[EXCLUSIVO] Entrevista com Juliano Sant’Ana coordenador do KOT

Praticar atividades de natureza é um prazer que somente quem vivencia pode sentir.

Descrever a quantidade de sentimentos fica muito difícil.

Os integrantes do KOT (Keep On Trekking) respiram este sentimento e se motivaram para cada vez mais subir a “barrinha” de dificuldades.

Para os leigos praticar trekking parece ser fácil, o que não é verdade.

Conhecimentos como logística, liderança, concentração , determinação são extremamente necessárias.

Foi publicada na semana passada uma notícia sobre este grupo que irá até o Aconcágua, o Blog de Escalada procurou Juliano Sant’Ana para explicar mais sobre o projeto.

Leia abaixo a entrevista:

1 – Como surgiu o grupo KOT (keep on Trekking), e quem faz parte dele?

O Grupo KOT surgiu em meio ao trekking. Durante uma trilha realizada em Urubici em 2011, começamos a brincar e cogitar a oficialização de um grupo.

Eu (Juliano Sant´Ana) passei para os amigos que lá estavam que iria praticar o trekking com mais intensidade, que escolhí esta modalidade esportiva para um processo de reeducação alimentar e física e então, houve uma motivação geral e com isto, surgiu o nome KOT (keep on trekking) ou “Mantenha a caminhada”. Hoje temos oficializado a participação de 8 integrantes:

  • Juliano Sant´Ana – Publicitário
  • Robson Dalmolin – Arquiteto / Corretor de Imóveis
  • Emerson Bernardes – Diretor Comercial Das Bier Cervejaria
  • Charles Zwicker – Oftalmologista
  • Frederico Sousa – Corretor de Imóveis
  • Marcela Barros Sousa – Médica
  • Andreia Quintino Sant´Ana – Arquiteta
  • Dóris Kroplin Dalmolin – Fisioterapeuta

2 – Qual a frequencia com que é praticada as atividades de trekking pelo KOT?

Pelo menos duas trilhas por mês e uma travessia a cada dois ou três meses.

Tudo depende do calendario pessoal e profissional de cada um.

Mas hoje também realizamos a cada 15 dias reuniões para discussão geral do grupo e da Associação de Trekking que estamos criando em Santa Catarina.
3 – Quais são os principais feitos pelo KOT até o momento?

Ainda não conquistamos montanhas de porte internacional, até porque o surgimento do grupo é recente.

Além disso, a verdadeira proposta era fazer com que pessoas comuns, com compromissos familiares e profissionais, não atletas, pudessem despertar este lado, esta consciência física e esportiva e colocassem em sua rotina esta prática. Mas algumas experiências importantes entre Paraná e Santa Catarina já surgiram:

– A subida ao Pico Marumbí, a tentativa no Pico Paraná ( interrompida por conta do clima que mudou radicalmente).

– Travessias como duas realizadas em Urubici de aproximadamente 40 quilômetros com a conquista do Morro da Igreja e onde enfrentamos temperaturas de – 11 graus.

– Pequenos topos em montanhas de um dia entre subida e descida aqui mesmo em Santa Catarina como Morro do Baí, Spitzkopf e Cambirela.

– Recentemente o integrante Juliano esteve na Patagônia onde subiu o Vulcão Villarica e desfrutou de outros pequenos trekking’s em Torres del Paine e Calafate.

– Vulcão Villarica também foi interrompido por conta de uma nevasca com ventos de 60km/h, –5 graus e sensaçãotérmica de –15 graus. Ou seja, a montanha determina o que poderá ser feito e isto tudo vem sendo de grande experiência e aprendizado para o grupo.
4 – Porque o Aconcágua foi escolhido como o desafio para o KOT?

Primeiramente eu (Juliano) coloquei esta montanha como objetivo, meta de todo o projeto de reeducação alimentar e física. Precisava de um objetivo para trabalhar corpo e mente.

Sempre pratiquei trilhas mas nunca com tanto profissionalismo.

Durante uma visita de turista no Chile e no Valle Nevado onde minha paixão pela montanha só aumentou.

No vôo de retorno ao Brasil tive o privilégio de avistar o Aconcágua e observar sua imponência, sua força, motivando estudos para a oficialização deste objetivo.

Depois de muitas leituras, busca de informação e a descoberta de que é possível subir pela rota normal apenas com trekking, resolvi colocar como meta e como TEMA do projeto, onde uma pessoa comum pode entrar para a prática desta modalidade esportiva desde que tenha uma preparação global para objetivos deste esporte.

Assim a motivação por parte de amigos foi grande e com isto surgiu o KOT e um projeto ainda mais encorpado.
5 – Qual será a rota escolhida para a escalada do Aconcágua?

O objetivo do grupo é a prática do montanhismo a base de trekking com pequenas características de escalada.

Não temos a pretenção de praticar escalada de rocha mesmo, até porque iria nos exigir muitos anos de preparação.

Então, no Aconcágua, partiremos na ROTA NORMAL.

 

6 – Como está sendo feita a preparação para este desafio?

A preparação é geral, começando por uma reeducação alimentar até exercícios físicos dos mais variados. Realizamos treinamentos em academia trabalhando musculatura e aeróbico, treinamentos funcionais para postura e principalmentecom treinos voltados para o trekking.

São caminhadas com pesadas mochilas, reforçando lombar e outros locais importantes do corpo.

São corridas e mais corridas onde o grupo todo vem crescendo, participando de provas em todo o estado ( 5 km, 10 km, 16 km e até 21 km) com provas individuais e de revezamento.

E obviamente a prática do trekking e montanhismo aumentando gradativamente o grau de dificuldade destas trilhas para evolução do grupo. Já temos um ano de trabalho com foco e determinação rumo a este tão sonhado objetivo.

 

7 – Esta expedição irá se tornar um filme para ser exibido em festivais de filmes de montanha?

É nosso objetivo também. Estamos em contato com algumas produtoras para trabalho de edição e planejando toda a captação.

Temos câmeras como GO PRO já preparadas e como um dos integrantes trabalha com Comunicação (Juliano), já temos um bom projeto a ser executado.

Até a realização da expedição com certeza teremos oficializado a produção de um filme.

Também trabalharemos com uma exposição fotográfica em nossa cidade Blumenau.

 

8 – Quais são as entidades que estão apoiando o KOT?

Hoje temos alguns apoiadores locais nos oferecendo produtos e serviços como Warfare (loja de aventura) que intermediouum contato com a Hi-Tec e conseguiu as Botas Buxton para a realização de nossos trekking’s. Academia Bio Gym para realização dos treinamenos físicos.

Fujiro Ecotêxtil para camisetas casuais e também para uma parceria de venda de camisetas ecológicas para angariar recursos.

Caza Comuniação, empresa que produziu todo o design do projeto, bem como o planejamento comercial e de divulgação.

Oficina das palavras, empresa de Assessoria de Imprensa que vem buscando oportunidades de mídia jornalística e a Guepardo, empresa de equipamentos para aventura.

Dela recebemos barracas, mochilas de ataque e muitos outros equipamentos para a realização de trilhas e principalmente acampamentos e travessias.

Mas continuamos em busca de apoiadores ou patrocinadores.

Hoje buscamos recursos para o pagamento dos guias no Aconcágua (parte já está pago) e equipamentos como vestuário de alta montanha.
9 – Como está sendo o retorno dos patrocinadores para este projeto?

A exposição é de acordo com cotas e de acordo com o investido por cada empresa.

A visibilidade é total. Toda equipe tem vestuário casual e de treinamento e em todas as ocasiões, seja em trilhas ou academia, vamos uniformizados.

Já fomos reconhecidos no Pico Paraná, por exemplo, pois também estamos tendo uma ótima exposição de mídia jornalística, como uma parceria com o Portal Trekking Brasil.

Mídias regionais e estaduais também vem cobrindo nossas expedições e preparação.

Já temos uma vasta clipagem com reportagens e fotografias.

Obviamente que as marcas apoiadoras sempre acabam tendo uma exposição espontânea.

Mas o grande trabalho é digital, onde nosso site (blog) e nossas mídias sociais, tanto a oficial do grupo como as individuais dos integrantes, fazem uma ampla divulgação e geração de notícias e propagação dos produtos e serviços de nossos apoiadores.

Inclusive todos têm assinatura nas artes divulgadas pelo grupo.
10 – Como serão enviadas notícias do andamento da expedição?

Estamos negociando com a empresa guia contratada e já temos garantido um equipamento onde qualquer pessoa poderá acompanhar ao vivo em que ponto da montanha estaremos via internet.

É uma espécie de GPS. Também trabalharemos com divulgação on-line até onde conseguirmos sinal. Até determinado acampamento, conseguiremos comunicação.

Estamos em estudo de novas possibilidades também. Quem sabe uma operadora de celular queira apoiar e investir numa propaganda mostrando que tem sinal de qualidade? Hehehe!!! Estamos na busca!!
11 – Como os familiares estão encarando este desafio?

Sempre existe um receio, até porque é tudo muito novo.

Mas o grupo vem crescendo, vem passando segurança para os familiares e também vamos compartilhando todas as características da expedição.

Mostramos que faremos tudo com a máxima segurança, contratando guias e equipamentos que possam nos oferecer recursos de comunicação, resgate e experiência na realização desta expedição.

Desta forma, o receio vem se transformando em apoio. Não só da família, mas como de toda cidade e região em que vivemos.

Nossa expedição já é conhecida e recebemos e-mails e contatos do Brasil inteiro através das mídias sociais.

Muita gente vem admirando esta característica inovadora do projeto, de mostrar como é possível sair da “zona da conforto” e se transformar em um montanhista, mas com muita responsabilidade, palavra principal de todo o projeto.

Em tudo que fizemos, existe PLANEJAMENTO.

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