Existe um ditado que decreta que “se a vida te der um limão, faça uma limonada”.
Uma maneira mais rebuscada de dizer o mesmo é: “coma, porque é o que tem para hoje”.
Não é segredo par ninguém que a vida é triste às vezes, e com o tempo alguém ao menos alguma vez experimentou um revés na vida que o deixou de joelhos.
Situações que nos deixa impotentes e sem conseguirmos imaginar o que fazer são constantes.
Realidades desoladoras que nos desafiam a nos motivar para sair de uma situação ruim, e procurar “dar a volta por cima” não faltam.
A velocidade e capacidade de “dar a volta por cima, e encarar como mais um desafio a ser vencido, depende da psiquê de cada indivíduo.
O praticante de “stand up paddle”(SUP para os amantes de siglas) Timmy Brennan teve uma destas reviravoltas na vida que deixaria qualquer um sem saber como reagir.
Após a passagem da tempestade “Sandy” pelo bairro em que morava com a família nos EUA, a rede elétrica de sua vizinhança entrou em curto e acabou por incendiar todas as casas de vários quarteirões.
Neste incêndio ficou destruído praticante todos seus pertences como fotos de família, roupas, eletrônicos e etc(incluindo sua prancha).
A partir deste retrato catastrófico a produção documenta os pensamentos e conclusões de Brennan quanto aos azares de sua vida.
Com simplicidade e emoção o filme vai mostrando simpatia e força de vontade de Timmy enquanto cava os escombros que viraram a sua casa após o desastre.
A cada detalhe mostrado como fotos queimadas de sua infância desenterradas de um cenário que parece de ficção científica de um futuro distópico, a empatia com o espectador é inevitável.
Com um roteiro brilhantemente executado e elaborado para emocionar, os produtores do Ryot realizaram um documentário aterrador e, ao mesmo tempo, inspirador.
O filme segue com um clima triste e coberto de desolação por quase 2/3 de sua projeção até que ao final acontece um momento de catarse para emocionar ao mais cético.
A partir deste ponto olhos se lacrimejarem é inevitável.
“The Riders and the Storm” é uma produção que quebra alguns paradigmas do gênero de filmes Outdoor, e é muito bem vinda.
Entendendo que a realização de filmes outdoor ainda é um gênero embrionário, e evoluindo com o tempo, ainda carrega o estigma de ser superficial e de roteiros rasos.
Porém engana-se quem acredita que um filme que documenta o esporte outdoor como pano de fundo é próximo a uma peça publicitária ou os video-clips extensos.
O filme de “The Riders and the Storm” é uma obra que pode inspirar quem procura realizar algo diferente disso.
Com inteligência e muita sensibilidade, mas sem perder o toque da simplicidade, é talvez um dos melhores filmes sobre esportes outdoor já realizados na história do gênero.
Nota da Revista Blog de Escalada:
Formado em Engenharia Civil e Ciências da Computação, começou a escalar em 2001 e escalou no Brasil, Áustria, EUA, Espanha, Argentina e Chile. Já viajou de mochilão pelo Brasil, EUA, Áustria, República Tcheca, República Eslovaca, Hungria, Eslovênia, Itália, Argentina, Chile, Espanha, Uruguai, Paraguai, Holanda, Alemanha, México e Canadá. Realizou o Caminho de Santiago, percorrendo seus 777 km em 28 dias. Em 2018 foi o único latino-americano a cobrir a estreia da escalada nos Jogos Olímpicos da Juventude e tornou-se o primeiro cronista esportivo sobre escalada do Jornal esportivo Lance! e Rádio Poliesportiva.