O governo do Nepal estabeleceu um sistema de turnos para subir o Monte Everest (8.849 m). A intenção é não permitir que mais de 150 a 170 pessoas se acumulem na mesma tentativa de cume. A nova medida adotada pelo governo nepalês visa tentar evitar a superlotação no teto do mundo.
O jornalista Alan Arnette, o qual é especializado em cobrir as escaladas no Monte Everest, de forma contundente pouco amistosa definiu como “Inocente para dizer o mínimo, estúpido na melhor das hipóteses, incompetente no total”.
A raiz do problema está na fórmula para limitar o número de pessoas na montanha. As autoridades nepalesas não querem abrir mão da receita significativa que recebem com as licenças de montanhismo. Por isso, não limitaram o número de autorizações por temporada como acontece no lado tibetano.
Neste ano de 2021 o número de licenças emitidas nesta primavera já prestes a ultrapassar o recorde de 2019 (último ano de montanhismo no Nepal) e chegar a 400. O lado tibetano, controlado pela China, estabeleceu um máximo de 300, embora este ano esteja fechado devido à pandemia.
De acordo com o banco de dados do Himalaia, em 22 de maio de 2019, o recorde de pessoas no cume em um único dia foi de 219 montanhistas do lado do Nepal. O recorde anterior foi de 218 cumes, no dia anterior. Combinados, aqueles dias representaram 66% do total de 662 cumes.
Importante lembrar que este número de licenças são somente para os montanhistas. Isso quer dizer que E que é preciso dobrar esse número para saber a quantidade aproximada de pessoas que irão ao cume.
Prioridade: Evitar outro escândalo no Monte Everest
Com a temporada já em andamento, o governo do Nepal entendeu que a maneira de evitar que não houvesse mais do que 150 a 170 pessoas tentando o cume, em um único dia, era organizar um sistema de turnos de ascensão.
De acordo com o novo regulamento, quem tiver licença entre os números 6 a 38 poderá tentar primeira janela de bom tempo, quem tiver número de 40 a 68 poderá subir na segunda janela, e assim sucessivamente.
O regulamento não especifica o que, nem quem, tecnicamente definiria a janela de bom tempo. De acordo com o jornalista Alan Arnette, não existe um padrão. Arnette afirma que os guias gostam de ver ventos abaixo de 50 km/h, mas alguns escalam com até 60 km/h.
Na última década houve grandes janelas de tempo, como em 2018, com até onze dias consecutivos de bom tempo. Entretanto, em 2019, foram apenas três dias.
Equipe da redação