Governo Federal corta quase 90% da bolsa atleta – “Sonho Olímpico” da escalada pode deixar de existir

O Governo Federal enviou esta semana uma proposta para a Lei Orçamentária Anual (LOA) de 2018, a qual prevê uma redução de 87% da renda atual destinada ao bolsa atleta.

Desde o final dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, as verbas destinadas para o Bolsa Atleta (programa federal de fomento de esportes olímpicos), vinha sofrendo reduções graduais no orçamento e, atualmente, disponibiliza R$ 130 milhões aos atletas. Este valor é o montante total, que é distribuído a quem for elegível para recebimento do valor. O bolsa atleta não é um salário, mas sim uma ajuda de custo para atletas de esportes de pouca projeção ou apelo midiático.

Desta maneira, caso a proposta seja aprovada, o valor destinado a atletas será drasticamente reduzido. Assim todos os esportes, incluindo os de exibição, podem sequer não receber nenhum valor.

Agora com a proposta para o LOA, que significa um corte agressivo de aportes monetários ao programa do bolsa atleta, especula-se que praticamente nenhum atleta da escalada, mesmo elegível, possa receber a ajuda financeira. O Ministério do Esporte, responsável por administrar a bolsa atleta, minimizou o corte e alegou que “os valores constam na previsão inicial da Lei Orçamentária Anual. O ministério do esporte tem trabalhado junto ao Congresso nacional para elevar o orçamento da pasta previsto para o próximo ano.”

A denúncia foi publicada em um importante veículo sobre esportes olímpicos, e circulou em vários meios de comunicação no dia de hoje. Federações dos esportes envolvidos ainda não publicaram nenhuma declaração a respeito do assunto.

Bolsa Atleta na escalada

Foto: http://soumaedeatleta.blogspot.com.br

No início deste ano a comunidade de praticantes de escalada mostrou espanto com as novas regras, mais rígidas, anunciadas pela liga independente que organiza campeonatos de escalada no Brasil. Na nova regra, era exigido que,  para quem desejava postular-se a receber o bolsa atleta, atletas não poderiam participar de nenhuma competição reconhecida e organizada pela entidade em questão. Além disso cada atleta deveria obedecer as regras exigidas pelo Governo Federal para usufruir da bolsa atleta.

Quando anunciada as exigências, houve protestos de alguns escaladores, grande partes destes sem serem competidores e sem fazer parte da liga independente. Parte dos descontentes organizaram um abaixo assinado, para remover a regra considerada “abusiva”, mas teve baixa adesão dos reais interessados. A inciativa acabou não tendo o impacto desejado desde o início.

Mesmo com o fracasso do abaixo assinado (organizado por atletas que sequer competiam), houve uma movimentação política e diplomática, para uma tentativa de pacificação e união, entre a Confederação Brasileira de Montanhismo e Escalada e a liga independente que organiza campeonatos de escalada. As exigências, de ambos os lados, emperraram as negociações. A partir de então, o desejo de união esfriou e o acordo de fusão, entre as duas entidades, acabou sendo deixado de lado. Pelo menos por enquanto.

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