Guerra da Ucrânia: Como a comunidade de montanhismo e escalada foi impactada

Há uma semana, a Rússia invadiu a Ucrânia, alegando motivos inverídicos, e iniciou o que muitos já chamam de “Guerra da Ucrânia”. Ainda assim, Kiev, a capital do país. ainda resiste ao bombardeio russo. Diante da determinação do presidente russo, até mesmo uma Guerra Nuclear está sendo especulada.

A guerra, que parece longe do Brasil e de várias localidades inóspitas no mundo, impactou o mundo do montanhismo e escalada. Exagero e alarmismo? Nem tanto.

Illya Bakhmet-Smolensky, escaladora ucraniana de 17 anos (atualmente segura na Eslováquia) está ajudando outras pessoas a encontrar refúgio no exterior por meio de seus contatos europeus de escalada. Illya também convocou a comunidade em geral para ajudar a encontrar e combinar possíveis anfitriões com refugiados.

Quem é Illya Bakhmet-Smolensky? a pessoa mais jovem do mundo a escalar 9a francês (11c brasileiro) em 2018, aos 13 anos.

A situação para os atletas ucranianos é extremamente delicada, assim como para o resto dos ucranianos. Alguns já conseguiram deixar o país como refugiados em busca de segurança, enquanto outros optaram por pegar em armas e se envolver na defesa de seu território. Sim, escaladores e montanhistas se uniram ao exército de seu país para defender a liberdade.

Este é o caso de Sergei Topishko (com mais de 15 anos de competições internacionais e campeão ucraniano de escalada 7 vezes), Danyil Boldyrev (atual campeão mundial de escalada de velocidade) e Jenya Kazbekova. (de apenas 25 anos e parceira de escaladas de Alex Megos).

De acordo com o site especializado em montanhismo Desnivel, a academia de escalada mais moderna da Ucrânia Stas Kleshnov, em Lviv foi convertida em um ponto de distribuição de suprimentos de emergência, como alimentos, roupas, etc.

Logo após o site russo de escalada mountain.ru postar um banner antiguerra, o governo russo censurou o site e ameaçou de prisão a editora-chefe do site Anna Piunova.

Mas como brasileiros podem ajudar a Ucrânia?

Foto: AFP/Sergei Supinsky

Apesar de Kiev, capital da Ucrânia estar a 10.866 km do Brasil, é possível sim a população ajudar. Pode parecer pouco, ou ínfimo, diante da distância e do poderio militar russo, mas algo pode ser feito.

Primeiramente, todos que estiverem contra a guerra e as ações tomadas pela Rússia contra a Ucrânia, deve levantar a voz e exigir dos seus representantes políticos que também faça o mesmo. Por representantes políticos entenda: presidente de federações, presidentes de associações, vereadores, deputados estaduais e federais e todos do governo federal.

Ao assumir uma posição neutra, o Brasil simplesmente apoia o tipo de iniciativa tomada pela Rússia, que foi invadir um país sem nenhum motivo. Portanto, cada e acada montanhista, cada escalador, para pessoa que pratica ou tem interesse de praticar trekking levantar a voz, seja na rede social ou pessoalmente mesmo, e EXIGIR que o Brasil se pronuncie contra as ações da Rússia.

Se omitirmos, admitindo cinicamente que temos uma “posição neutra”, estaremos admitindo que vivemos em um outro planeta. Pois se agora nos omitirmos, damos espaço para que um outro maluco com pensamento de “passado idealizado” faça o mesmo conosco.

Quanto mais nos omitirmos, maior o perigo de escaladores serem mortos, se tornarem refugiados e, caso aconteça uma guerra nuclear, não termos mais onde escalar seguros.

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