A elaboração de um filme, não importa o gênero, é um momentos de muitas decisões.
Neste momento é que durante um “brainstorm” o volume de ideias originais aparecem aos montes.
Porém durante este processo aparecem idéias que no papel parecem excelentes mas no momento de executar não .
Neste tipo de “insight” os produtores da Baraka Films decidiram mesclar a escalada da via “Silbergeier” com vários “plots” de humor.
Como descrito acima a idéia parecia original, porém dependia muito da edição e pós produção.
O segredo desta mistura estava em sua montagem porque dependia da quantidade das doses de humor usadas.
A idéia de usar humor em filmes de aventura é arriscada porque o que é humor para alguns para outros não é.
Mesmo assim os produtores apostaram alto e realizaram um filme de Nina Caprez relativamente interessante, mas que está longe das melhores produções da Baraka Films.
O filme documenta a escalada de Caprez em uma via “Silbergeier” que leva o nome do filme.
Em um lugar bastante pitoresto foi retratado com relativa superficialidade, deixando algumas pessoas que não conhecem a Europa sem informação mais detalhadas.
Não houve detalhamento de como chegar, como são as pessoas e até mesmo de que jeito a cidade próxima é
Durante a introdução há ainda a apresentação do namorado de Nina, Cedric, que procura a todo momento ser o centro cômico e “fora da realidade” do curta.
Na maioria de suas tentativas de fazer humor Cedric não convence.
Desde a apresentação e até mesmo o encerramento a necessidade dos produtores de criar situações cômicas não produziu a química esperada.
Por isso a introdução da história gerou pouca expectativa e produz uma sensação de se arrastar até o início da escalada.
Mesmo com a demora em se iniciar a aventura houve a escolha criativa de se descrever o desafio.
Durante a escalada houve detalhamento dos dois escaladores de cada cordada escalada e suas impressões com relação ao que foi feito.
Este tipo de contraste entre cada personagem preaparou na medida certa as imagens para para que a elegância e estilo de escalada de Nina Caprez aparecer.
No momento em que a concentração de todos ficaram voltadas para a quinta e última cordada (de graduação 8b+ Fr) as tomadas panorâmicas , além dos closes em micro agarras a produção fica mais interessante e atrativa.
Contudo esta ausência de foco em mostrar a escalada, e a excessiva preocupação em fazer humor, o filme parece não se preocupar com o desafio.
Por esta preocupação excessiva em querer mostrar humor, até mesmo a atenção no feito realizado por Nina, que declarou até mesmo que era um dos seus sonhos escalar esta via, a avenrura ficou em segundo plano.
Ficou evidente que o uso de humor ´w possível em filmes outdoor mas em doses comedidas.
Recomendavel sempre fazer uso comedido e não usá-lo com mão pesada como foi em Silbergeiger.
Fica a esperança de que os produtores da Baraka films tenham percebido que tudo que é usado em excesso prejudica uma produção de qualquer filme, como é o caso de “Silbergeiger”.
Silbergeiger” ficou aquém do que Baraka films já produziu no passado.
Nota do Blog de Escalada:

Formado em Engenharia Civil e Ciências da Computação, começou a escalar em 2001 e escalou no Brasil, Áustria, EUA, Espanha, Argentina e Chile. Já viajou de mochilão pelo Brasil, EUA, Áustria, República Tcheca, República Eslovaca, Hungria, Eslovênia, Itália, Argentina, Chile, Espanha, Uruguai, Paraguai, Holanda, Alemanha, México e Canadá. Realizou o Caminho de Santiago, percorrendo seus 777 km em 28 dias. Em 2018 foi o único latino-americano a cobrir a estreia da escalada nos Jogos Olímpicos da Juventude e tornou-se o primeiro cronista esportivo sobre escalada do Jornal esportivo Lance! e Rádio Poliesportiva.