Crítica do filme “Wizard Apprentice”

Apesar de que filmes de escalada (assim como filmes outdoor) possui uma história recente, e um público ainda relativamente embrionário. Porém é inegável que filmes com perfis de escaladores despertam mais interesse do que outros tipos de filme.

O filme “Wizard Apprentice” confirma este sofisma. As conquistas pessoais do escalador Adam Ondra somadas à uma qualidade técnica, e uma certa inovação não vista com frequência, faz com que o filme seja obrigatório tanto a escaladores quanto a quem deseja trabalhar com filmes outdoor. O adjetivo excelente fica acanhado perto do oferecido.

O filme sobre o escalador tcheco Adam Ondra, que teve várias datas de lançamentos adiadas, possuiu vários teasers e muitoas promessas.

Em termos de linha do tempo do escalador, foi lançado com um ano de atraso, visto a quantidade de coisas que aconteceram na vida dele. Talvez esta espera assim como os rumores do filme fizeram este ser aguardado com ansiedade.

Apesar de parecer possuir simples, o filme inova em muitos detalhes de vídeo e filmagem e pode ser considerado parte de um dos grandes filmes de escalada feitos nos últimos anos. Sem sombra de dúvida.

Com um roteiro bem escrito e uma narração em inglês impecável por parte do narrador (ou seja sem sotaque nem gírias e boa dicção) o filme traz para perto do telespectador um pouco do modo “Adam Ondra” de ser.

Com imagens da infância, declarações de amigos, parentes e colegas de treino o filme envolve e faz com quem assiste sentir-se intimo e próximo de Ondra.

O que fica claro no filme é que parte das lendas de que “ele nasceu para isso”, ou que ele possui “vantagens físicas” não corresponde à realidade.

Fica claro no filme que todo o conquistado por ele é fruto de um grande treinamento e dedicação de alguém que está desde os quatro anos em ginásios e locais de escalada.

Isso sim é que é o grande diferencial deste escalador de grande potencial. Uma dedicação singular e uma perseverança que é característica de grandes nomes de qualquer esporte.

Apesar de não mostrado com frequência, o filme evidencia que Adam não abandonou os estudos secundarios para escalar, e fala abertamente sobre fazer faculdade.

Desde o início do filme mostra a paixão de Adam Ondra por se superar, perseguindo para seu currículum pessoal um grau de escalada mais alto.

A competitividade é com ele mesmo, e não com outros escaladores (ao menos isso foi mostrado no filme). A sua luxúria de se superar muito vai da sua satisfação pessoal, e passa longe da sua vaidade.

Desde o início os realizadores do filme procuraram ser inovadores, e neste ponto é o mais elogiável do filme. Para quem entende de aspectos mais técnicos fica evidente que o filme não possui grandes orçamentos de equipamentos e acessórios como outras produtoras já consolidadas no mercado.

Mas esta limitação foi contornada com imaginação: closes interessantes e criativos, misturar ao mesmo tempo making off e a própria realização do filme foram alguns dos recursos que fizeram o filme ser interessante. Este tipo de experiência fez com que todos fizessem parte da equipe de produção.

Um outro ponto diferencial foi mostrar , e muito, em como é uma batalha por uma via a ser encadenada.

Com o objetivo de não se preocupar em mostrar Ondra somente como um super escalador melhor que os demais humanos da face da terra, ou até mesmo imbatível onde escala tudo a vista (como outras produtoras fazem), faz com quem até mesmo quem não se interessa por escalada se interessar pelo filme.

Se aprofundando no lado humano, mostrando os gritos de frustração de Adam a cada tentativa frustrada o filme passa o real desespero que se sente no momento de uma queda indesejada.

Algumas cenas como quedas em agarras quebradas, gritos de frustração e pedidos aos céus podem , desde já serem consideradas clássicas de filmes de escalada. Suas cadenas em vias como a “Golpe de Estado”(9a FR) são épicas e emocionantes.

O filme se desenrola no dia a dia de Ondra em que sempre está a todo o tempo indo a locais de escalada para poder escalar.

Fica evidente também que o tcheco foca mais suas energias em vias de escalada esportiva e tradicional (embora esta última não muito), e utiliza boulder apenas como uma escalada rápida e para treinamentos.

Muito disso por não ser um escalador explosivo, e sim concentrado e com resistência e força, requisitos de escalada esportiva.

O filme talvez peque um pouco na sua duração, porque a certa altura do filme fica a sensação de que poderia este ser esticado em dois filmes. A sensação se explica pelo filme possuir dois clímax, em dois momentos distintos do filme.

Mas este tipo de deslize passa despercebido devido à qualidade do filme.

O filme “Pizard Apprentice” é um daqueles filmes que se compra com gosto. Isso porque vale todo o seu valor investido (O filme para download custa 18 Euros).

Apesar de seu tamanho um tanto exagerado para um filme (cerca de 3 GB) a qualidade apresentada é perfeita.

Esta mesma qualidade de imagem apenas premia a quem assistir a um dos melhores filmes outdoor do momento.

Hoje, seguramente, é o filme mais comentado, e elogiado, por toda a comunidade escaladora do mundo.

Um “prêmio” mais que merecido para produtores que conseguiram fazer um trabalho exemplar que utilizou mais imaginação e sentimento acima de tudo.

Para saber mais sobre o filme, ou comprá-lo acesse: http://www.adamondrafilm.com/en/news

 Nota do Blog de Escalada:

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