Guia prático de vigilância contra doping para atletas amadores

Por ignorância, ou por puro desconhecimento, muitas pessoas acreditam que suplementos alimentares configuram doping esportivo. A discussão é antiga e possui várias vertentes.

Na prática, a dopagem no esporte geralmente ocorre quando um atleta, amador ou profissional, utiliza substâncias “não naturais” no corpo, as quais potencializam seu desempenho, aumentando sua força, resistência e velocidade.

Quem determina o que é doping?

Foto: http://colmeia.biz/

Para determinar o que é, e o que não é, doping, foi criada a partir de um consenso entre as federações esportivas mundiais uma lista de substâncias. Portanto, para saber se é, ou não doping, é necessário ter como base esta “lista oficial”

Como no mundo existe muitos elementos químicos que podem ser considerados “não naturais”, a Agência Mundial Antidoping (WADA) publica periodicamente uma lista com todos os elementos químicos proibidos e dosagens máximas de substâncias “toleradas”.

O Comitê Olímpico Internacional (COI) publicou recentemente um consenso sobre suplementos alimentares em atletas de alta performance. No documento, afirmaram que a nutrição, em geral, contribui de forma pequena, porém valiosa, no desempenho bem-sucedido de atletas. Portanto, de acordo com o COI, os suplementos alimentares podem trazer contribuição discreta para esse programa nutricional.

Porém, um suplemento alimentar pode conter alguma substância proibida. Portanto, fique atento ao rótulo e ao conteúdo destes suplementos. Recentemente a tenista brasileira Camilla Bossi, de apenas 16 anos, foi flagrada em teste devido a uma contaminação do seu suplemento nutricional. Na amostra de Bossi havia a presença de Enobosarm, uma substância do tipo SARM S-22, proibida pela WADA.

Suplemento é doping?

Consultando vários nutricionistas e técnicos esportivos, há o consenso de que suplemento não é considerado doping. Porém, existe uma observação perigosa: dependendo da origem do suplemento, existe uma grande chance de contaminação.

A preocupação com a origem do suplemento fica por conta do tipo de fiscalização que o produto sofre em seu país de origem. Por exemplo, no Brasil, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) que se encarrega de regulamentar e fiscalizar os suplementos alimentares, possui parâmetros diferentes dos que existem nos EUA (regulado pela Food and Drug Administration).

Além disso, a Anvisa possui uma regulamentação específica para suplementos alimentares, o que não acontece nos EUA. O que significa esta pequena diferença de atribuições entre EUA e Brasil?

Significa que o nível de fiscalização em determinados elementos químicos é diferente e isso pode, dependendo da substância, acarretar em doping.

Para que se tenha uma ideia, em toda a história dos Jogos Pan-Americanos, o Brasil havia tido dois casos de doping. Mas na última edição dos jogos pan-americanos de Lima, realizados em 2019, foram confirmados três. Além disso, houve três cortes na delegação brasileira na véspera dos jogos (além de outros quatro que já estavam suspensos). Todos por doping.

Todos alegaram que foi “contaminação” de suplementos alimentares.

Como usar suplementos corretamente

Para usar corretamente suplementos alimentares, sem o objetivo de ludibriar legislações esportivas, é imprescindível a consulta a um profissional de nutrição. Os suplementos são indicados para pessoas que necessitam de mais calorias, proteínas e vitaminas, além das que são consumidas nas refeições diárias.

Hoje há no mercado diversos tipos de suplementos alimentares, cada um com a sua finalidade e dosagem. Portanto, utilização dos suplementos alimentares deve ser muito criteriosa e somente deve ser indicada por nutricionista ou médico.

A indicação deve ser feita após avaliação do estado físico do paciente e investigação do hábito alimentar do esportista.

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