Festival de Filmes de Montanha – Dia 2

O segundo dia do Festival de Filmes de Escalada manteve o nível de organização, e pode-se observar o comportamento “diferente” de escaladores.

Alguns escaladores que se “recusaram” a sentar nos assentos mais frontais do cinema, ficaram sentados pelo chão do cinema. O que reforça a minha sugestão de haver assentos numerados nas próximas edições do evento.
A nota que merece ser digna de maior estudo por conta da organização é a qualidade das legendas realizadas pelos filmes “gringos” da mostra banff. As legendas, tanto do idioma alemão quanto do idioma inglês estavam muito mal traduzidos, traduzindo “rock climber” para “alpinistas” e/ou “montanhistas”.
Como os filmes são para um festival de filmes de montanha poderia a empresa designada usar menos os tradutores do google, e sim perguntar a pessoas que escalam como deveria ser as palavras técnicas de escalada. Algumas “gafes” como “liderar um largo” que substituiu “guiar uma cordada” foram escritas, misturando espanhol com português.
Primeira Sessão –
“Base Jump em Minas Gerais”
Praticamente uma continuação do último filme da noite anterior, que mostra o “Base Jump” da pedra do fritz. A modalidade que anda na moda em filmes de escalada de grandes paredes (“Sharp End” e “Aeralist”) também foi retratada com bastante naturalidade pela produtora mineira. Não chega a ser grande candidato a vencer o festival, pois se mostrou muito mais uma reportagem e menos o lado mais história da aventura.
Não é um defeito, e sim uma característica, já que o curta foi uma reportagem para a televisão, e não um curta sobre o esporte. O filme mostra a mesma qualidade e característica das produções da produtora “Casca Grossa” que é o dinamismo e velocidade de informações relatadas durante o filme. Diversão garantida a quem ver.
“Ciclos”
O filme retrata a aventura de praticantes de parapente (ou “paraglider”) na região do nordeste. Durante o início do filme ficou o medo de também ser massante e tedioso como o filme de planador apresentado no dia anterior. O que não se confirmou, e sim mostrou ser um dos grandes favoritos a ganhar a votação do público. O filme retrata com muito bom humor, e de maneira leve, a aventura de praticantes de em uma tentativa de quebrar o recorde mundial de voo de parapente.
O filme conseguiu, como poucos, mostrar como é recheado de roubadas todas as aventuras de esportes de natureza, e as convivência de pessoas que vivem em um mundo bem urbano com habitantes brasileiros de lugares totalmente isolados. Na minha opinião um dos melhores filmes exibidos até aqui no festival. Ao menos que não seja o melhor filme, a mim foi a revelação e surpresa, pois mesmo não sendo um filme do esporte da maioria do público, teve uma aceitação grande e arrancou risadas e aplausos entusiasmados da platéia.
“Calor Extremo – Nos confins da África”
O filme da produtora “Casca Grossa” relata uma viagem para a África em um dos lugares mais quentes do mundo(cerca de 51ºC). Relata de forma muito bem humorada, com pequenas mostras de mudança de humor entre os envolvidos na aventura. Peca neste filme uma certa ausência do “porque” estão fazendo uma viagem para um lugar tão distante, e qual o objetivo principal da viagem.
Talvez por ser muito mais curto do que mereça tal assunto, a qualidade da narrativa e imagens estão um pouco abaixo da qualidade reconhecida da produtora mineira. Não chegou a empolgar o público como os outros curtas da “Casca Grossa”, talvez por não explicar mais detalhadamente o porque de ir a um lugar tão longe de tudo fazer uma conquista que acabou não se realizando.
Não chegou a empolgar ninguém, nem teve as tiradas de bom humor caracteristica do apresentador do “Casca Grossa”.
Segunda Sessão – Mostra Banff
“The Sharp End – Eastern Europe”
O filme do premiado filme “Sharp End” apresentou de forma até certo ponto inédita os escaladores que foram para a República Tcheca experimentar um dos locais com a ética mais peculiar do planeta. A escalada sem magnésio e somente com proteções em forma de nós e entalamentos de fitas. Não são usados friends e nuts.
O filme que continha mais imagens e relatos que o DVD lançado e vendido no ano passado. A qualidade da produtora “Sharp End” é idiscutível, e fez com que o público enchesse os olhos com as imagens mostradas.
“The Last Frontier – Papua New Guiné”
Um filme em forma de “adventure trip” na região da Nova Guiné. O curta mostra a natureza exuberante do local, e os perigos de se extinguir com a ação do homem. Mostrou também como pode ser divertido fazer esportes de aventura em locais com natureza inóspita. Um filme que nos faz refletir sobre como devemos preservar locais assim, e em como podemos usufruir com um mínimo impacto realizando alguma coisa divertida como descer uma corredeira de “Kaiak”.
“Elements – A slackline Adventure”
Neste curta é mostrado um dos esportes que mais crescem no mundo: o “Slack Line”. Com muita simplicidade de prática mostra os maiores destaques dentre os praticantes do mundo realizando algumas façanhas de tirar o fôlego, como por exemplo fazer uma travessia a 1500m de altura. O curta com imagens de beleza plástica encantou com muita simplicidade e leveza com que retratou o esporte.
“Patagônia Winter”
O filme retrata a tentativa de se escalar (escalada alpina) lugares na patagônia no inverno. Normalmente já é frio nos locais mostrados durante o verão, imagine no inverno. Com muita neve, logística, técnica e relatos dos aventureiros mostra como pode ser uma “roubada clássica” uma tentativa de se fazer algo extremo.
Fica evidente também no filme como uma parceria de escalada de verdade é fundamental para se sair vivo de uma aventura como a descrita no filme.
“Play Gravity”
Talvez até o momento, foi o filme com as imagens mais impressionantes do festival até agora. Com filmagens de tirar o fôlego retratou o quão radical podem ser as aventuras de um “snowboarder” nas íngremes motanhas do Alaska. Sem dúvida um filme com imagens de encher os olhos do mais incrédulo dos membros da platéia.
Não se escutava um suspiro da platéia devido à frenética sucessão de imagens contidas no filme. Um curta que cristaliza a qualidade de toda a mostra do “Banff World Tour”

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