um atleta que atendeu aos critérios da Comissão Tripartite participou do Campeonato Mundial Combinado 2019: Zàhéér Ahmád (Paquistão). No entanto, Ahmád cometeu o erro de não competir na disciplina de vias guiadas, motivo pelo qual lhe foi negado a vaga olímpica.
No comunicado de imprensa, a IFSC explicou:
De acordo com o Sistema de Qualificação, as cotas da Comissão Tripartite precisavam ser atribuídas até o final de março. No entanto, nenhum pedido foi apresentado dentro desse prazo e, agora, no final de abril, qualquer quota não utilizada deve ser realocada.
Jaubert e Piccolruaz recebem a cota da da Comissão Tripartite graças à sua colocação no Campeonato Mundial de Escalada IFSC 2019 em Hachioji, onde terminaram na 11ª e 14º posições, respectivamente, no evento combinado feminino e masculino.
A realocação das cotas da Comissão Tripartite elevou o número total de atletas qualificados para as Olimpíadas para 32 da cota total de 40 (16 atletas de cada gênero). A lista completa de atletas qualificados está disponível na página olímpica no site do IFSC.
Fim do caminho para sul-americanos
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Atletas sul-americanos melhores colocados nas competições oficiais do IFSC tinham a esperança de herdar as vagas. Assim, nos Jogos de Tóquio 2020, não haverá nenhum atleta sul-americano participando da estreia da escalada como esporte olímpico.
Como há grandes chances de que a edição de Paris 2024 também possua escalada esportiva, há a esperança de que grande parte dos principais atletas sul-americanos, que hoje possuem idade por volta de 18 anos, esteja com resultados internacionais mais expressivos.
O Brasil, em particular, que deveria ter começado o processo de renovação da geração de competidores há quatro anos (atualmente a média de idade é acima de 30 anos), está a vários passos atrás de seus vizinhos de continente. Até o momento nenhum plano a médio prazo para a revelação de novos atletas foi divulgado pela liga independente que organiza os campeonatos de escalada.
Parte da despreocupação com atletas sul-americanos por parte do IFSC pode ser observada no número de etapas realizadas no continente: nenhuma.
Fim do caminho para Fanny Gibert
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Anouck Jaubert se juntará a seus colegas de equipe francesa Julia Chanourdie, Bassa Mawem e Mickael Mawem, tornando a França o terceiro país, junto com o Japão e EUA, a competir com a cota máxima de quatro escaladores para os Jogos.
A decisão de realocar as cotas tripartidas agora significa que o caminho para Tóquio para a colega de equipe de Jaubert, Fanny Gibert (que era apenas um lugar fora da qualificação em Toulouse) chegou ao fim.
A esperança de Gibert, que vem treinando duramente durante a quarentena, era o Campeonato Europeu da IFSC em Moscou (remarcado devido ao COVID-19). Fanny teria a chance de vencer o evento e conquistar o último lugar na França.
Mais um italiano
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Michael Piccolruaz é o terceiro atleta italiano a se classificar para o Tóquio 2020, depois que Ludovico Fossali ficou em 9º em Hachioji e Laura Rogora ficou em 8º lugar no IFSC Combined Qualifier em Toulouse.
Para o Campeonato Europeu da IFSC em Moscou, o compatriota de Piccolruaz, Stefano Ghisolfi, tem a chance de conquistar o último lugar da Itália na cota masculina.
Formado em Engenharia Civil e Ciências da Computação, começou a escalar em 2001 e escalou no Brasil, Áustria, EUA, Espanha, Argentina e Chile. Já viajou de mochilão pelo Brasil, EUA, Áustria, República Tcheca, República Eslovaca, Hungria, Eslovênia, Itália, Argentina, Chile, Espanha, Uruguai, Paraguai, Holanda, Alemanha, México e Canadá. Realizou o Caminho de Santiago, percorrendo seus 777 km em 28 dias. Em 2018 foi o único latino-americano a cobrir a estreia da escalada nos Jogos Olímpicos da Juventude e tornou-se o primeiro cronista esportivo sobre escalada do Jornal esportivo Lance! e Rádio Poliesportiva.