EXCLUSIVO – Entrevista com um dos Conquistadores da Falésia Paraíso

Como todos já devem saber a Falésia Paraíso está fechada.

Como também já foi debatido aqui, a quantidade de incidentes de mau comportamento de várias pessoas que visitavam o local acabou minando a credibilidade dos escaladores, e minando a paciência dos moradores locais.

Aqui mesmo no Blog de Escalada, foi divulgado o nome dos responsáveis em um post que gerou muita polêmica. Até mesmo consultando três fontes diferentes acabei publicando o nome de um dos responsáveis errado (e peço desculpas novamente à pessoa que teve seu nome envolvido devido a uma confusão de sobrenomes e fontes de informação mal informadas).

Procurei os conquistadores para que falassem sobre o ocorrido, e tirasse todas as dúvidas que existissem.

O escalador paulista Inácio Bianchi gentilmente cedeu entrevisa e falou abertamente sobre o acontecido.

1 – Poderia nos dizer como foi o acidente que foi a gota de água para o fechando da falésia paraíso?

Eu não presenciei o que aconteceu. Mas pelo que ouvi pude apurar que, sendo a estradinha muito apertada, o escalador retornava da Falésia, e por estar com velocidade acima da segura para o local, chocou-se com o veículo do Sr. Cota.

Simplesmente o morador que mais temia acidentes e vivia pedindo para dirigirmos em baixa velocidade.

Em minha opinião foi a gota d’água em um balde muito raso, pois havia o interesse, não dos donos da Falésia.

Mas dos demais moradores locais em fechar a falésia por acharem que para eles o ônus era maior que o bônus.

Ou seja era um sistema em que não poderíamos ter falhado!

O Sr. Renato, principal dono, havia nos alertado.

2 – Após o incidente o escalador responsável procurou você para relatar o acidente?

Sim ele nos procurou, e deu total assistência ao Sr. Cota.

Ele tem nos informando o tempo todo de como está sendo dada a assistência e do seu andamento.

3 – Você sabe de qual cidade é o responsável pelo incidente?

Sim, todos já sabem: São José dos Campos.

4 – Dos incidentes quais eram os mais comuns relatados pelos proprietários?

Reclamações da comunidade:

Excesso de velocidade, diga-se mais de 30 km/h, parece muito baixa, mas para aquela estrada é a máxima.

Gritaria e palavrões no ambiente de escalada.

Reclamações dos donos:

As duas acima e de que haviam pessoas que se esqueciam de contribuir com a taxa de R$ 3,00.

Nós havíamos feito uma campanha intensa de cobrança ao respeito às regras e as reclamações estavam diminuindo.

5 – Após algum tempo (daqui a um ano por exemplo) há alguma possibilidade da falésia paraíso ser reaberta?

O Sr Renato não deu nenhuma perspectiva, mas acreditamos que podemos achar alguma forma de convencê-lo.

6 – Em termos monetários, qual foi o montante do prejuízo dos conquistatores?

Não contando com o valor dos homens/hora, pois, trabalhávamos à lazer, alí foram investidos aproximadamente R$ 10.000,00.

Investidos porque ainda podem ser recuperados caso seja reaberta a falésia.

7 – Além de mau comportamento, haviam escaladores que não estavam pagando a taxa de entrada para escalar?

Poucos, mas havia.

8 – Qual era a média de frequencia de escaladores no local?

É difícil responder a esta pergunta.

Sendo o primeiro ano de funcionamento a coisa estava ainda crescendo, pelo que era informado pelo Marcão mediante contagem do arrecadamento, estimo em uma média entre 100 a 150 visitas por mês.

9 – Você acredita que a falta de apoio de patrocinadores para a conquista de vias estar ligada ao fato deste comportamento inadequado dos escaladores?

Acredito que falta apoio por parte de patrocinadores sim.

Mais ainda dos órgãos oficiais como prefeituras, secretarias de esporte, meio ambiente, cultura etc, os canais da Mídia, que poderiam tornar o esporte algo menos marginalizado.

Oferecer alguma coisa que convencesse às comunidades locais a enxergar este esporte como algo positivo.

Não apenas como perturbação ao sossego.

10 – Após este incidente, acredita que a fama que correra no “boca a boca” dos moradores locais de Pindamonhangaba poderá fechar outros locais da região (como a Falésia do Zé Vermelho)?

A falésia do Zé Vermelho desde que ninguém faça nenhuma travessura dentro do terreno em quer ela se encontra, é difícil fechar.

O local fica próximo ao Balneário do Piracuama e a comunidade vizinha praticamente convive com os turistas que por lá estão sempre presentes.

Quanto aos outros picos, eles são mais sensíveis que o Zé Vermelho, mas o fato da Falésia Paraíso ter sido fechada em nada influenciará o funcionamento dos demais.

Essa repercussão observada só acontece entre os escaladores.

A mídia da massa não está nem aí.

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