A empresa norte-americana Gore-Tex revelou nessa semana uma nova membrana para roupas e equipamentos outdoor que melhorará a durabilidade e o desempenho de produtos como vestuário, calçados e acessórios. A mudança avança as metas de sustentabilidade da empresa, ajudando a eliminar os perfluorados (PFCs).
Os compostos perfluorados são utilizados no processo de impermeabilização de tecidos, papéis e embalagens de alimentos, entre outros, fazendo com que a superfície onde o PFC seja aplicado se torne resistente a água, óleo e manchas. Agora, o polietileno expandido (ePE) da marca se combina com outro polímero, o poliuretano (PU), para criar uma nova membrana que melhora a durabilidade e o desempenho.
No universo outdoor, existe Gore-Tex em tudo e, inclusive, há diversos artigos na Revista Blog de Escalada que explicam sobre a tecnologia, seus tipos, alternativas e sua história. Infelizmente, também é cada vez mais encontrado na própria natureza os tecidos de alto desempenho têm resistido à biodegradabilidade. Assim, a pegada de carbono da Gore-Tex se tornou uma preocupação crescente.
Vale a pena relembrar a pegada de carbono (carbon footprint) é o total de emissões de gases de efeito estufa causadas por um indivíduo, evento, organização, serviço, local ou produto, expresso como o equivalente de dióxido de carbono. Muitas atividades rotineiras acabam gerando emissões atmosféricas de gases do efeito estufa (GEEs) e esses gases são emitidos na atmosfera durante o ciclo de vida de um produto, de processos ou de serviços.
Por meio da pegada de carbono podemos analisar os impactos que causamos na atmosfera e as mudanças climáticas provocadas pelo lançamento de gases de efeito estufa a partir de cada produto, processo ou serviço que consumimos.
Nova postura da Gore-Tex
Nesta semana, a Gore-Tex anunciou que implementará amplamente um novo material que neutralizará esses efeitos. O polietileno expandido, ou ePE, é o resultado mais recente dos 40 anos de história de desenvolvimento da empresa.
O novo material terá um papel importante em sua missão contínua de reduzir sua dependência do que chama de PFCs de Preocupação Ambiental (PFCECs). O novo ePE substitui os PFCECs em alguns da linhada empresa e, de acordo com a marca, sem sacrificar o desempenho.
A nova membrana aproveita uma alta relação resistência-peso para criar compostos extremamente leves e finos que ainda são mecanicamente robustos, permitindo um desempenho durável e um baixo impacto ambiental.
A mudança atingirá tão profundamente a indústria quanto a Gore-Tex, pois a lista de marcas que a empresa fornece é enorme. Para começar, o novo produto aparecerá nas linhas da Adidas, Arc’teryx, Dakine, Patagonia, Reusch, Salomon e Ziener a partir da temporada outono/inverno de 2022.
De acordo com a empresa, a implementação do ePE é um grande passo em sua missão de sustentabilidade. De maneira geral, a ePE afetará sua meta de reduzir as emissões de carbono relacionadas ao produto em 35% até 2030. O objetivo final da empresa é a neutralidade de carbono até 2050.
De acordo com Gore, aqui estão alguns benefícios da nova membrana ePE:
- Aproveita a alta relação resistência-peso para criar compostos extremamente leves e finos que ainda são mecanicamente robustos.
- Permite desempenho durável e baixo impacto ambiental.
- Quando combinado com poliuretano (PU), o resultado cria uma membrana durável à prova d’água, à prova de vento e respirável.
- A combinação do material ePE e a baixa massa da membrana resulta em uma pegada de carbono mais baixa, conforme medido pelo Higg MSI.
- Avança a meta da Gore Fabrics Division de estar livre de PFCs of Environmental Concern (PFCEC) durante o ciclo de vida de seus produtos de consumo.

Formado em Engenharia Civil e Ciências da Computação, começou a escalar em 2001 e escalou no Brasil, Áustria, EUA, Espanha, Argentina e Chile. Já viajou de mochilão pelo Brasil, EUA, Áustria, República Tcheca, República Eslovaca, Hungria, Eslovênia, Itália, Argentina, Chile, Espanha, Uruguai, Paraguai, Holanda, Alemanha, México e Canadá. Realizou o Caminho de Santiago, percorrendo seus 777 km em 28 dias. Em 2018 foi o único latino-americano a cobrir a estreia da escalada nos Jogos Olímpicos da Juventude e tornou-se o primeiro cronista esportivo sobre escalada do Jornal esportivo Lance! e Rádio Poliesportiva.