Apesar de muitas pessoas terem torcido o nariz quando a escalada tornou-se esporte olímpico, empresários que ambicionaram abrir ginásios de escalada pensaram diferente. Atualmente o esporte vive um crescimento em todo o mundo, sobretudo na Europa e EUA. Somente nos EUA o número de ginásios de escalada cresceu 500%, segundo números da Climbing Wall Industry Association. Na Europa, o número ainda não foi publicado. Na última semana houve o Climbing Walls Summit nos EUA, e o mercado está em ampla expansão.
No Brasil já estão aparecendo novos ginásios, muitos deles mais modernos e inclusivos, que estão caindo no gosto do público. Muitos destes novos estabelecimentos pertencem a empresários e escaladores que buscavam renovar o conceito de ginásio de escalada. O resultado, como não poderia ser diferente, é o retorno do público. Um exemplo desta renovação de lugares, além da visível expansão do nicho de negócio, é o novo ginásio de escalada na cidade de São Paulo. O novo espaço, batizado de Fabrica, é um dos mais modernos do Brasil.
Este crescimento derruba qualquer afirmação de que uma academia de escalada é um negócio deficitário. Este tipo de sofisma refletiu por muito tempo, conclusões de locais mal administrados. Muitos deles baseados em conceitos equivocados de respeito ao cliente, desconhecimento das necessidades de um estabelecimento e, claro, ausência das técnicas básicas de gerenciamento.
O barateamento dos equipamentos necessários para implementação do negócio, é apenas um dos fatores que tornaram um ginásio de escalada um negócio rentável a médio prazo.
Ginásio de Escalada com crowdfunding
Uma grande prova disso apareceu na Bélgica esta semana: pessoas interessadas em abrir um ginásio de escalada em Bruxelas, capital do país, criaram um projeto de crowdfunding para viabilizar o investimento.
O montante pedido pelos idealizadores do projeto é até razoável: € 12.500 (aproximadamente R$ 54.000,00). Em apenas três dias de campanha, já arrecadaram 30% do valor desejado.
O espaço idealizado para o público é um ginásio totalmente voltado ao boulder, com aproximadamente 300 m² de espaço. A escolha tem uma explicação até relativamente simples: é mais barato este tipo de estabelecimento. Segundo informações no projeto, este seria o primeiro ginásio de boulder da cidade de Bruxelas. O nome da academia é Petite Île, ficando próximo do estádio do Anderlecht.
O bom retorno do público para o novo ginásio de escalada também tem explicação. Todo o projeto está muito bem fundamentado, com os desenhos das paredes já executado e o espaço físico já escolhido. No projeto, dependendo da doação, os colaboradores podem tornar-se uma espécie de sócios em pequenas partes do estabelecimento.
Para saber mais detalhes: https://www.kisskissbankbank.com

Formado em Engenharia Civil e Ciências da Computação, começou a escalar em 2001 e escalou no Brasil, Áustria, EUA, Espanha, Argentina e Chile. Já viajou de mochilão pelo Brasil, EUA, Áustria, República Tcheca, República Eslovaca, Hungria, Eslovênia, Itália, Argentina, Chile, Espanha, Uruguai, Paraguai, Holanda, Alemanha, México e Canadá. Realizou o Caminho de Santiago, percorrendo seus 777 km em 28 dias. Em 2018 foi o único latino-americano a cobrir a estreia da escalada nos Jogos Olímpicos da Juventude e tornou-se o primeiro cronista esportivo sobre escalada do Jornal esportivo Lance! e Rádio Poliesportiva.